Toledo dá exemplo
Na edição desta quinta-feira (21), destaque para o trabalho de recuperação das nascentes que está sendo feito através de uma parceria que envolve vários setores do Governo do Paraná, Prefeitura de Toledo, Itaipu Binacional, clubes de serviço, Conselho Municipal do Meio Ambiente e Sicredi. A ação, simbólica, foi realizada na propriedade da família Berno, na Linha Videira, no distrito de Xaxim, mas demonstra bem aquilo que tem sido uma marca do campo há muito tempo na cidade que lidera o ranking do Valor Bruto da Produção Agropecuária há décadas: o equilíbrio entre produção e proteção ao meio ambiente.
A esmagadora maioria dos produtores rurais percebeu que, para ampliar a produção em determinadas cadeias de proteínas, é essencial primeiro ter grande fonte de água. Escavar poços artesianos é trabalhoso e caro, portanto, em propriedades como a da família Berno, onde existem várias nascentes, sai bem mais barato preservá-las. Além disso, esse trabalho rende outros frutos e permite uma maior diversificação da propriedade.
Neste caso específico, além da tradicional cadeia leiteira, a família vem investindo aos poucos na produção de queijo, mais recente no desenvolvimento do gado de corte com a adoção da paranaense raça purumã e com bastante esmero no turismo rural, algo bastante atraente pela beleza natural da propriedade e pelo fácil acesso através de estradas rurais asfaltadas. Um conjunto de atrativos que podem muito bem ser aplicados em outras propriedades com características muito parecidas.
Toledo dá mais um bom exemplo, sem dúvida, porém é preciso destacar que isso só está sendo possível, primeiro pelo esforço do Paraná em ser o estado ecologicamente mais equilibrado, mesmo tendo no agronegócio ainda sua principal motriz econômica. Também se deve ressaltar o envolvimento da Itaipu Binacional, há tempos por sinal, nesta questão de preservação do meio ambiente e ainda, no caso de Toledo, essa união entre clubes de serviço e entidades governamentais, um processo que cria um ambiente propício não apenas à preservação ambiental, mas ao desenvolvimento de um agronegócio sustentável cada vez mais e cheio de novas alternativas econômicas e sociais.