Xadrez político paranaense

Até o fim do ano passado o cenário político no Paraná parecia estar definido. O governador Carlos Massa Ratinho Junior havia conseguido debelar alguns eventuais focos de resistência, assim como a oposição praticamente tinha jogado a toalha até mesmo quanto a um eventual segundo turno na disputa ao Governo do Estado. Na esfera do Senado o nome de Alvaro Dias era quase unanimidade, assim como as disputas para as vagas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. De janeiro para cá…

As peças no sempre complexo tabuleiro do xadrez político paranaense começaram a se movimentar de maneira estranha, talvez pelos reflexos das costuras feitas no patamar mais acima. A polarização da campanha na esfera presidencial deu novo ânimo à turma de Roberto Requião desde sua filiação ao PT, assim como os bolsonaristas se viram em meio a um turbilhão de decisões que pode mudar ainda mais o panorama nos próximos meses, até as convenções serem sacramentadas no próximo 5 de agosto.

Ratinho ainda lidera com certa folga a disputa ao Palácio Iguaçu, entretanto, ainda observa com cautela o movimento de Alvaro Dias que, sim, pode vir à disputa ao governo, deixando completamente aberto o resultado daí por diante. Mas esta semana a decisão da Justiça Eleitoral em negar a mudança do domicílio eleitoral do ex-juiz federal Sérgio Moro apenas atiçou ainda mais a fogueira das vaidades, pois ao invés de disputar qualquer cargo por São Paulo, Moro terá de se contentar com as terras dos pinheirais.

Muitos podem considerá-lo como carta fora do baralho, entretanto, Sérgio Moro ainda tem o respeito de uma grande parcela da sociedade paranaense, que enxergou no antigo magistrado uma grande oportunidade do estado começar a ocupar espaços mais importantes no cenário político nacional. Moro pode ser o fiel da balança em qualquer cargo para o qual se atreva disputar, assim como também sua completa ausência no processo eleitoral também muda cenários em terminadas regiões e partidos, claro.

O xeque-mate ainda está longe, mas peões, bispos e cavalos se aproximam cada dia mais de reis e rainhas em suas torres para definir não apenas quando, mas quais serão os movimentos derradeiros em busca de uma vitória nas urnas.

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