As conversas exploravam as possibilidades encontradas ao se trabalhar com o Canvas da Reinvenção (Nadya Zhexembayeba). A ferramenta permite realizar um diagnóstico da capacidade e do nível de reinvenção de uma organização, de uma posição ou de si mesmo. As discussões variavam de um departamento para uma organização ou um segmento, mas terminavam no indivíduo. Uma colega falava de suas diferentes atividades, mas que a sua reinvenção pessoal era a mais importante. Ela citava os avanços, classificando-os na ferramenta e comentou:
– Reinventar-me sem me comparar permite que eu cometa erros sem medo!
Uma percepção que pode parecer senso comum, porém é difícil de se assimilar no dia a dia dos desafios pessoais e profissionais. É fundamental ter uma mentalidade de crescimento para que a reinvenção pessoal e profissional aconteça, resultando na reinvenção organizacional e, possivelmente, do segmento. Para esse fim, manter uma mentalidade flexível diante de uma realidade em constante mudança faz toda a diferença. Os encontros sobre Reinvenção, conduzidos por Victor Hugo Montalvo, são uma prova disso. O Canvas da Reinvenção no seu eixo horizontal avalia os subsistemas, o sistema e o ecossistema. Nos subsistemas estão as atividades realizadas, no sistema está a função atual, pessoal ou organizacional, e no ecossistema estão os impactados por essa atividade. No eixo vertical se avalia o nível de reinvenção na sua relação do impacto na ordem existente, podendo ser incremental, intermediário ou radical. Para fazer o diagnóstico, as perguntas dão o caminho. Entende-se que dentro de cada organização, função ou dentro de cada indivíduo existem desafios, obstáculos e habilidades, em que ocorrem falhas e há inspiração. Para cada momento uma competência, que no seu conjunto permite que se exiba uma mentalidade flexível, adaptável e de crescimento que manterá o indivíduo em movimento. Os desafios? São aceitos ao se manter em mente a (1) curiosidade. Os obstáculos? Estimulam a perseverança por meio da (2) criatividade. As habilidades? São desenvolvidas para que os obstáculos de cada desafio sejam superados com a (3) iniciativa. As falhas? São o reconhecimento de nossa humanidade que nos leva a entender a essência do processo de aprendizagem com o pensamento (4) multidisciplinar. A inspiração? Pode vir de observar o sucesso alheio em que a (5) empatia permite que cada um possa se aprimorar no caminho da reinvenção como um processo natural, constante e vitalício. Portanto, a reinvenção requer que cada um analise o impacto das suas atividades atuais na sua realidade pessoal e profissional e no seu mercado. É simples, mas não se pode ser simplista, porque nós seres humanos somos complexos, mas não necessariamente complicados. Outra colega ressaltou, “acredito que o ser deve predominar sobre o ter”. Concordo! Assim, para avançar num processo de reinvenção de um nível incremental, para um nível intermediário e quem sabe radical, se pergunta: a reinvenção faz sentido? O mundo será melhor com ela? Se não faz sentido ao não melhorar o mundo, qual a razão para reinventar?
Enfim, a proposta de reinvenção como ferramenta é um processo eficiente para um diagnóstico individual e organizacional ao explorar o impacto daquilo que se faz em diferentes níveis de progressão, inclusive para saber se faz sentido. Portanto, entendo que a reinvenção auxilia e organiza um processo natural e humano nas suas diferentes dimensões. Porém, cabe destacar alguns elementos presentes na fala inicial da minha colega para que a reinvenção faça sentido: (1) inspirar-se sem comparar-se, porque a comparação entre o incomparável, as pessoas, é o caminho para a infelicidade, não é o caminho da reinvenção; e (2) é essencial se reinventar com abertura para errar, porque “somente quem erra está vivo de verdade” (Pe. Nardi).
Você tem se comparado ou se inspirado? Quais os erros que você se permite cometer?
Moacir Rauber
Blog: www.facetas.com.br
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