Mauro Picini 23/03/2022

Crianças e a natureza: convívio
necessário e saudável

Dinamara Pereira Machado e Renata Burgo Fedato

“Nossas crianças estão menos vivas”. Tal afirmação surge a partir do conceito do “Transtorno do déficit de natureza” elaborado pelo pesquisador Richard Louv, que cunhou em 2005. O termo chama a atenção para o conjunto de problemas, sejam eles físicos e/ou mentais que derivam de vidas desconectadas e desalinhadas com o mundo natural.
Muitos dirão que o responsável por essa situação é a tecnologia. Porém, essa afirmação nos causa a sensação de que existe um duelo infinito entre tecnologia e meio natural. Para Louv, a interação e a falta dessa interação com o meio natural nos causam danos. Não podemos culpar apenas a interação com meios digitais. O excesso de monitoramento das crianças em meios urbanos, como salas de aula fechadas, shoppings, áreas de lazer e até mesmo nas festinhas de aniversários, contribui para esta ausência de contato.
Novos conceitos de urbanização, de incorporação de casas, prédios e até mesmo as escolas, em meio a mata verde, são atrativos para que as crianças, jovens e adultos ressignifiquem sua ligação com a natureza. Construtoras e ressignificaram o modelo mental e prático possibilitando ao público novas forma de estabelecer sua moradia junto a imensas áreas verdes, agregando valor aos espaços na atualidade.
Na década de 30, com o Manifesto dos Pioneiros, que denunciava o status da escola brasileira e a falência da aprendizagem para massa populacional, aprendemos que as crianças estavam perdendo um espaço físico de contato com a natureza, com a industrialização. No Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, tínhamos a defesa de uma escola pública, laica, acessível a todos, com infraestrutura de natureza e cultura para todos os estudantes.
Desde aquele momento, na escola brasileira, aprendemos a importância do contato da criança com a natureza, por isso a educação infantil necessita despertar, tanto na criança quanto nas famílias, a reconexão com o natural, compreendendo que cada vez mais nos afastamos dele e nem nos damos conta.
Práticas pedagógicas que estimulam o plantio dos alimentos, os cuidados com a natureza, piqueniques em meio natural, aulas ao ar livre e o cultivo de hortas nos bairros são, sem dúvida, práticas que fortalecem o convívio com o meio e transformam crianças em pessoas construtivas. Podemos perceber que as experiências que entrelaçam natureza e aprendizagem subsidiaram os estudos que originaram a teoria do Transtorno do Déficit da Natureza e o impacto dele.
Um bom exemplo no Brasil são as escolas públicas do município de Carazinho, no Rio Grande do Sul, que têm o Projeto de Horta Mandala para as crianças realizarem práticas pedagógicas nas hortas junto com familiares e comunidade. Temos também a Canadian International School, localizada em Singapura, que possui em sua organização curricular atividades teóricas e práticas no jardim, na horta, em parques ou outros espaços, e Summerhill, no Reino Unido, que ocupa um grande espaço territorial repleto de natureza, onde são realizadas atividades pedagógicas.
O contato com a natureza, sem dúvida, proporciona às crianças os bônus de conviver com o mundo natural e com brincadeiras espontâneas, sejam nas árvores ou com gravetos e terra que viram bolo de chocolate ou espadas. Certamente “os custos da alienação da natureza” serão cobrados quando se tornarem um processo de acúmulo da ausência do meio natural, que, segundo o pesquisador, pode ocasionar déficit de atenção, hiperatividade, entre outras consequências.
Por isso, recomendamos sempre o equilíbrio na vida das nossas crianças. Professores e pais que saibam aliar a tecnologia à natureza serão agentes de transformação para mantermos nossas crianças vivas, sempre vivas, física, emocional, acadêmica e socialmente.

Dinamara Pereira Machado é doutora em Letras. Diretora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.
Renata Burgo Fedato é doutoranda em Educação. Professora tutora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

Atenção à saúde mental é tendência
de cultura organizacional para 2022

Após quase dois ano de pandemia, a saúde emocional dos colaboradores entrou de vez no foco das empresas

Nos últimos anos, a cultural organizacional assumiu um papel fundamental para aumentar a resiliência das equipes. Durante 2021, a gestão de pessoas e cultura colocou à disposição das empresas ferramentas essenciais para controlar os efeitos prolongados da pandemia, tanto no âmbito físico, por meio das campanhas de conscientização dos meios de prevenção, quanto emocionais, visto que os profissionais passaram a trabalhar em home office e, muitos, ainda não voltaram aos seus postos físicos ou não aderirão permanentemente a essa modalidade de trabalho.
Neste cenário, a cultura organizacional com suas condutas, valores e costumes daquela empresa, reflete o exemplo da liderança e do acolhimento ao colaborador nos processos de onboarding. Segundo, Jhenifer Andrade de Souza, líder de pessoas e cultura organizacional da Gateware, companhia que recebeu a qualificação Great Place to Work (GPTW) com uma classificação de 9,3, um dos pilares do planejamento para 2022 é o clima da empresa com fortes investimentos em saúde emocional. “O aspecto mental das pessoas se tornou central para as corporações, o que está contemplado em nosso planejamento. Entendemos que esse investimento é primordial para que os colaboradores se sintam melhores na passagem pela transição do que foi e o que é a pandemia”, adianta.
Outro viés importante do planejamento para o ano que vem são as trilhas de desenvolvimento pessoal. “Há a proposta de investirmos em uma plataforma de gestão de treinamento para criar uma experiência produtiva de gamificação, a fim de promover o engajamento interno”, conta.
Para responder aos desafios e adaptações em 2021, houve uma estruturação especial do onboarding (processos de acolhimento de colaboradores) que aproximou os entrantes da empresa, mesmo com a distância. Para isso, foi implementado um monitoramento nos três meses iniciais. “Antes havia apenas uma reunião de onboarding, que durava uma hora, para apresentar as características da organização já com o acompanhamento dos líderes. Agora, o viés do time de pessoas e cultura é focado na jornada inicial do onboarding, com duração de 2h30, seguido de uma sequência de atividades com o colaborador”, explica. Nesse processo, são feitos contatos e apoios suportados por uma intensa comunicação e com entrevista de experiência, além da pesquisa que registra as percepções do primeiro mês de casa e se há necessidade de mais incentivos.
Um dos pilares de uma cultura organizacional forte é justamente o exemplo que os líderes dão. “Priorizamos a capacitação para que os nossos profissionais formem uma rede de reforço cultural cada vez maior”, explica.
Indicador relevante de uma cultura forte – Um dos indicadores que demonstram uma cultura empresarial robusta são os colaboradores desligados que voltariam a trabalhar na organização. “Isso é reflexo dos esforços de acolhimento. Se o desenvolvimento é positivo, trará resultados promissores para o engajamento das pessoas”, diz a líder.
Na Gateware, a taxa de satisfação do onboarding estruturado é de 9,5, numa escala de 0 a 10, e cerca de 92% de ex-colaboradores voltariam a trabalhar na empresa. “É realmente uma taxa muito alta, o que demonstra que estamos no caminho certo, afinal somos GPTW”, destaca.

Sobre a empresa – Focada em tecnologia e inovação, a Gateware foi fundada em 2000. Com matriz localizada em Curitiba, no Paraná, também possui unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Argentina e EUA. Atualmente, possui mais de 100 funcionários e atua em quatro suites: GW Value Strategy (PMO Gestão de Projetos e GMO Gestão de Mudanças), GW Outsourcing (Alocação e Hunting de Profissionais de TI), GW Solution (Aplicativo LivID que realiza Prova de Vida e Recadastramento Digital por meio do reconhecimento facial e inteligência artificial) e GW Labs (Fábrica de Softwares Multiplataforma). Seu mais novo produto é o app LivID, que foi desenvolvido pela Bexpo, startup recém-adquirida pela provedora de soluções em tecnologia

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