Mauro Picini Moda & Estilo 15/03/2022

Mulheres estão na gestão, na tecnologia
e à frente de empresas no Biopark

Mulheres estão na gestão, na tecnologia e à frente de empresas no Biopark

O Relatório Global de Gênero, publicado em 2021 pelo Fórum Econômico Mundial, apontou que a igualdade no mundo corporativo, no ritmo atual, só será resolvida na região da América Latina e do Caribe daqui 69 anos. Entre 156 países pesquisados, o Brasil ocupa a posição 93ª no ranking de igualdade de gêneros. Também de acordo com a última pesquisa do IBGE, no Brasil, Mulheres ocupam apenas 37,4% dos cargos de liderança.
Mas há movimentos que demonstram que esse cenário não é igual em todos os lugares. No Biopark, em Toledo, onde há mais de 300 colaboradores, o número de mulheres e homens em cargos de liderança está equiparado, com 14 mulheres e 13 homens.
Uma dessas mulheres é Carmen Donaduzzi, que dividiu de forma igualitária a fundação do Biopark com o esposo, Luiz Donaduzzi. “Isso é muito da cabeça de quem direciona uma empresa. As mulheres trabalham com muito afinco, elas são muito dedicadas, leais. Somos iguais, as mulheres são tão capazes quanto os homens, na nossa empresa eu não posso dizer que existem diferenças. As mulheres precisam saber se valorizar” comenta.
A área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PD&I, do Parque também é supervisionada por uma mulher, Carolina Balera Trombini. No departamento de PD&I 70% do quadro de colaboradores é ocupado por mulheres, o que de acordo com Carolina, é um retrato profissional da área da pesquisa regional.
“Em nossa Região, considero que a participação feminina na área de pesquisa está sim equiparada com a participação masculina. Há 10 anos, quando iniciei minha carreira profissional, havia uma predominância masculina nos cargos de gestão e na área da pesquisa, porém, nos últimos anos as mulheres vêm conquistando seu espaço em diversas áreas e cargos, sendo a área da pesquisa uma delas. Um exemplo da ampliação da presença feminina na área da pesquisa foi o nosso último processo seletivo para uma vaga de pesquisador, onde houve igualdade de gêneros entre os inscritos, com excelentes currículos e, dentre os selecionados para a entrevista final, tivemos uma predominância feminina. Por fim, a vaga foi encerrada com a contratação de uma pesquisadora. Vejo que no Biopark o que vale são as competências e habilidades de cada colaborador, independentemente do gênero”, explica a supervisora de PD&I.
Outro caso da presença feminina no Biopark é na Coordenação do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que tem à frente a professora Roberta Rojo Parcianello. “Por muitos anos, fui a única professora mulher numa equipe de 10 professores da área de TI. No Biopark Educação, em Análise e Desenvolvimento de Sistemas – ADS, curso dominado pela participação masculina entre os alunos, nós mulheres somos quase 50% da equipe de professores”, diz.
Quando olha para o mercado, Roberta salienta que é necessário atrair mais mulheres para a área. “Acredito que o problema esteja na baixa procura das mulheres por cursos de tecnologia. Com poucas se formando, o mercado acaba sendo um reflexo dos bancos universitários. Ainda há uma cultura errada de que mulheres são de humanas e homens de exatas. Mas percebemos que quando estão no curso, elas se desenvolvem em pé de igualdade com seus colegas”, explica.
Hoje o Biopark oferta além do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, o curso Biopark Connect, voltado para o ensino de programação, nos dois cursos ainda há predominância masculina, mas de acordo com Roberta, o exemplo feminino pode contagiar e inspirar outras mulheres. “No Connect, ouvi de uma aluna – que já havia trabalhado com programação e estava fora da área desde que teve seu filho-, que quando me via, uma mulher ensinando a programar em uma linguagem de programação que ela sempre achou tão difícil e mostrando o conteúdo de forma tão simples, ela se sentia capaz para seguir em frente. Então o desafio é fazer essa informação chegar as garotas que estão em fase de escolher suas futuras profissões”, comenta.
No Biopark também há mulheres em cargos de gestão nas empresas residentes, como é o caso da Marta Beatriz Horn Schumacher, responsável pela Gestão Comercial e Estratégia de Vendas da empresa Embio, que hoje tem na equipe toda, a maioria feminina, incluindo as duas filhas de Marta.
“As mulheres são muito corajosas quando o assunto é empreender. Vejo muitas mulheres se dedicando, empreendendo, não medem esforços para realizar e prover, para buscar realizar os sonhos, elas se colocam de verdade. São resilientes, recomeçam, se erguem quando caem. Mas também, quando nos referimos às mulheres, há ainda uma parcela delas que caminha subjugada, que não assume as rédeas da própria vida, ainda não descobriram seu próprio potencial, nem os recursos que possuem – isso precisa e pode mudar”, comenta Marta.
Há no Biopark iniciativas que tem contribuído para o fomento do protagonismo feminino, principalmente no empreendedorismo. No final de 2021, o fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi, anunciou uma série de bolsas de estudos e parte delas será direcionada ao público feminino, voltado ao incentivo de ver mulheres fundado seus próprios negócios. “Eu quero com isso, capacitá-las para que comecem a sua startup e depois disso, nós temos uma incubadora dentro do Biopark, onde elas poderão dar continuidade aos seus projetos”, disse o Presidente do Biopark, Luiz Donaduzzi, quando anunciou o projeto.

O ‘anti-idade’ dá lugar ao envelhecer de forma saudável

A transformação está relacionada tanto ao estilo de vida quanto aos produtos da indústria cosmética, empenhada em desenvolver eficientes linhas ‘pró-age’

Lucas Portilho, especialista em Ciências Médicas (Unicamp)

O termo “anti-idade” é coisa do passado. E não são apenas as novas formas de pensar o envelhecimento que jogam por terra este antigo conceito. A indústria cosmética, especialmente, vem colocando no mercado produtos que, além de terem a expressão “anti-aging” excluída dos rótulos, trazem formulações ainda mais elaboradas para um envelhecer pleno e saudável.
Em 2017, a revista Allure trouxe na capa de sua edição especial a atriz britânica Helen Mirren. Na época, aos 72 anos, a ganhadora do Oscar pelo filme A Rainha participou do início de um movimento para eliminar do conteúdo editorial da publicação o termo “anti-idade”, em referência a produtos, procedimentos ou a qualquer tema abordado pela revista.
O fato é que o posicionamento da Allure, maior referência mundial em beleza, surtiu grandes efeitos em curto prazo. No Brasil, marcas famosas da indústria cosmética passaram a exibir em seus produtos expressões como “tratamento antissinais” e “age perfect”. Hoje, o que se tenta fixar é o termo ‘pró-age’, que sintetiza o envelhecer de forma saudável.
Segundo o levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da população de 210 milhões de pessoas, 37,7 milhões são idosas, ou seja, têm 60 anos ou mais. A perspectiva da Organização das Nações Unidas (ONU) é a de que o número dobre até 2050. Não só por uma questão estatística, mas principalmente visando à saúde, as pesquisas na linha ‘pró-age’ têm se desenvolvido de forma surpreendente no País.
Nestes estudos, não seria correto selecionar somente um ativo, mas um conjunto da obra. Quando falamos em tratamento e prevenção dos sinais do envelhecimento, não podemos nos esquecer do ácido retinóico, do ácido hialurônico, que chega a diferentes camadas da pele, e também dos peptídeos.
Em se tratando do envelhecer, no tratamento de rugas e flacidez, há uma grande procura por colágeno e elastina. Portilho lembra, porém, que tanto o colágeno quanto a elastina são produzidos por uma célula da pele, chamada fibroblasto. Conforme envelhecemos, principalmente pela exposição excessiva ao sol, a interação entre as células vai falhando. E a ação dos peptídeos é importante porque faz com que as células se comuniquem para produzir o colágeno que o organismo necessita.

‘Envelhecer com saúde’ substitui o termo ‘anti-idade’


O especialista lembra que o envelhecimento se dá como um todo. Por esta razão, todas as camadas da pele são importantes no tratamento. Na epiderme, a primeira camada que se vê, rugas e marcas de expressão podem ser melhoradas sem que se descuide da hidratação da pele. A junção dermoepidérmica é o caminho de comunicação entre as camadas e aí estão as substâncias importantíssimas que ancoram a proteção da pele. Descendo um pouco mais, na camada subcutânea, é possível usar alguns ativos que aumentam os adipócitos para melhorar o preenchimento do rosto.
Um creme “pró-age” não fará a pessoa se tornar mais jovem, mas sim adiar o envelhecimento. Em tudo isso, é fundamental pensar em nosso modo de vida, em como nos alimentamos, de que forma nos exercitamos, qual é o ambiente em que estamos inseridos e, muito importante, como nos expomos ao sol. Este fator, especialmente, tem uma relação direta com o envelhecer e utilizar o filtro solar com frequência é mais que indicado.
Lucas Portilho é farmacêutico, especialista em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Instituto de Cosmetologia Educacional.

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