Mauro Picini Sociedade + Saúde 06/10/2021
Para suprir demanda do mercado de TI, Biopark Educação foca na capacitação de profissionais
Com iniciativas gratuitas em que os alunos ainda recebem bolsas de estudos, o objetivo é auxiliar o país – que hoje tem cerca de 200 mil vagas de trabalho abertas apenas no segmento
Um dos grandes problemas que assola empresas de todo o Brasil, é a falta de mão de obra qualificada na área de Tecnologia da Informação (TI). Estima-se que no país, existem cerca de 200 mil postos de trabalho abertos, e que até 2024, a área necessitará de aproximadamente 420 mil profissionais, os dados são do relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Apenas entre as integrantes do Programa de Residência para Empresas do Biopark – Parque Tecnológico localizado em Toledo, Oeste do Paraná – no momento, cerca de 70% das vagas em aberto são para a área.
Com o crescimento da modalidade de trabalho remoto, impulsionado pela pandemia, a concorrência por profissionais do segmento tornou-se ainda mais acirrada. “A pandemia exacerbou algumas coisas que muito se falava, mas de fato, pouco se via acontecer, como, por exemplo, o trabalho remoto. Com essa situação, a disputa pela mão de obra, que até então era regional, se tornou mundial. Hoje, o profissional pode trabalhar de sua casa recebendo em libra esterlina, euro ou dólar”, destaca Victor Donaduzzi, diretor do Biopark Educação.
Tendo o objetivo de contribuir com o mercado de trabalho, auxiliando no preenchimento das vagas, principalmente com a alta demanda regional, impulsionada também pela atração de empresas de TI em seu ecossistema, o Biopark tem apostado na educação como diferencial competitivo e fomentado importantes oportunidades gratuitas para formação de profissionais de TI.
Entre os projetos conduzidos estão o “Biopark Connect”, com foco na formação de pessoas na área de TI para rápida inserção de novos profissionais no mercado de trabalho. O curso, inédito e gratuito, teve uma seleção com mais de 1.200 candidatos e iniciou no mês de agosto. Além de não pagarem pelo curso, os 48 alunos selecionados ainda recebem bolsas de estudos de até R$ 1 mil mensais, como apoio financeiro durante os seis meses de duração das aulas. O intuito é que ao fim do curso os participantes saiam empregados e possam atuar como programadores. “É um curso muito denso, são 7 horas de aula por dia, ou seja, uma carga de 900 horas. O participante vai ter o conhecimento necessário para trabalhar na área de programação”, explica Victor.
Outra iniciativa é o “Do Zero ao Um”, que segue o modelo do Biopark Connect, ofertando um curso gratuito, onde os alunos recebem para estudar, com bolsas de estudos. O curso é uma parceria com o IFPR (Instituto Federal do Paraná) Campus Assis Chateaubriand e oferece formação inicial na área de Programação de Sistemas a jovens de 14 a 18 anos. No total, 48 jovens foram selecionados, contando com bolsas de estudo de R$ 300,00, para os 20 melhores colocados no processo seletivo, e de R$ 200,00 do 21º ao 48º colocados. As aulas iniciaram no dia 16 de setembro e vão durar três meses.
Além da formação, os cursos promovem a interação dos alunos com empresas da área de TI na região, como é o caso da Maxicon Sistemas que participou de um bate-papo com os alunos do Biopark Connect, por meio da sócia fundadora, Anaide Holzbach. “A tecnologia é uma das ferramentas que permite a maior mobilidade social que a gente conhece. Os alunos que entraram aqui estão em um momento muito interessante e importante. Queremos ver esses jovens trabalhando nas empresas do Biopark”, destaca.
Outras iniciativas
Ainda na área de TI, o Biopark também realiza cursos de curta duração relacionados a temas como desenvolvimento de software, Agile Code, Java, entre outros; bem como possui o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, no Biopark Educação. Após dois anos e meio de curso, o aluno pode ingressar no mercado, ou caso opte por avançar seus estudos, ao cursar mais um ano e meio, é contemplado com o diploma de engenheiro de software.
Dentre os projetos, o parque ainda estuda a criação de um “Clube de Programação” para despertar em crianças o encantamento pelo segmento. Hoje, o empreendimento realiza um projeto com crianças e jovens, o Clube de Ciências. As aulas permitem o contato com conteúdos nas áreas de física, química, matemática, biologia, tecnologia e robótica, atrelados sempre à cooperação, criatividade, inovação e pesquisa. Para quem tenha interesse em conhecer os cursos ofertados pelo Biopark Educação, pode acessar o site www.biopark.com.br/educacao ou, entrar em contato no WhatsApp (45) 99116-2748.
Trombose: conheça os principais sintomas e dicas para sua prevenção
A pandemia do coronavírus, além de levar a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, trouxe um alerta importante sobre outra doença igualmente perigosa e relacionada à infecção: a trombose. Essa é uma obstrução causada por coágulos de sangue em veias ou artérias, que pode resultar em quadros graves, como AVC, infarto agudo do miocárdio, embolia pulmonar e até a morte.
Estima-se que de 10% a 15% dos pacientes internados com infecção pelo coronavírus em enfermaria tenham apresentado algum evento trombótico. Em casos de pacientes na UTI, esse número pode chegar a 30% – taxas muito altas se comparadas ao período pré-pandemia. A infecção causada pelo SARS-COV-2 pode danificar a camada interna da parede dos vasos sanguíneos chamada de endotélio, como explica o Dr. Marcelo Melzer Teruchkin, cirurgião vascular do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH). “Essa é uma parte responsável por não permitir que o sangue coagule, então se o vírus danifica essa camada, a deixa mais propensa à formação de trombo”.
É importante salientar que maioria dos quadros de trombose não estão associados à COVID. Especialistas alertam que os principais fatores de risco para trombose são idade acima de 60 anos, tabagismo, obesidade, imobilidade, cirurgias, infecções, gravidez e puerpério, uso de hormônios como anticoncepcionais, acidentes, câncer e doenças da coagulação, denominadas trombofilias. No caso das tromboses arteriais, ainda temos o diabetes, sedentarismo e elevação das taxas de gordura no sangue como fatores causais. Os sintomas podem ser variados de acordo com o sistema envolvido. Por isso, o Dr. Marcelo listou os quadros clínicos mais comuns. Confira:
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
A trombose das artérias do coração (coronárias) pode se apresentar com quadro clínico de dor torácica, de forte intensidade e aperto no peito que pode se irradiar para o braço esquerdo, ombro, região da mandíbula e até abdome. Essa pode estar associada à falta de ar, sensação de desmaio, palidez, náuseas, sudorese e palpitação.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Quadro de dor intensa na cabeça, convulsão, perda de consciência, confusão, tonturas associadas a náuseas e vômitos, perda de força ou formigamento em um lado do corpo, desvio da boca e dificuldades na fala podem estar associados ao quadro de trombose da circulação cerebral.
EMBOLIA PULMONAR
A obstrução da circulação pulmonar pode se apresentar com dor torácica em pontada ou aperto, falta de ar, palpitação, tosse, febre de baixo grau e cianose (face e extremidades do corpo arroxeadas).
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
A trombose do sistema venoso de uma das pernas ou braços pode ocasionar dor intensa, inchaço, enrijecimento muscular e mudança de coloração (avermelhado ou arroxeado). Geralmente acomete apenas uma das pernas ou um dos braços.
OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DE EXTREMIDADES
A obstrução aguda de uma artéria da perna ou do braço pode levar a dor intensa, palidez, formigamento, resfriamento, dificuldade de movimentação e ausência de pulsação.
Como evitar?
O primeiro e mais importante passo é se manter ativo fisicamente e conservar boas práticas de saúde. Para a Dra. Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp, no caso de lesões em atividades físicas, é importante prestar atenção a sinais de inchaços ou dores desproporcionais nos dias seguintes.
A especialista ainda indica que sempre que passar por um episódio que propicie o desenvolvimento de coágulos, procure um médico responsável. “Cirurgias, casos onde o paciente deverá ficar imobilizado, indicações de anticoncepcionais. Esses são alguns casos que vale levantar um questionamento ao médico quanto a esse risco”, finaliza Dra. Joyce.
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