Mauro Picini Sociedade + Saúde 29/09/2021
“Por que devemos parar de dizer
que alguém ‘cometeu suicídio’
O termo pode parecer inofensivo, mas, na realidade, é carregado de estigmatização. Nossas palavras têm importância, especialmente quando se trata de saúde mental. Uma expressão que você talvez não perceba e que é especialmente ofensiva é “cometeu suicídio”.
É uma expressão ainda amplamente usada por muitas pessoas, tanto em conversas pessoais quanto na mídia.
O termo pode parecer inofensivo, mas, na realidade, é carregado de estigmatização. Tanto que as diretrizes de organizações de saúde mental desaconselham seu uso.
“O termo ‘cometeu suicídio’ é prejudicial porque, para muitas pessoas ou mesmo a maioria das pessoas, ele evoca associações com ‘cometeu um crime’ ou ‘cometeu um pecado’, remetendo a algo moralmente repreensível ou ilegal”, diz Jacek Debiec, professor do departamento de psiquiatria da Universidade do Michigan e especialista em estresse pós-traumático e transtornos de ansiedade.
“Quando associamos a palavra ‘cometeu’ ao suicídio, ela discrimina ainda mais as pessoas que perderam sua batalha contra a doença.”
A expressão “cometeu suicídio” ignora o fato de que o suicídio, muitas vezes, é consequência de uma doença não tratada (como depressão, estresse pós-traumático ou outro problema de saúde mental).
Ele deve ser encarado do mesmo modo que qualquer condição de saúde física, diz Dan Reidenberg, diretor executivo da entidade Suicide Awareness Voices of Education (Vozes de Educação e Conscientização do Suicídio).
“Uma pessoa não ‘comete um ataque cardíaco’. Ouvimos dizer que uma pessoa ‘morreu de ataque cardíaco’. A mesma coisa se aplica à morte por suicídio. Quando associamos a palavra ‘cometeu’ ao suicídio, ela discrimina mais ainda as pessoas que perderam sua batalha contra a doença”, explica.
Reidenberg pondera que a melhor expressão é “morreu por suicídio”, que transmite a mensagem de que a morte foi causada por uma condição de saúde mental.
Por que isso tem importância no longo prazo Talvez pareça que implicar com duas palavrinhas seja como procurar pelo em ovo. Mas as palavras que usamos, quer sejam nossa escolha intencional, quer não, têm implicações muito mais amplas.
O uso de linguagem sensível quando falamos em saúde mental é crucial para eliminar os estereótipos negativos ligados às doenças mentais, agora e no futuro, e as consequências desses preconceitos.
Pesquisas revelam que, quando um transtorno mental é estigmatizado, as pessoas evitam buscar ajuda para tratar o problema, ajuda essa que talvez pudesse salvar vidas.
“O fato de termos dificuldade em escolher palavras para falar do suicídio reflete nossas dificuldades mais profundas em compreender a saúde mental de modo geral”, diz Debiec.
“A linguagem [que usamos] reflete nosso sistema de valores, tanto consciente quanto inconsciente”, afirma. “O uso de linguagem que julga o outro ou degrada nos impede de reconhecer a existência de problemas de saúde mental, de buscar ajuda e de oferecer ajuda.”
Para explicar em termos simples, a frase “cometeu suicídio” comunica que foi feito algo vergonhoso e errado; ela não capta a patologia da condição que acabou levando à morte. Ela deixa subentendido que a pessoa que morreu foi perpetradora, e não vítima. E não é preciso conviver com um problema de saúde mental para entender como isso pode ser prejudicial.
“As palavras têm consequências”, diz Debiec. “Recomendo às pessoas que reflitam sobre sua própria experiência, quando os julgamentos ou palavras de outros as magoaram ou ofenderam profunda e injustamente.”
″É hora de começarmos a encarar o suicídio como subproduto perigoso de uma condição de saúde que pode e deve ser prevenida. Isso requer tratamento, é claro. Mas também inclui prestar atenção às nossas palavras, para que as pessoas que vivem com um problema de saúde mental não se sintam repudiadas por falar de seu problema e buscar ajuda para tentar superá-lo”, diz Reidenberg.
Ele destaca que o suicídio é uma das maiores causas de morte nos Estados Unidos. “O suicídio é uma crise grave de saúde pública”, afirma Reidenberg. “Mais pessoas morrem por suicídio que por homicídios, acidentes de carro e câncer de mama. O suicídio é um problema real que precisa ser levado a sério sempre.”
Reidenberg diz esperar que mais pessoas adotem postura mais compassiva em relação ao suicídio.
“Precisamos continuar a trabalhar para prevenir tragédias, para festejar aqueles que continuam a viver. Precisamos fazer todo o possível para acabar com o estigma que cerca a saúde mental e o suicídio”, diz. “Apenas falando sobre esses problemas é que poderemos convencer as pessoas a se abrirem antes que ocorra uma tragédia.”
Deixar de usar a expressão “cometeu suicídio” como parte desse esforço pode ser um passo minúsculo, mas, pelo menos, é um passo à frente.”
Texto de: Huffpost Brasil
Compartilhado por: Izabelle Ferrari
Como evitar alergias em pele de bebê
Rafael Soares, médico e especialista em dermatologia fala sobre as principais causas, sintomas e o que fazer
A pele do bebê é mais fina e mais sensível, sendo assim, é mais propícia a apresentar alergias. Além disso, pode ser facilmente irritada por qualquer fator e causar o aparecimento de manchas avermelhadas, coceiras e mudança na textura da pele.
Segundo o médico e especialista em dermatologia, Rafael Soares, a alergia pode ser bem desconfortável para o bebê, por isso é importante consultar um profissional assim que observarem as primeiras alterações na pele, para que seja possível identificar o motivo da alergia e iniciar o quanto antes o tratamento.
Principais causas e como prevenir
Calor:
“O calor excessivo, causado tanto pelo uso de muitas roupas quanto pela exposição excessiva ao sol, pode levar à irritação da pele devido ao abafamento dos poros, sendo a alergia manifestada na forma de brotoejas, que são pequenas bolinhas vermelhas que podem aparecer no pescoço, debaixo do braços ou na região da fralda”, explica o especialista. “Na verdade, não é exatamente uma alergia, mas uma condição chamada de Miliária Rubra e melhora com o resfriamento da pele”, conclui.
De acordo com o Doutor, neste caso é importante vestir o bebê com roupas adequadas ao clima da região em que se vive, dando preferência às roupas de tecido leve, fino e de algodão, pois assim é possível evitar o calor excessivo. Além disso, o médico também pode indicar o uso de cremes calmantes e pomadas específicas.
Tecidos:
A pele do bebê é muito sensível e, por isso, alguns tecidos podem causar reações alérgicas como lã, sintéticos, náilon ou flanela, pois impedem que a pele respire adequadamente ou irritam diretamente a pele.
“Para evitar sensibilidade relacionada com os tecidos das roupinhas, é recomendado identificar qual o tipo de material que o bebê apresenta os sintomas para que então seja evitado. Além disso, a melhor roupa para bebê é sempre de algodão que é mais macio e está associado a menos casos de alergia”, finaliza o Dr. Rafael.
Sobre Rafael Soares
Rafael Soares é médico pela Universidade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, com título de especialista em dermatologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), assim como pós-graduação em nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia.
Fotos de Rafael Soares / arquivo pessoal
Demais imagens / Freepik e Pixabay | Divulgação
PEDAL ROSA: Prati-Donaduzzi realiza passeio ciclístico em prol da saúde da mulher
Outubro é o mês de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e câncer de colo do útero. Para marcar esta data e reafirmar seu compromisso com o bem-estar da população e comunidade, a Prati-Donaduzzi, em parceria com Prefeitura e Associação Comercial e Industrial de Toledo (ACIT) realizará no dia 03 de outubro, o Pedal Rosa, um movimento pela saúde da mulher.
O passeio ciclístico terá inicio das atividades às 8h00 no Lago Municipal de Toledo, com previsão de saída às 8h30. O trajeto de aproximadamente 5 km irá terminar no Parque do Povo. Os participantes precisam utilizar máscara e seguir as medidas de segurança sanitária. A participação é gratuita e não é necessário realizar inscrição.
O diretor de Marketing da indústria farmacêutica Edilson Bianqui convida a comunidade para se juntar a esta ação. “Somos uma empresa que tem a saúde das pessoas como uma missão. Atividade física é fundamental e neste Outubro Rosa buscamos fomentar através deste passeio ciclístico um olhar de atenção para a saúde da mulher, reforçando os cuidados de prevenção e hábitos saudáveis”.
O diretor geral de saúde de Toledo, Dr. Fernando Pedrotti, revela que todas as iniciativas que promovam o debate sobre os cuidados com a saúde da mulher são essenciais. “Será um dia especial, onde chamamos a população para uma prática saudável, para um momento de integração, para a reflexão sobre um tema importante”, salienta.
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