Mauro Picini Sociedade+Saúde 21/10/2020
Pelo menos 66 mil novos casos de câncer de mama poderão ser diagnosticados em 2020
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), as estimativas de incidência do câncer de mama para o ano de 2020 indicam o surgimento de pelo menos 66 mil novos casos da doença, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Sem causas específicas, o câncer de mama possui alguns fatores de risco, ou seja, situações que podem facilitar o surgimento da doença. Entre eles, estão: obesidade e sobrepeso, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo, não ter tido filhos, primeira menstruação antes de 12 anos, parar de menstruar após os 55 anos e histórico familiar de câncer de mama e ovário.
“São fatores diversos, ligados a questões ambientais, hormonais e genéticas ou familiares. Nem todas as pessoas que possuem esse histórico terão a doença, mas é uma preocupação que já deve deixar a paciente em alerta”, ressalta o médico oncologista do CEONC Hospital do Câncer, doutor Reno Paulo Kunz.
Na fase inicial, o câncer de mama pode dar sinais sutis por meio de mudanças geradas nas mamas, como, por exemplo, nódulos fixos e, geralmente, indolores que podem surgir na região dos seios ou axilas; diferença na cor da pele das mamas, deixando a superfície avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo, que pode, ou não, apresentar saída de secreção e pequenos nódulos na região da axila e pescoço.
Para que haja o diagnóstico precoce, ainda nesta fase inicial da doença, a Sociedade Brasileira de Mastologia indica a realização de mamografias anuais a partir dos 40 anos. Antes disso, no entanto, também é possível se prevenir.
“As mulheres, a partir do momento em que tiveram a primeira menstruação, podem fazer o autoexame, que tem se mostrado como uma importante ferramenta para o diagnóstico precoce da doença. O ideal é que a mulher esteja em uma posição confortável, em frente ao espelho. O primeiro passo é observar as mamas, depois, apalpar as regiões ao redor dos seios e axilas, observando toda e qualquer anormalidade como caroços, protuberâncias ou secreções. Diante de qualquer alteração, é preciso procurar um médico especializado”, recomenda o médico.
Outubro Rosa é todo dia – Prevenção é Ação!
Para conscientizar mulheres e comunidade sobre o câncer de mama e, ao mesmo tempo, respeitar as orientações quanto à prevenção do novo coronavírus, o CEONC Hospital do Câncer realiza, neste ano, a segunda edição da campanha “Outubro Rosa É Todo Dia”, que veio acompanhada do mote “Prevenção é Ação!”. Entre as principais atividades, está a oferta de conteúdos que informam e conscientização a população sobre a doença, além da disponibilização de um site para que as mulheres possam agendar o exame de mamografia de forma segura, online e em casa.
“Neste ano, pensando em evitar as aglomerações, substituímos as mobilizações presenciais pelas ações no universo digital. Por isso, a mulher que tem 40 anos ou mais pode acessar o site https://outubrorosa.ceonc.com.br/ e preencher o formulário solicitado. Depois, a nossa equipe entrará em contato para confirmar o agendamento do exame que será feito sem custo nenhum”, explica o oncologista.
Além disso, o CEONC também prevê a distribuição de adesivos que orientam sobre o autoexame para lojas e empresas e publicações frequentes sobre a temática nas redes sociais. A mobilização contra o câncer de mama, no entanto, não acontece só em outubro, conforme explica o doutor Reno.
“Disponibilizamos mamografia durante o ano todo e, se for identificada alguma alteração durante o exame de rastreamento, o CEONC oferece estrutura completa, que encaminha a paciente para exames complementares como ultrassom e ressonância magnética, biópsia e mapeamento dos marcadores tumorais da lesão. Depois, se for necessário fazer cirurgia, quimioterapia, radioterapia e reconstrução mamária, a paciente também encontra a estrutura necessária dentro do Hospital, facilitando o tratamento e dando mais segurança para a paciente”, destaca o médico.
Para agendar a mamografia pelo SUS, basta entrar em contato com o CEONC pelos telefones (45) 3324-4116, em Cascavel e (46) 3055-6161, em Francisco Beltrão ou acessar o site https://outubrorosa.ceonc.com.br/.
Biopark lança Programa Trainee para desenvolvedores
Entre os propósitos do Biopark está a transformação da Região Oeste do Paraná em um grande polo de Tecnologia da Informação. Para isso, o Ecossistema tem atraído empresas do setor e fomentado novos cursos e parcerias com Instituições de Ensino. Agora, o Empreendimento lança um novo projeto para a formação profissional de alta qualidade, o Programa de Trainee para Desenvolvedores de TI, uma oportunidade para profissionais da área se desenvolverem em um dos ambientes mais inovadores do Brasil.
O objetivo do Programa é atrair mão de obra para atender a demanda crescente por profissionais da área que possam atuar em diversos setores como indústrias e o setor agrícola, ramos em constante expansão na região. Além disso, dentro do Biopark a grande maioria das mais de 80 empresas em atividade, atuam na área e a demanda por profissionais qualificados está cada vez mais evidente.
Para se inscrever é preciso ter a formação em cursos da área de Tecnologia com período de conclusão entre junho de 2019 e dezembro de 2020. Além disso, o candidato deve saber programar, ter disponibilidade de mobilidade ou mudança para Toledo durante o programa. Será considerado um diferencial a fluência em inglês. O salário para os participantes do Programa é de R$ 3.000,00 mais benefícios como vale-transporte, vale-alimentação, restaurante na empresa e capacitação em métodos ágeis.
O Programa terá duração de seis meses e as inscrições vão até o dia 30 de outubro. Entre as etapas de seleção estão testes online, desafio Tech, Pitch, desafio em grupo e entrevista. A previsão é que o Programa tenha início em janeiro de 2021. As inscrições podem ser feitas no site: https://traineebiopark.gupy.io/.
Sobre o Biopark
O Biopark é um parque tecnológico 100% privado, localizado em Toledo – Oeste do Paraná. Criado pelos empreendedores Carmen e Luiz Donaduzzi – que possuem mais de 40 anos de experiência em empreendedorismo e desenvolvimento de pessoas – tem o objetivo de transformar Toledo e Região em referência nas áreas de pesquisa, inovação e geração de negócios.
Estima-se que futuramente o Empreendimento tenha uma população de 75 mil pessoas e gere mais de 30 mil postos de trabalho. Atualmente o local possui 4 Universidades, recebe uma nova empresa a cada 72 horas e tem mais de 70 negócios gerando aproximadamente 300 empregos diretos. Além disso, os investimentos no Biopark somam mais de R$ 300 milhões, entre eles, um Centro de Distribuição de Medicamentos da Prati-Donaduzzi, que já está com as obras avançadas, e um Complexo Hospitalar do Grupo Sempre Vida.
Síndrome do medo
Medo e insegurança são duas realidades que caminham juntas e se tornaram amigas do povo brasileiro. Vive-se o medo e a insegurança nos mais diversos níveis: medo de ser assaltado, de ser demitido, de não ser compreendido, medo da intolerância. Insegurança em relação à saúde, habitação, à economia do país. Razões não faltam para que a síndrome ganhe corpo e cresça feito uma bola de neve.
Não vejo com bons olhos o medo. Ele acaba gerando o individualismo e, dessa forma, se apresenta como um elemento imprescindível para que não haja solidariedade. O medo faz com que as pessoas se escondam e fiquem trancafiadas em suas próprias casas, em seus próprios mundos, em si mesmas, ensimesmadas. O medo é verdadeira vitamina para que nos tornemos ensimesmados!
Tenho medo do medo, desculpe-me a expressão, por mais paradoxal que possa ser. Pois ao contrário de uma sociedade regida pelo individualismo, gostaria de presenciar e viver numa sociedade regida pela solidariedade e pela partilha. Trata-se de minha utopia pessoal. Com ela sonho e choro, reflito e tento correr atrás; às vezes corro como um menino com os desejos mágicos da meninice; às vezes, como um idoso que de tanto apanhar na escola da vida, aprendeu como lutar e resistir diante dos problemas que a vida lhe apresenta.
Medo e solidariedade são sentimentos opostos. Impossível caminharem juntos, pois, um leva à exclusão dos outros nas relações sociais como se fossem seus inimigos e o outro, gera ação e mobilização comunitária.
É preciso ultrapassar a barreira do medo. A vida deve ser pautada em valores que estimulem a solidariedade. Penso que talvez assim possamos caminhar sem medo de amar, de falar a verdade em amor, de estar presente na caminhada dos que sofrem, de denunciar as violências presentes no cotidiano e de ser refrigério para os vulneráveis.
Se o medo afasta, a solidariedade une!
Autor: Luiz Alexandre Solano Rossi é professor da graduação em Teologia Interconfessional do Centro Universitário Internacional Uninter.