Com apelidos incomuns, Todinho e Nescau comandam ataque do Santo André
“As pessoas nem sabem meu nome. É só Todinho”, diz o baiano de Vitória da Conquista, cansado após um dos últimos treinos antes da estreia no Paulistão. O atacante de 28 anos não conhece a razão do apelido, mas sabe que apareceu primeiro na boca de sua avó materna.
“Minha mãe me contava que minha avó me chamava assim. Eu não conheci minha avó, mas minha mãe falava que ela ficava falando em casa: ‘Cadê Todinho? Traz Todinho aqui'”, conta o jogador com o seu alegre sotaque baiano. “Todo mundo em Vitória da Conquista me conhece como Todinho”, completa.
Nescau tem uma história mais curiosa sobre o apelido que o acompanha. “Um grande amigo de infância me chamava de Nescau. Ninguém se importava muito. Só ele me chamava assim. Um dia, na base do Rio Claro, o pessoal me viu comendo Nescau e aí o apelido ganhou corpo”, conta. “Mas foi no Marília mesmo que o apelido pegou. Tinha muito Gustavo no elenco e o treinador perguntou meu apelido. Eu, inocente, falei: Nescau. Aí já era”, explica o atacante natural de Piracicaba, no interior paulista. Ele tem a mania de comer puro o achocolatado em pó.
ANOS DE ESTRADA – Todinho é mais experiente e diz já ter “passado raiva com o futebol em um bocado de lugar”. Começou sua trajetória no Serrano, da Bahia. Em sua terra, atuou também no Vitória da Conquista e no Vitória. Depois defendeu Cuiabá, Juventude e Guarani, seu último time antes de chegar ao Santo André.
Nescau é jovem, tem 21 anos. O grandalhão de quase 1,90 metro foi revelado pelo Rio Claro, e, no interior paulista, também vestiu a camisa do Marília. No ano passado, jogou a elite do futebol nacional ao defender o então debutante Cuiabá. Foram seis gols por lá.
Embora joguem perto do gol, os dois entendem que suas características se complementam e, por isso, podem atuar juntos. Todinho é leve e mais rápido. Nescau, alto e forte, tem porte de um típico centroavante. “Vai depender do Carpini”, diz Todinho, fazendo alusão à responsabilidade do técnico Thiago Carpini. “Eu acho que daria certo. Eu de segundo atacante e ele de centroavante.”
A amostra é pequena. Por enquanto, os dois jogaram juntos uma vez só. Foi em um jogo-treino em que o Santo André fez 3 a 1 no São José, em Guararema, e cada um marcou uma vez. A oportunidade ideal para estarem juntos, eles dizem, é contra o Corinthians, o único dos quatro grandes do Estado que o Santo André vai receber em seu estádio, o Bruno José Daniel, no Paulistão. O duelo está marcado para o próximo domingo, dia 30. “É a chance de fazer nosso nome”, resume Nescau. “Com fé, vamos fazer um bom Paulistão.”
REFORMA NA CASA – Administrado pela prefeitura, o Bruno José Daniel ganhou algumas melhorias. A maior mudança está no piso. O campo antigo, costumeiramente alvo de críticas, deu lugar a um gramado sintético. A obra terminou em dezembro passado e a empresa responsável foi a Soccer Grass, a mesma que instalou o campo sintético no Allianz Parque. O investimento custou R$ 3,7 milhões à prefeitura, que também reformou os vestiários e colocou iluminação de LED.
Neste ano, o Santo André integra o Grupo D do Paulistão, ao lado de Red Bull Bragantino, Ponte Preta e Santos. A chave é considerada a mais forte do torneio. O “Ramalhão” caminha para a 27.ª participação no Estadual e está há três anos seguidos na elite do futebol paulista. O clube viveu seu auge em 2004, quando calou 70 mil flamenguistas no Maracanã e conquistou a Copa do Brasil.
O Santo André estreia no Paulistão nesta terça-feira, às 19h, contra o Botafogo, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, onde Todinho diz estar acostumado a balançar as redes. “Sempre faço gol lá”, explica, confiante em um bom começo.
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