Com Djokovic sob holofotes, US Open tem torcida sem máscara e sem vacinação total

Tudo mudará de um ano para o outro no US Open. Se em 2020 o Grand Slam americano foi disputado sem um torcedor sequer nas arquibancadas, dentro de uma rígida “bolha”, a partir desta segunda-feira a história será diferente em Nova York. O torneio terá capacidade máxima liberada, sem exigir dos torcedores o uso de máscara e a vacinação completa contra a covid-19.

Pelas regras anunciadas pelo torneio, a máscara “poderá” ser cobrada somente em “certos” locais fechados, que são a exceção no complexo Billie Jean King, formado por quadras sem cobertura. Mesmo as duas maiores, que contam com teto retrátil, serão consideradas lugares ao ar livre, sem a obrigação de usar a proteção no rosto, portanto. Nas áreas fechadas, o acessório ainda poderá ser dispensado se o torcedor estiver comendo ou bebendo.

A organização vai exigir dos fãs de tênis apenas o comprovante da primeira dose da vacina. Não haverá exigência de teste negativo para a covid-19, algo recorrente em grandes eventos nas últimas semanas. É possível que o US Open venha a receber cerca de 750 mil torcedores ao longo de duas semanas, como aconteceu em 2019, a última edição do torneio antes da pandemia.

Diante das ameaças da variante Delta, a competição será quase um teste para a vacinação local. Os Estados Unidos apresentam números superiores aos do Brasil, por exemplo, mas ainda está longe de alcançar a proteção adequada. Pouco mais de 51% da população americana já tomou as duas doses ou a dose única da vacina, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês).

Será diante destes fãs e de quase todos os holofotes que o sérvio Novak Djokovic poderá fazer história de um jeito que seus principais rivais, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, jamais fizeram. O número 1 do mundo busca dois grandes feitos em Nova York. É o grande favorito a conquistar o 21º título de Grand Slam, que se tornaria o novo recorde entre os homens. No momento, está empatado com Federer e Nadal, todos com 20.

Se vier, o troféu será duplamente histórico porque Djokovic terá “fechado” o Grand Slam. Ou seja, se tornará campeão de todos os quatro maiores torneios do circuito num mesmo ano, feito raríssimo na história do tênis. Para se ter ideia da grandiosidade da conquista, apenas dois tenistas fizeram isso antes no masculino. O último foi o australiano Rod Laver, em 1969. Já havia feito em 1962, ainda na era amadora do tênis, assim como o americano Don Budge, em 1938. Para muitos, Laver é considerado o maior da história por ser o único a vencer as quatro competições na era aberta (e profissional) do tênis, contada a partir de 1968.

Djokovic já foi campeão do Aberto da Austrália, de Roland Garros e Wimbledon neste ano. Se repetir a dose no US Open, deixará Federer e Nadal de vez para trás e acabará com muitas das discussões sobre quem é o melhor tenista da história. “Eu sei como é grande a oportunidade que está diante de mim em Nova York”, afirma o sérvio. “O público estará de volta. Mal posso esperar. Mas tenho que acertar uma bola por vez, como se diz.”

O cenário estará favorável ao favorito. Federer e Nadal não vão competir por motivos físicos – já encerraram suas temporadas, por sinal. O mesmo aconteceu com o austríaco Dominic Thiem, atual campeão. Também estarão fora Serena e Venus Williams. Num US Open marcado por baixas de peso, somente estes desfalques contabilizam 71 troféus de Grand Slam. Será ainda a primeira vez desde 1997, há 24 anos, que um Major não terá Federer, Nadal e as irmãs americanas.

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