Com transmissão em russo e presença de Massa, Stock Car quer ser internacional

Com transmissão gratuita das corridas até em russo, a Stock Car abre a temporada neste fim de semana, em Goiânia, disposta a se tornar uma categoria cada vez mais internacional. O equilíbrio da disputa e a presença de pilotos com bagagem na Fórmula 1 e na Fórmula Indy são as apostas dos organizadores para a competição romper as fronteiras do Brasil e ser assistida por qualquer pessoa via internet.

O campeonato terá neste ano além de Rubens Barrichello, as estreias de Felipe Massa e de Tony Kanaan, nome com cerca de 20 anos de experiência na Indy. Os experientes e renomados pilotos aceitam a proposta de voltar ao automobilismo brasileiro por causa principalmente do nível de competição. No ano passado, todo o grid de largada chegou a ficar distante apenas por meio segundo. O equilíbrio fez com que em 2020 as 18 etapas tivessem 13 vencedores diferentes.

“O nível que a Stock Car tem é difícil de encontrar em outra categoria”, disse Massa. O piloto vai completar 40 anos no próximo domingo justamente na data de estreia na categoria. “A Stock Car é a nata do automobilismo brasileiro. É extremamente competitiva porque os carros são muito iguais. Todos têm a mesma chance. Piloto gosta desse tipo de disputa”, explicou Kanaan.

Em termos financeiros, a categoria também é atrativa. A reportagem apurou que os principais contratos chegam a pagar quase R$ 2 milhões anuais para os pilotos. Com o calendário da Stock Car fixado em dez finais de semana, alguns competidores conseguem aumentar os rendimentos ao conciliar a disputa do campeonato com a participação em outras categorias. “Ninguém veio para a Stock Car para ficar brincando. Temos pilotos de altíssimo nível”, disse Barrichello.

Segundo o diretor executivo da categoria, Fernando Julianelli, a Stock Car envolve mais de 200 diferentes patrocinadores. As marcas se dividem entre as apoiadoras do evento e os anunciantes particulares de cada equipe e piloto. O grid deste ano terá 32 competidores, quatro deles com passagens pela F-1: Felipe Massa, Ricardo Zonta, Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet.

Esses nomes conhecidos internacionalmente ajudam a categoria a projetar sucesso com a principal novidade para 2021: a transmissão internacional gratuita pela internet em inglês, espanhol e russo. A exibição será pelo site Motorsports. “Os pilotos têm fãs no mundo todo, como é o caso do Massa, que guiou pela Ferrari e é muito querido pelos italianos. Isso será importante para internacionalizar a categoria”, disse Julianelli ao Estadão. A Stock Car também terá transmissão em TV aberta pela Band e em TV fechada pelo SporTV.

ENCONTRO DE GERAÇÕES – A temporada deste ano será um encontro também entre diferentes gerações do automobilismo. Kanaan, de 46 anos, voltará a correr em Goiânia pela primeira vez após 30 anos. Por outro lado, nomes jovens da categoria se dizem ansiosos por competir contra adversários que até então eram tidos como exemplos. “Posso até pagar caro lá na frente porque o nível dos pilotos mais experientes é muito elevado, porém adianto que respeito, mas não tenho medo de nomes famosos que estão sendo muito destacados por já terem corrido na Fórmula 1 e na Fórmula Indy”, explicou Bruno Baptista, de 24 anos.

O mais experiente do grid é Cacá Bueno. O piloto vai para a 20.ª temporada seguida na Stock Car movido pelo desafio de se manter competitivo diante de adversários renomados. “Eu procuro sempre aprender. As gerações vão se renovando, evoluindo, assim como os autódromos e os carros. Temos de aprender a mexer com tecnologia e dados. Neste ano participo de categorias similares, a GT3 e a Porsche Cup. Procuro me manter o mais ativo possível”, comentou.

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