Combustível: com etanol em alta, consumidores preferem gasolina
Levantamentos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam o aumento dos preços médios do etanol hidratado. A elevação do litro na bomba do combustível faz com que a gasolina seja mais competitiva que o etanol. Se o consumidor considerar a conta realizada por especialistas para saber qual tipo de combustível compensa abastecer o veículo, a gasolina ganha preferência.
A última coleta de dados publicada pela ANP em Toledo ocorreu entre os dias 3 a 24 de agosto. Para saber qual combustível compensa, basta multiplicar o preço da gasolina por 0,7 – o resultado é o preço máximo pelo qual o etanol vale a pena. Por exemplo, o menor valor praticado no litro da gasolina comum – no período da coleta – era de R$ 5,55; esse valor deve ser multiplicado por 0,7, o que resulta em R$ 3,88, ou seja, esse seria o valor máximo para compensar abastecer no etanol. Contudo, o menor preço praticado era de R$ 4,25, ou seja, é mais alto do que o resultado do cálculo, o que aponta que não compensa abastecer com etanol.
“Toda a vez que temos aumento de combustível observamos uma redução de consumo”, comenta o proprietário de Posto Blindagem, Ademar Ellwnager. “Isso dá uma travada de mercado por alguns dias até a necessidade de circular e ajustar. Depois volta à normalidade”.
REDUÇÃO NA VENDA DE ETANOL – Na avaliação de Ellwnager, o etanol teve aumento muito elevado e está fora do preço real do mercado. Ele afirma que o valor praticado já resultou na redução da venda, ou seja, o consumidor que possui um veículo flex está migrando para a gasolina.
“Nos últimos tempos tivemos redução de 60% a 70% na venda de etanol, porque muitos migraram para a gasolina”, relata ao pontuar que os consumidores estão fazendo o cálculo do 0,7 e concluindo que não compensa abastecer com etanol, pois o etanol – a base de cana ou de milho – por ter menor poder calorífico, para ser vantajoso, precisa ter preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos de combustíveis. “O ideal é esperar que volte a certa normalidade, porém não vejo isso a curto prazo”.
GASOLINA É MAIS VANTAJOSA – “Cada vez que abasteço o carro levo um susto”, relata o representante comercial, Fernando Souza. “Antes ainda compensava, em alguns estados, abastecer com etanol, mas depois dos últimos reajustes, não vale a pena. Para quem tem carro flex o melhor tem sido colocar gasolina”.
Souza pontua que o ‘susto’ é ainda maior quando está no Rio Grande do Sul. Ele costuma fazer as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país e afirma que o custos para completar o tanque de combustível está cada vez mais pesado no bolso.
“Estamos enfrentando um reajustes atrás do outro. Já não temos esperança de que vai ocorrer uma redução. Enquanto isso, precisamos trabalhar e, no meu caso, ‘rodar’ é essencial para atender os clientes e fazer nova vendas. Já não consigo mais fazer uma projeção certa de quanto vou gastar com combustível durante o mês, pois varia a região que estou e também não tem o equilíbrio em abastecer com etanol para compensar”, finaliza.
Da Redação
TOLEDO
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