Começa hoje vazio sanitário; período evita ferrugem asiática e reduz custos na lavoura

Começa hoje (10) e segue até o dia 10 de setembro o período do vazio sanitário da soja. Nesses três meses é proibida a presença de plantas vivas, cultivadas ou voluntárias nas lavouras de cultura de soja, ao longo de estradas, carreadores ou outras localidades, durante o período de entressafra da cultura no estado do Paraná.

A medida segue a portaria nº 342/2019 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) que estabelece ainda outras providências, entre elas a proibição do plantio de soja sobre esse grão na mesma área e no mesmo ano agrícola. A portaria também determina que a colheita e a interrupção do ciclo da cultura ocorram até o dia 15 de maio de cada ano.

PREVENÇÃO – O fiscal agropecuário da Adapar Anderson Lemiska explica que a ação faz parte de um método para evitar a ferrugem asiática. A ferrugem asiática atinge todos os estados produtores da soja e no Paraná a doença tem sido manejada e controlada com medidas de prevenção, como o vazio sanitário aliado à aplicação de fungicidas, quando necessário. A proposta do manejo agrícola é reduzir ao máximo a aplicação desses produtos.

“O agricultor tem que ficar atento na sua lavoura. Já estamos acompanhando a campo algumas áreas que a soja foi semeada um pouco mais tarde e, agora, com a entrada da cultura de cereais de inverno, como o trigo e a aveia, há bastante presença de plantas vivas de soja”.

O profissional explica que a situação é bem parecida nas lavouras de milho. “Como teve atraso na semeadura, houve um fluxo germinativo de soja no meio dessas lavouras, principalmente, nessas áreas que foram semeadas mais tarde. 2021 é um ano bem atípico em relação aos períodos anteriores e podem ocorrer muitos problemas durante o vazio sanitário da soja”, pontua o fiscal.

CUIDADOS – Lemiska enfatiza que o agricultor deve estar atento as condições das suas lavouras. Ele pode ainda consultar um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola para fazer o controle dessas plantas voluntárias de soja para que não tenha problemas com autuações e processos dentro da Adapar.

Outra medida do vazio sanitário é auxiliar na redução de custos, porque diminui a utilização de fungicidas além de minimizar os riscos de resíduos nas plantas. É uma ação preventiva que o produtor faz para ter bons resultados na safra e evitar focos da doença.

“O objetivo do vazio sanitário é a proteção do próprio agricultor, ou seja, essas plantas voluntárias de soja são hospedeiras da ferrugem asiática da soja, considerada a principal doença da cultura no Brasil. Eliminando essas plantas, o foco de ferrugem asiática tende a chegar mais tarde nas lavouras e também a redução da utilização dos fungicidas para o manejo da doença”, cita o fiscal da Adapar ao complementar que ultimamente a Embrapa demostra, por meio das pesquisas oficiais, a perda da eficiência desses fungicidas. “Por isso é importantíssimo o agricultor ficar atento a essa medida legislativa”, finaliza Anderson Lemiska.

FISCALIZAÇÃO – A Adapar promove fiscalizações nas propriedades agrícolas para garantir o cumprimento da Portaria. No ano passado, a fiscalização notificou e autuou produtores que não adotaram os cuidados necessários para garantir o plantio ou a ausência de plantas e a germinação de plantas voluntárias de soja. No Estado, foram emitidas 206 notificações e 204 atuações aos produtores inadimplentes, de acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná.

Além das fiscalizações que são necessárias, a Adapar ainda atua com a conscientização do produtor para que haja, efetivamente, a interrupção do ciclo e a ausência de plantas de soja no campo. Essas ações de fiscalizações e orientações continuam mesmo durante o período de pandemia da Covid-19, pois as pragas permanecem ativas e a agricultura segue seu rumo normal de plantio, manejos fitossanitários e colheita.

Da Redação

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