Corinthians abre quartas de final do Paulistão com atenções divididas

O Corinthians segue sua maratona e nesta terça-feira entrará em campo em um horário pouco comum para jogos durante a semana. O time receberá a Inter de Limeira, às 16h, na Neo Química Arena, no duelo que abre as quartas de final do Campeonato Paulista.

Os jogadores tiveram apenas um dia de treino preparatório para a partida. A única baixa continua sendo o volante Cantillo. Ficaram de fora da lista de relacionados, por opção do técnico Vagner Mancini, o volante Xavier e o atacante Rodrigo Varanda. A tendência é que o treinador mande força máxima a campo, mas escalará sua equipe também preocupado com outro confronto decisivo.

Na quinta-feira, o Corinthians visitará o Peñarol, no Uruguai, pela fase de grupos da Sul-Americana. Um tropeço pode custar a eliminação do torneio continental e prejuízo financeiro para o clube, que tem dívida quase bilionária.

Sem dinheiro para contratações, a estratégia de Mancini tem sido apostar na base. No domingo, na vitória por 2 a 1 dos reservas sobre o Novorizontino, o estreante Mandaca, de 19 anos, marcou o gol da vitória.

“Não é uma semana fácil. Para terça, tenho uma equipe que descansou domingo. De terça para quinta não sei se terei a possibilidade de escalar os mesmos atletas. Temos de nos basear no que ocorrer, no cansaço do jogo. Talvez na quinta a equipe ideal não seja a de terça pelo cansaço, pela recuperação. Com calma, vamos viver um dia após o outro”, disse o treinador após a partida com o Novorizontino.

Mancini também sabe que dificilmente virão reforços. “Entramos em uma fase decisiva do Paulista e da Sul-Americana. Trabalho com o elenco que tenho nas mãos. Reforço é sempre bem-vindo para o clube. Quando tivermos condições, certamente será feito (investimento). Nossa diretoria está atenta ao mercado e na hora certa isso vai acontecer.”

O Corinthians avançou para as quartas de final com a segunda melhor campanha na primeira fase, com 25 pontos, atrás do São Paulo, que fez 27. A pontuação continuará sendo acumulada e serve como critério para definição do mando na final.

O treinador dividiu o elenco em dois para dar conta da maratona. A formação com os reservas tem dado visibilidade aos mais jovens, que aos poucos vão ganhando, espaço no time principal. Os zagueiros João Victor e Raul e o centroavante Cauê são alguns exemplos.

Mancini deve optar mais uma vez por uma formação com três zagueiros e manter o jovem centroavante isolado na frente. “Temos que manter os pés no chão, saber o que podemos fazer e somar as vitórias para seguimos brigando por títulos.”

O RIVAL – A Internacional de Limeira já cumpriu seu objetivo no Campeonato Paulista, que era escapar do rebaixamento, mas isso não impede o time de sonhar com a classificação para as semifinais diante do Corinthians. Agora assumiu claramente o papel de azarão.

Depois de um início muito ruim, com cinco derrotas em seis jogos, a Inter arrancou na reta final e, com cinco vitórias nas últimas seis rodadas, terminou na vice-liderança do Grupo A, com 18 pontos. O curioso é que o time ainda não empatou.

“Vamos trabalhar, onde permitirem chegar, vamos pelas beiradas. Estávamos fadados ao rebaixamento, por estrutura, orçamento e elenco reduzido, e agora figuramos entre os classificados. É motivo de muito orgulho e satisfação”, comemorou o técnico Thiago Carpini.

Por questão contratual, já que estão emprestados pelo Corinthians, o lateral-direito Matheus Alexandre e o volante Thiaguinho são desfalques. O clube até tentou suas liberações, mas não houve acordo com o time da capital.

No entanto, Thiago Carpini tem o retorno de vários titulares que foram poupados na última rodada – vitória por 1 a 0 sobre o Guarani -, como o zagueiro Renan Fonseca, o lateral-esquerdo Rafael Santos, os volantes Deivid e Igor Henrique e o atacante Felipe Saraiva.

O goleiro Jefferson Paulino, que sentiu uma lesão muscular e deixou o jogo diante do Guarani no intervalo, deve jogar. Mas Rafael Pin está de sobreaviso. No ataque, Welinton Torrão e Bruno Xavier brigam por uma vaga.

Apesar de o time não balançar muito as redes – cinco das seis vitórias foram por 1 a 0 -, a principal aposta é no camisa 9, que é um velho conhecido da fiel torcida. Corintiano assumido, o experiente Roger defendeu o clube em 2018, quando disputou 22 partidas e marcou cinco gols. “Nós temos um grupo pequeno, mas muito unido. É um grupo de guerreiros e temos conseguido bons resultados na base da dedicação de todos”, disse Roger sobre o segredo do azarão das quartas de final.

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