Covi-19: Teste da UFPR apresenta mais sensibilidade se comparado com o comercial

Como estratégia para conter a pandemia do novo coronavírus está a testagem em massa da população para a Covid-19. Entre os testes utilizados para testar a presença da doença em indivíduos estão os testes sorológicos, que detectam anticorpos (IgM e IgG) a partir de uma amostra de sangue. Os testes laboratoriais que detectam tais imunoglobulinas são realizados através de kits aprovados pela Anvisa, na plataforma de Elisa. Com a finalidade em desenvolver um novo teste sorológico para diagnóstico da Covid-19, o professor Dr. Luciano Huergo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – setor Litoral – criou um novo teste sorológico utilizando proteínas recombinantes do SARS-CoV-2. A validação populacional do novo teste sorológico acontece na UFPR, campus Toledo.

No Município, a pesquisa é coordenada pelas professoras do curso de medicina da Universidade Dra. Ana Paula Brandalize e a Dra. Kádima Teixeira e os estudos estão em fase de finalização. “Os resultados têm sido bastante satisfatórios quando comparados a resultados de testes sorológicos correlatos disponíveis no mercado. Análises foram feitas conforme os protocolos de validação exigidos pelos órgãos responsáveis – como a Anvisa – e os resultados obtidos mostraram que o teste da UFPR apresentou mais que o dobro de sensibilidade que os testes comerciais”, revela Dra. Kádima.

PERFIL – Por meio da pesquisa foi possível ainda traçar um perfil clínico-epidemiológico da população participante. Aproximadamente 400 pessoas participaram da pesquisa, pois esse número é necessário para a validação, sendo considerado um valor estático calculado a partir do número de habitantes de Toledo.

De acordo com a pesquisadora, os estudos mostram que do total de indivíduos, 61,72% são do sexo feminino e 38,38% do sexo masculino. A idade variou entre 18 e 84 anos, com maior incidência na faixa etária de 18 a 40 anos (60,8%).

Dentre os participantes positivos para Covid-19, os principais sintomas relatados foram: diarreia (86,1%), perda de olfato ou paladar (72,3%), cefaleia (67,9%), cansaço (66,5%), dor muscular (58,4%), tosse (55,5%), febre (42,6%), dor de garganta (39,1%) e dispneia (28,2%). Além disso, verificou-se que 28,23% destes declararam comorbidades, sendo que 32,2% tinham hipertensão e 27,1% hipotireoidismo.

ANTICORPOS – A professora explica que de acordo com as pesquisas atuais, é conhecido que a produção de anticorpos específicos contra o novo coronavírus tende a diminuir alguns meses após a infecção.

“Indivíduos nessa situação, que foram testados usando o kit comercial, apresentaram ausência dos anticorpos protetores; os mesmos indivíduos ao serem testados com o teste da UFPR ainda apresentavam anticorpos detectáveis, ou seja, o kit comercial não conseguiu detectar os anticorpos específicos”, salienta Dra. Kádima.

Ela complementa que esse resultado é considerado importante no cenário atual. Segundo a professora, a vacina está sendo administrada, neste momento, e é importante saber se ela realmente consegue induzir proteção por meio da produção de anticorpos específicos e por quanto tempo. “Essa será uma nova fase da pesquisa e ela deve acontecer ainda neste ano”, conclui a professora.

Da Redação

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