Cresce consumo de carne suína no Brasil, aponta APS

Há muito tempo o brasileiro conhece muito bem o sabor da carne suína, mas desde que houve o lançamento da chamada “Semana da Carne Suína”, em 2010, uma iniciativa do sistema suinícola nacional, com apoio de entidades como a Associação Paranaense de Suinocultores (APS), vem ocorrendo aumento no consumo per capta, especialmente em regiões onde não havia produção e nem facilidade de acesso à essa fonte de proteína animal. Com a expansão da atividade, concentrada em sua maioria na região Sul, e da introdução de novas técnicas de corte, inclusive com cursos promovidos junto aos mestres açougueiros, além de uma exposição mais bem elaborada nas gôndolas do varejo, o consumo tem aumentado significativamente, ano a ano.

Em termos percentuais, houve aumento de 21% no consumo em kg por habitante (consumo per capta), na última década, passando de 14,9 kg para 18 kg, resultado também do crescimento da produção e da exportação da proteína, que bateu recorde no último trimestre de 2023.

Dentre as principais fontes de proteína animal (boi, aves e suínos), o brasileiro vem fazendo a troca da carne de boi pela carne suína, até em razão do custo mais elevado dos cortes bovinos mais tradicionais da chamada “carne vermelha”. Soma-se a isso, o fato de haver mais cortes especiais de carne suína à disposição nas gôndolas dos supermercados, e melhor exposição, o que facilita a compra.

Por outro lado, chama a atenção, também, o recorde no abate de suínos no 1° trimestre de 2023, que atingiu 14,16 milhões de cabeças suínas, o maior abate desde final da década de 90. Enquanto isso, as exportações aumentaram 15,1% se comparadas a igual período em 2022. Isso acaba influenciando na receita cambial, com variação positiva de 27,48%, comparada a do ano anterior.

Em volume, enquanto em 2022 foram exportadas 457,8 mil/t, no primeiro semestre de 2023, as exportações de carne suína atingiram 526,4 mil/t, uma variação positiva de 14,99%. Já no caso da carne bovina, houve queda de -4,87%.

SAÚDE – A propósito, ao destacar a alta no consumo de carne suína, o setor responsável pela produção dessa fonte de proteína animal faz questão de ressaltar que em casos da chamada “gripe suína”, doença causada por um subtipo do influenzavírus do tipo A, a forma de transmissão se dá pelo contato direto com os animais e não pelo consumo da carne. É o que destaca, por exemplo, o pneumologista, Dr. Hisbello da Silva Campos. “Esse subtipo é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína (daí o nome pelo qual ficou conhecida inicialmente), que infectaram suínos simultaneamente”, informa.

O especialista lembra que, recentemente, as autoridades de saúde brasileiras relataram um caso fatal de variante suína H1N1 (H1N1v) à Organização Mundial da Saúde (OMS). “Porém, a vítima, uma mulher de 42 anos, tinha problemas de saúde pré-existentes, era paciente oncológica, e o óbito se deu em decorrência da sua baixa imunidade e em consequências do câncer”, destacou em nota, a própria Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), estado em que ocorreu o caso.

Numa investigação mais apurada, se descobriu que a mulher morava perto de uma granja de suínos, e embora não tivesse contato direto com os animais, dois de seus contatos próximos trabalhavam na granja. Nenhum dos dois apresentou sintomas ou testou positivo para gripe. Dias depois, a própria OMS atestou que nenhuma transmissão de humano para humano foi identificada. “Infecções humanas com vírus variantes da gripe geralmente são leves, e experiências recentes indicam que esse vírus não é tão agressivo quanto se imaginava”, conclui o infectologista Silva Campos.

TOLEDO

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.