Custo na alimentação do peixe é uma preocupação da cadeia de produção

As produções de peixes desejadas pelos criadores dependem – significativamente – de uma nutrição balanceada, entre outros fatores. Uma ração com a qualidade pode resultar em produto de alto custo, o qual também pode elevar o preço final dos peixes. É possível minimizar os custos com opções técnicas que viabilizem a utilização de fontes proteicas sucedâneas às mais onerosas, mesmo existindo algumas restrições nutritivas.

Os técnicos da área de piscicultura do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) participaram de uma capacitação com o professor, Doutor em Nutrição de Peixes Wilson Boscolo, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo. Boscolo falou, na última terça-feira (4), sobre os novos conceitos de alimentação.

Segundo o professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, Dr. Wilson Boscolo, o manejo alimentar é baseado na observação de vários fatores da qualidade de água.

MONITORAMENTO – “As tabelas/guias de alimentação de tilápias levam em conta o peso do peixe e a temperatura da água. No entanto, hoje não são suficientes para ter sucesso na criação. Atualmente, se faz necessário um melhor monitoramento de outros parâmetros para melhor ajuste do manejo alimentar”, explica Boscolo.

Além disso, o técnico ou o piscicultor precisa monitorar melhor a qualidade da ração. Boscolo comenta que o produtor não deve somente analisar o teor de proteínas. “Precisamos analisar perfil de aminoácidos, níveis de vitaminas, além de outros nutrientes essenciais”.

INVESTIMENTOS – Outro fator destacado pelo professor é o produtor investir – cada vez mais – em automação e sensores para monitorar os parâmetros de qualidade de água. “Mas a maioria não monitora constantemente o oxigênio dissolvido na água, como sendo uma rotina diária”.

Por isso, Boscolo considera cursos ou capacitações que abordam esses temas fundamentais. “Observamos que técnicos, como do IDR-PR, e pesquisadores das universidades difundem a tecnologia e os resultados”.

ENCONTRO – Antes do curso, os técnicos do Instituto participaram de uma reunião administrativa. O médico veterinário do IDR-PR Gelson Hein destaca a grandeza e a experiência do professor. “É importante compartilhar os resultados de trabalhos de campo. Alguns assuntos não são considerados tão novos; outros envolvem a alimentação do peixe e influência no custo da produção”.

Hein salienta que o custo de produção da ração no sistema intensivo de peixes é considerado elevado e varia de 70% e em algumas situações chegando a aproximadamente 90%. “80 a 85% será uma média de custo de produção no quilo e está envolvido a ração”.

Segundo o médico veterinário, o produtor preocupa-se com o custo da ração, mas ele possui outros valores a serem contabilizados, como energia elétrica ou a aquisição de equipamentos. “O custo na alimentação do peixe é uma preocupação da cadeia de produção. Por isso, precisamos ter um técnico orientando corretamente o produtor no inverno, quando a resposta de engorda do peixe não é tão satisfatória em relação ao alimentado consumido”.

Hein enfatiza que o técnico deve orientar ao produtor sobre o uso da ração. “O piscicultor pode avaliar os componentes da ração, desde qual elemento agrega qualidade e qual agrega custo”, finaliza.

Da Redação

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