Custos das operações de transporte de carga colocam setor em alerta

Os principais itens que formam o custo das operações de transporte sofreram aumentos de preço que refletem diretamente na viabilidade de quem trabalha no setor. Os reajustes do combustível, os juros básicos, os preços dos caminhões e a inflação setorial geram impacto para a classe, especialmente, quando existe a dificuldade de cálculo de frete e repasse ao cliente.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Toledo (Sintratol) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar) alertam os profissionais da área sobre a importância em saber calcular os fretes, adotar estratégias de trabalho pertinentes com a realidade atual e a constante busca por conhecimento, tecnologia e desenvolvimento da empresa.

Em nota, os sindicatos alertam que o setor tem sofrido desde o ano passado. “Em 2021, frente a um mundo se reajustando aos reflexos da pandemia, nosso segmento, responsável pelo tráfego de mais de 65% de tudo que é transportado no país, vem sendo impactado negativamente pelas importantes mudanças no cenário macroeconômico”, aponta trecho da nota.

“A realidade é que o custo do transporte vem aumentando significativamente nos últimos anos”, destaca o presidente do Sintratol, Allan Rodrigues Tressi. “Os donos de empresas e autônomos não sabem repassar esse custo para o cliente. Infelizmente, neste cenário tem transportador ‘quebrado’ e não percebe que precisa repassar isso para o cliente dele”, pontua o presidente.

CUSTO DAS OPERAÇÕES – Entre os principais desencadeadores do custo das operações de transporte, o Sintratol e o Sintropar em nota citam que o “óleo diesel, que representa em torno de 46,08% do custo direto, subiu 65,3% no ano; os juros básicos (Selic) nos últimos seis meses evoluíram de 2% para 8,5% (projeção para outubro/21). Os spreads bancários também subiram cerca de 2 pontos percentuais; os preços de caminhões e implementos rodoviários aumentaram mais de 50% e a inflação setorial que superou 30% no período”.

“Precisamos mudar a forma de trabalhar. O transportador precisa investir em conhecimento, tecnologia e desenvolvimento da empresa, pois é a única solução para um transporte profissional e qualificado”, alerta o presidente do Sintratol.

Segundo a nota, o cenário se agrava com a prática cada vez mais difundida pelos usuários de fazer BID’s – Bidding Process que consiste em escolher no mercado possíveis transportadoras para uma negociação, sendo que as participantes devem oferecer lances, de maneira similar a com um leilão – frequentes e “aumentar os prazos de pagamentos, muito longos em alguns setores, enquanto os itens mais relevantes dos custos da atividade são materializados imediatamente (diesel, pedágios, mão de obra, entre outros)”.

Os sindicatos apontam que a “prática de prazos longos vai no sentido oposto à racionalidade dos custos logísticos, já que são sustentados pelos transportadores, que têm menos acesso ao crédito, arcando ainda, com taxas reconhecidamente elevadas. Este modelo transfere para os transportadores o ônus de financiamento das vendas, além do elevado custo dos investimentos”.

BUSCAR A VIABILIDADE ECONÔMICA – A nota ainda acrescenta que a “capacidade de investimento do setor ficou substancialmente reduzida, com a elevação dos preços dos ativos e do custo de capital, já que as margens de lucro do segmento são historicamente baixas”. Com o objetivo de preservar a viabilidade econômica das empresas para que continuem a prestar serviços dentro de padrões de sustentabilidade e ética, o Sintropar, o Sintratol e o Núcleo das Transportadoras, com apoio da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e a Transpocred, irão promover uma palestra com o especialista em transporte e assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia.

A palestra acontece nos dias 23 e 24 de novembro nos municípios de Toledo e Cascavel. O encontro estará focado em repassar informações para que o transportador saiba como calcular os fretes vigente à situação atual do setor e do país. O conteúdo abordado deve envolver preços e custos do transporte rodoviário de carga, tais como: planilha de custos operacionais, composição do frete, fatores de influência, componentes tarifários, modelagens de tabelas de fretes e formas de reajustar fretes entre outros.

Em Toledo a palestra acontece no Sest/Senat das 8 horas às 12 horas. Para fazer a inscrição basta entrar em contato pelo telefone (45) 3252-2525 até a próxima sexta-feira (19), o investimento é de R$ 250,00. Os associados das entidades possuem desconto para participarem do encontro.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

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