Demanda aquecida sustenta preço pago ao produtor de tilápia

A demanda aquecida tem sustentado as cotações da tilápia. Os preços tiveram novas altas no final de novembro do ano passado na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com isso, os produtores tiveram condições de negociação com as indústrias.

O médico veterinário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Gelson Hein acompanha a cadeia da piscicultura e ele comenta que o preço repassado ao produtor é considerado bom, mas para o consumidor nem tanto. “Neste momento, o mercado está com bastante peixe e não deve faltar tilápia nesta Quaresma”, destaca.

MERCADO – Hein explica que o mercado, inclusive, está favorável ao produtor desde setembro do ano passado. “Em 2023, o produtor não teve problemas significativos na produção”.

Ele salienta que a água sempre esteve disponível ou os peixes não apresentaram doenças. “Enfim, o povoamento da tilápia é considerado normal e a expectativa é essa condição ainda se manter”, afirma.

Esse cenário proporciona bons negócios ao produtor. O profissional ainda esclarece que uma possível baixa para o produtor não significará baixa ao consumidor, pois os mercados estão bem abastecidos. “Acredito que a cadeia continuará funcionando com este cenário ainda durante um período”.

NÚMEROS – Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada mostram que o valor do quilo da tilápia repassado ao produtor da região Oeste do Paraná estava R$ 9,48. O estudo foi publicado no dia 16 de fevereiro deste ano. O valor é considerado atrativo por Hein.

Ele realiza um comparativo entre as regiões Oeste e Norte do estado do Paraná. Enquanto, no Oeste é pago o valor de R$ 9,48 por quilo ao produtor; no Norte a margem é maior, chegando a R$ 9,96. “A margem pode ser maior, mas os produtores da região Oeste devem ter maior lucratividade, porque o nosso custo de produção é menor”, menciona.

O médico veterinário justifica que o custo de produção no Oeste é menor em comparação ao Norte. Ele cita o exemplo que no Norte, o trabalho é realizado em tanque-rede. “Com isso, o prazo de engorda pode ser considerado maior que a região Oeste”.

ESTABILIDADE – Hein ainda relata que o preço do quilo da tilápia repassado ao produtor está equilibrado desde o mês de dezembro do ano passado, com uma pequena queda. “Existe uma tendência de baixa, porque os valores do milho e da soja diminuíram. É um decréscimo pequeno, entretanto, significativo ao considerar o círculo de produção”.

De maneira geral, o médico veterinário do IDR-PR menciona que o preço do quilo da tilápia se mantém em média um ano ao produtor e com cerca de 10% a mais no bolso do produtor em relação a outros períodos. “Por sua vez, o preço repassado ao consumidor não está tão atrativo. Mas, é preciso salientar que o momento para comercializar é agora. Depois da Quaresma, a tendência é sempre diminuir”, finaliza Hein.

Da Redação

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