Dengue: Toledo registra casos positivos e gera preocupação

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou, na terça-feira (10), o primeiro boletim epidemiológico da dengue de 2023. O levantamento revela que 198 municípios do Paraná já tiveram casos confirmados e 168 registraram autoctonia, quando a doença é contraída no município de residência. Em Toledo, a situação já é considerada preocupante.

Conforme a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian Konig, Toledo tem 20 casos confirmados – até a quarta-feira (11). “Isso é preocupante porque os casos começam a ser registrados em fevereiro. Na semana passada, tivemos o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) e o Boa Esperança apresentou 16% de índice de infestação”.

Diante dos resultados do LIRAa, os agentes intensificaram os trabalhos na região com maior infestação. Durante as visitas, as equipes encontraram tonéis com água da chuva e pratos de vasos de plantas – os ‘campeões’ em criadouros. Lilian comenta que para armazenar água da chuva é preciso fazer da forma correta, pois os agentes encontraram toneis sem tampa e já com muitas larvas.

“Temos preocupação por esses 20 positivos não serem do período que começa a dar casos de dengue. O mosquito se adaptou ao clima de nossa região. São vários municípios passando pela mesma situação”, declara a coordenadora ao enfatizar que em meados de fevereiro é que o número de casos positivos tendem a aparecer.

EVITAR CRIADOUROS – A solução para reduzir o Aedes aegypti é evitar a formação de criadouros e isso acontece com a colaboração e o comprometimento de todos. Lilian destaca que o mosquito é intradomiciliar, ou seja, não são nos rios que acontecem a procriação e sim nas cidades, nos recipientes (como tonéis, pratos de vasos de plantas, lixo entre outros) e criadouros naturais (como bromélias, buracos em árvores e bambus).

“O Aedes aegypti não dá no rio, tem denúncia do Rio Marreco e Rio Toledo que é ali que está procriando o mosquito, mas ele gosta de recipiente água de chuva, principalmente, vaso de planta, lixo doméstico, cisterna de água é o problema e os famosos pratinhos de planta que mais encontramos larvas”, pontua.

Durante as visitas, os agentes têm encontrado criadouros dentro das residências, principalmente, nos pratinhos de vasos de plantas, além das plantas aquáticas, bambus da sorte, entre outras flores que exigem cuidado e manutenção. Nos pátios, as equipes encontram com mais facilidade cisternas, tonéis que armazenam a água da chuva entre outros recipientes que podem acumular água e se tornarem criadouros.

A população precisa estar mais consciente e atender os agentes de endemias – Foto: Janaí Vieira

CONSCIENTIZAÇÃO DE TODOS – “Cada um precisa fazer o dever de casa. Realizamos palestras em locais públicos, buscamos parcerias com órgãos privados, usamos a comunicação a nosso favor para que reduza a rejeição da população em relação ao recebimento dos agentes de endemias. É importante receber o agente, pois às vezes, a pessoa acredita que está tudo de acordo, mas o olhar profissional aponta aquilo que pode e precisa ser melhorado. O comportamento da população já mudou bastante, mas precisamos melhorar esse olhar da população”, enfatiza.

PRIORIZAR A SAÚDE –  A manicure Aline Silva relata que todo a família mudou os hábitos após passarem pela dengue. “Na época em que ficamos doentes foi preciso redobrar os cuidados com a saúde, somente, quem sofre de dengue sabe como são os sintomas. Ninguém precisou de internamento, contudo, foi um período complicado.”, recorda.

Para Aline, o trabalho dos agente é fundamental, pois evita exterminar criadouros e evitar a formação de novos. “Depois disso, reforçamos a conduta semanal de fazer uma varredura no lote e nas proximidades, visto que somos vizinhos de um terreno baldio”, pontua.

BOLETIM ESTADUAL – De acordo com o Informe semanal nº 20, os dados acumulados de agosto de 2022 até 3 de janeiro deste ano registram 2.284 casos confirmados, 6.041 em investigação, 33.276 notificações e três óbitos. Em comparação ao último boletim, publicado em 20 de dezembro do ano passado, houve um aumento de 18% nas notificações (4.997) e 14% de novos casos confirmados (282).

A transmissão da dengue acontece por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com o vírus. Após a picada, os sintomas podem aparecer em até 15 dias. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é febre alta (39°C a 40°C), que dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Podem ocorrer manchas que atingem a face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem acontecer.

OUTRAS DOENÇAS – O mosquito Aedes aegypti também é responsável por transmitir, além da dengue, a zika e a chikungunya. Durante este período não houve registro de casos de zika e foram confirmados três casos importados de febre chikungunya.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da AE Notícias

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