Dia do leitor: hábito deve ser incutido nas pessoas desde a infância

Existe algo mágico na leitura! Quando criança, o desejo é aprender a ler para saber o que diz as placas, conhecer as histórias dos gibis, ler os rótulos de embalagens ou assistir filmes legendados. Na idade adulta, a leitura é capaz de abrir portas e expandir horizontes. A medida em que o leitor desfruta de uma obra, cada personagem ganha vida e movimento. Só a leitura é capaz de proporcionar aprendizado e torna o cidadão mais inteligente, porque diante de uma boa reflexão nenhuma outra atividade tem mais poder.

Em 7 de janeiro comemora-se o Dia do Leitor. A data incentiva a leitura e o hábito que deve ser incutido nas pessoas desde a infância. A leitura traz diversos benefícios, entre eles o aumento do vocabulário, a ampliação de conhecimento cultural e o aprimoramento do raciocínio.

De acordo com o bibliotecário Hamã Candido Carvalho Lopes, a Biblioteca Pública tem diversas frentes para a formação leitora do município; a mais forte delas sem sombra de dúvida é a contação de história realizada em espaços das bibliotecas e também em ações descentralizadas da Secretaria da Cultura.

“As contações estimulam as crianças a buscar a obra referente a história que foi contada na biblioteca e a partir da leitura sozinha ou com os pais ela pode descobrir outro panorama da história. Naquele momento, ela deixa de ser espectadora e passa a ser uma integrante na história. Ela passa a se identificar com os personagens e relacionar a história com vivências reais do cotidiano”.

Além das contações de histórias, a Biblioteca Pública tem o projeto de extensão intitulado “Literaturas e leituras: caminhos e perspectivas para a formação leitora”, desenvolvido em parceria com Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, através do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca). “É um projeto guarda-chuva em que desenvolvemos diversas atividades, como a veiculação de podcasts através das páginas das bibliotecas e da Secretaria da Cultura, lives onde pesquisadores contrastam autores, obras e gêneros literários com as pesquisas desenvolvidas dentro da universidade de uma forma dinâmica para os interessados”, pondera o bibliotecário.

No ano de 2022, o Município realizou a 1ª FLIT – Festa Literária de Toledo, e teve diversos autores de renome nacional e internacional, com palestras, workshops, minicursos para toda a comunidade. Outra frente de formação leitora em Toledo são os Concursos Literários organizados pelas Bibliotecas Públicas, “Concurso de Contos Paulo Leminski” e o “Concurso de Crônicas e Poesias Edy Braun”.

PERFIL – O maior público da Biblioteca Pública busca por leituras recreativas e de lazer, não necessariamente sendo romances ou obras de ficção, os livros de autoconhecimento, finanças pessoais, estão entre os títulos mais buscados por leitoras e leitores. O bibliotecário explica que existem leitores que optam por obras técnicas e científicas sejam para trabalhos escolares ou universitários. “Geralmente a busca por obras técnicas é quando as bibliotecas das universidades e ou escolas entram em recesso, então essa busca aumenta”.

O perfil dos leitores das Bibliotecas Públicas Municipais de Toledo é bem diversificado, mas a maioria é mulher com a faixa etária entre 30 e 65 anos com Ensino Médio completo.

Lopes comenta que a frequência dos leitores na Biblioteca Pública Municipal de Toledo (Vila Industrial) tem uma média de 750 leitores ao mês; na Biblioteca Extensão Vila Pioneira (Vila Pioneira) tem uma média de 200 leitores ao mês e na Biblioteca Estação da Leitura (Anexo ao Terminal Urbano Luiz Grando) tem uma média de 500 leitores ao mês.

REINVENTAR – Lopes considera que as bibliotecas assim como qualquer instituição precisam se reinventar e falar a linguagem do seu público, alinhar seus serviços de acordo com as necessidades de seus usuários e atendê-los da melhor maneira possível. “Uma biblioteca atrativa é aquela que conversa com a população, que busca saber o que seu público gosta de ler ou quais atividades as pessoas participariam. É isso que buscamos fazer: fidelizar o leitor para que a leitura seja algo da rotina, algo prazeroso para ele”.

Neste contexto, a equipe da Biblioteca Pública traz duas novidades neste ano. A primeira é o início da utilização do Sistema Pergamum para gestão da Biblioteca Pública de Toledo. “O sistema já estava em funcionamento na Biblioteca da Vila Pioneira e agora começamos a utilizá-lo na Biblioteca Central, por este motivo aproveitamos este espaço para pedir para que todos os leitores quando forem a biblioteca que já levem RG, CPF, comprovante de residência, pois teremos que recadastrar todos os leitores, porque devido a incompatibilidade entre sistemas não foi possível a migração dos dados”.

O Pergamum vai otimizar, agilizar e atender demandas históricas dos leitores de Toledo. “Quando estiver em sua implementação total, será possível que os munícipes acessem o acervo da biblioteca de qualquer dispositivo conectado à internet, também será possível realizar reservas e renovações de casa, serviços que hoje são realizados somente de forma presencial na biblioteca”, destaca Lopes.

A outra novidade é que a obra de revitalização do Centro Cultural Oscar Silva, sede própria da Biblioteca Pública Municipal de Toledo foi finalizada, mas ainda são aguardados os projetos, a fabricação dos móveis planejados e a entrega dos móveis que já foram comprados. Por isso, os atendimentos acontecem na Avenida Parigot de Souza, 2946 (ao lado do Jornal do Oeste).

Para finalizar, o bibliotecário parabeniza aos leitores e agradece a todos, porque são por eles que as bibliotecas existem. “Desejamos um ano repleto de novas leituras e novas descobertas literárias. Que você – leitor – possa se aventurar por gêneros ainda não explorados e ter experiências maravilhosas no imenso mundo da leitura”.

Da Redação

TOLEDO

Ranking de Livros mais emprestados divido em três categorias:

Acervo Geral:

1.         Casa de Pensão – Aluísio Azevedo

2.         O poder do hábito – Charles Duhigg

3.         Pai rico, pai pobre – Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter

4.         O senhor dos anéis: a sociedade do anel – J. R. R. Tolkien

5.         Quem pensa enriquece – Napoleon Hill

6.         Mais esperto que o diabo – Napoleon Hill

7.         1984 – George Orwell

8.         A sedução da duquesa – Lorraine Heath

9.         O retorno: existe uma hora certa para o amor? – Nicholas Sparks

10.      Capitães da Areia – Jorge Amado

Acervo Infantojuvenil:

1.         O urso sonolento – Nick Bland

2.         Diário de um banana – Jeff Kinney

3.         A casa Sonolenta – Audrey Wood

4.         A casa na árvore com 26 andares – Andy Griffiths

5.         Rowley apresenta: uma aventura supimpa! – Jeff Kinney

6.         Um porco vem morar aqui! – Claudia Fries e Gilda de Aquino

7.         Rinocerontes não comem panquecas – Anna Kemp

8.         Pedrinho pintor – Ruth Rocha

9.         O ratinho, o morango vermelho maduro e o grande urso esfomeado – Audrey Wood

10.      Marcelo, o porco que tinha medo de sujeira – Frédérique Agnès

Gibiteca:

1.         Cebolinha

2.         Cascão

3.         Mônica

4.         Chico Bento

5.         TEX

6.         Turma da Mônica Jovem

7.         Mangás em geral

“Consigo analisar cada acontecimento ‘fora da caixa’”, diz a leitora Maria Eduarda

Maria Eduarda aprecia os livros e a dança – Foto: Arquivo Pessoal

A leitura ativa a memória e desenvolve o raciocínio. Ler é diversão e esse é um lazer apreciado pela bailarina Maria Eduarda da Cruz. Com 16 anos, ela gosta de intercalar os estilos de leitura e concilia o livro com as suas outras atividades, mas mantendo a prioridade de cada uma.

Para Maria Eduarda, a melhor opção é ler pela manhã quando está com o horário livre. Do contrário, ela lê em outros momentos. “A sensação é incrível quando leio uma obra. Sou grata a minha mãe que me incentivou a criar o gosto pela leitura quando era menor. Hoje, eu sou a sua principal incentivadora e procuro presenteá-la com bons livros”.

A leitura proporciona um amplo universo. Maria Eduarda enfatiza o desenvolvimento do raciocínio. “Eu consigo analisar a situação ‘fora da caixa’. A leitura melhorou a maneira como me expresso e a minha comunicação. Com os livros, amplio o meu vocabulário”, afirma Maria Eduarda ao complementar que ler um bom livro é o momento de relaxar. “Eu gosto de conciliar a dança com a leitura. Sempre estou em busca do equilíbrio entre ambos”.

O COMEÇO – Maria Eduarda conta que sempre foi incentivada pela sua mãe para ler. “A minha prima também incentivou ler o livro Seleção; a obra é bem adequada para a idade que tinha na época (12 anos). Quando fiz a leitura, percebo que virou uma ‘chave’ dentro de mim”. Já a obra As Vantagens de Ser Invisível é considerada por Maria Eduarda uma leitura nostálgica, porém ela foi essencial para a construção da sua personalidade.

Maria Eduarda aprecia as obras físicas e também a leitura no Kindle. “Nesta ferramenta, leio poesias, estudos, nutrição e investimentos. Utilizo o Kindle mais para estudo e o livro físico para entretenimento”.

Nos últimos dias, a garota baixou dois livros e abordam a temática nutrição comportamental. “São para as pessoas que desejam emagrecer e terem o hábito saudável sem ter uma dieta”, menciona Maria Eduarda.

A leitora sugere que toda a pessoa crie o hábito de leitura. Dependendo do mês, ela ‘devora’ uma ou três obras. “Às vezes até nenhuma, pois entro em ressaca literária ou estou com outras prioridades. Mas, eu gosto muito de começar e querer finalizar a obra. Cada leitor teve encontrar um tema eu goste, seja ele, geografia, ficção ou fantasia e, principalmente, consiga conciliar com a rotina. Um livro não deve ser um número, e sim, ele deve ser algo precioso para conseguirmos levar a vida mais leve”.

Da Redação

TOLEDO

“A leitura é uma parte importante em minha vida”, comenta a leitora Rafaela

Rafaela ganhou um concurso relatando a importância da leitura – Foto: Arquivo Pessoal

A relação da acadêmica do curso de Publicidade e Propaganda e a auxiliar de redação em uma agência, Rafaela da Silva Pereira, com a leitura é considerada por ela – minimamente – engraçada. “Quando era pequena ia na missa e queria ler os folhetos. Achava estranho como todas as pessoas conseguiam ler e eu não”.

Rafaela foi alfabetizada pelo seu pai, antes mesmo de frequentar a escola. “Comecei a ler livros pequenos e gibis. Mais adiante, eu e o meu pai passamos a frequentar a Biblioteca Pública. São mais de dez anos, trocando livros naquele estabelecimento juntos”.

Ela aprendeu com o seu pai a importância dessa atividade, pois a leitura foi a responsável por aprimorar o seu vocabulário e também passou a se expressar melhor. “A leitura me proporciona novos mundos e ela é a parte da minha formação como pessoa. Eu escrevo e leio bem por causa dela. A leitura é uma parte importante em minha vida. Sou ligada a leitura e a escrita”.

Rafaela menciona que para escrever bem é necessário ler muito. “A leitura é importante para quem escreve bem e ela deve ser uma das prioridades de vida de alguém. Assim como o meu pai me incentivou a ler, busco fazer o mesmo com outras pessoas. Por exemplo: o meu sobrinho”.

Na opinião de Rafaela, todas as pessoas deveriam ler em algum momento do dia, mesmo que sejam poucos minutos. “Quando você gosta de uma obra; ler é melhor que assistir uma série na Netflix”, pontua a leitora.

HÁBITO – Atualmente, Rafaela está lendo “O Grande Amigo de Deus”, um romance sobre um dos mais apaixonados, inteligentes e dedicados apóstolos do cristianismo primitivo, Saul de Tarshish, ou, como os romanos o chamavam, Paulo de Tarso, o intelectual, advogado e teólogo fariseu, conhecido como Apóstolo dos Gentios. Ela começou a apreciar a obra em dezembro do ano passado. “Estou na metade do livro”.

Sempre que possível, Rafaela procura ainda manter o hábito da leitura diário. “Gosto de ler no final da tarde, geralmente, quando a casa está mais silenciosa. Já consegui ficar lendo uma tarde inteira. Isso depende do quanto estou interessada pelo livro. Também tenho o hábito de ler até dois livros ao mesmo tempo. É bom que exercita a memória”.

A leitura fez com que Rafaela ganhasse o concurso Cartão Postal Literário da Fiep na escola. “Eu deveria escrever uma frase sobre a importância da leitura. Participei e consegui vencer”. A frase ganhadora foi: “Ao ler um livro não se pode voltar a ser a mesma antes de lê-lo”. Rafaela recorda que tinha – na época – 17 anos. “Eu fiquei muito feliz, porque além de vencer eu expressei a minha opinião sobre o livro”.

Da Redação

TOLEDO

“Ler é fazer uma ligação entre palavras e pessoas”, destaca a professora Jô

Para Jô, o cidadão deixa se der um mero leitor para se tornar o narrador, o protagonista da sua história – Foto: Arquivo Pessoal

Ler enriquece o vocabulário, é possível compreender a multiplicidade dos sentidos de uma palavra, as pessoas se expressam melhor e, finalmente, criam laços de respeito, harmonia e convivência social, essa é a afirmação da professora mestra em Letras, Jocimar Bertelli, mais conhecida como professora Jô.

Para a professora, “o leitor se forma a partir do momento que é curioso sobre o mundo que o cerca. Então, para formar um bom leitor é preciso despertar a sua curiosidade”. Jô explica que a curiosidade é fundamental, assim como o encantamento. Ela cita exemplos de algumas curiosidades: “A terra é plana? Como fazer um bolo sem ovos? Interesse! Vou fazer uma viagem para o Chile, qual é a moeda local? Profissional! Quero aprender a investir na Bolsa de Valores, quais leituras necessárias para me aperfeiçoar sobre esse assunto?”.

A mestra em Letras salienta que para adquirir o hábito pela leitura é preciso ter disciplina, compreender as particularidades de cada uma e suas aplicabilidades. “A leitura possibilita ao cidadão participar da sociedade de forma mais atuante. Ler permite ao cidadão ter uma voz confiante sobre o assunto que tem conhecimento, ler de fontes seguras, obter dados comprovados pela ciência, isso permite ao leitor não dar respostas evasivas, cercadas de ‘achismos’ infundados, ou seja, permite ao cidadão ser mais seguro e confiante da sua fala social”.

Jô menciona que o cidadão precisa saber ler as ‘entrelinhas’ significa não assinar um contrato que não é favorável para o seu negócio. “O conhecimento de mundo, propiciado pela leitura, o permite ter mais argumentos/olhares para confiar ou não de uma campanha de marketing (política/empresarial) verificando quem irá se beneficiar com a proposta que está sendo lançada no mercado, ele enquanto cidadão ou os interesses são individuais e não coletivos”.

FORMAÇÃO – Na atualidade, uma necessidade primordial para a nossa sociedade é ter bons leitores. “Em razão da necessidade de se buscar a veracidade nas milhares de informações disponíveis na rede de computadores (www)”, menciona Jô.

A professora comenta que não basta ler somente o título da reportagem, e sim, é preciso ler o texto até o fim, conhecer a linha editorial e entender qual o real fator que gerou o interesse daquela notícia e assim compreender todos os lados envolvidos no texto.

“O maior desafio é criar o hábito da leitura. Não estou dizendo que ele deve gostar de tudo que lê, mas precisa ler um pouco de tudo, pois a variedade de assuntos permite ao leitor criar um conhecimento de mundo que é seu – exclusivo – ninguém rouba o seu conhecimento e você se destaca!”, complementa Jô.

Conforme a mestra em Letras, as pessoas são seres sociais. Elas adoram ouvir e contar histórias, assim é preciso despertar o leitor com uma narrativa simples e ao mesmo tempo curiosa, que proporcione o desejo de conhecer e compreender o assunto que está sendo tratado.

“Ao assimilar o conteúdo, o cidadão deixa se der um mero leitor para se tornar o narrador, o protagonista da sua história. Ler é permitir-se ser o que você desejar ser: rei/rainha; astronauta; sambista; político ou uma Alice e viver no país das maravilhas! Boa leitura!”, finaliza Jô.

Da Redação

TOLEDO

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