Distúrbios alimentares ganham outra intensidade na pandemia
Para quem sofre algum de transtorno alimentar, fazer uma refeição pode não ser algo simples e prazeroso. As pessoas que sofrem com isso, em tempos de pandemia, com o isolamento social, tem encontrado mais desafios para o enfrentamento desses problemas.
“O transtorno alimenta é também um transtorno mental que resulta em comportamentos alimentares que influenciam de maneira negativa a saúde desse paciente, seja a saúde física ou mental”, explica a nutricionista, Deise Baldo.
A profissional relata que, geralmente, os distúrbios alimentares estão ligados às doenças psiquiátricas. “Geralmente, os transtornos remetem as preocupações excessivas em relação a alimentação e ao peso corporal. A pandemia trouxe uma carga de estresse que tem atingido as mais variadas idades, ou seja, temos crianças, adolescentes, adultos e idosos que tiveram esses distúrbios acentuados, passaram a ‘descontar’ a ansiedade e a preocupação na comida de maneira mais intensa. Enquanto outros que nada tinham começaram a desenvolver tais problemas”.
Deise aponta que muitas pessoas que sofrem algum tipo de transtorno alimentar tendem a desenvolver comportamentos disfuncionais diante da necessidade que criaram, por exemplo, passam a ter pensamentos obsessivos em relação aos alimentos que consomem, quando comem e as mudanças de peso. Ela alerta que esses comportamentos atrelados as mudanças causadas pela pandemia como a redução de atividade física resultaram no aumento de tempo ocioso e válvula de escape são os alimentos.
CONSEQUÊNCIAS DOS COMPORTAMENTOS DISFUNCIONAIS – Segundo a profissional, a pandemia vivida hoje irá trazer consequências em longo prazo. Ela comenta que ainda não existem pesquisas conclusivas que trazem alguma relação de que pessoas que sofrem algum transtorno alimentar possa ter complicações mais severas se for contaminada com a Covid-19. Contudo, ela alerta que uma alimentação adequada – combinada com outros fatores – interfere na imunidade.
“O que já temos conhecimento é que a pessoa obesa tende a apresentar mais complicações diante de um quadro positivo para a Covid-19. Nenhum distúrbio alimentar é favorável a saúde. Neste momento de combate a pandemia é essencial a prática de uma alimentação balanceada”, alerta.
É PRECISO BUSCAR AJUDA – O primeiro passo para melhorar a saúde é reconhecer a necessidade de buscar ajuda profissional. Os distúrbios alimentares podem aparecer em qualquer faixa etária e atingir homens e mulheres. Quando a pessoa demora para entender a gravidade do problema, os amigos e os familiares desempenham papel importante nesse processo de ajuda e orientação para buscar apoio profissional.
“A anorexia nervosa, por exemplo, está voltada a situações que resultam em desnutrição e restrição alimentar; o paciente pode apresentar baixa imunidade, ter aquela sensação de fraqueza. Já a bulimia nervosa, por exemplo, a pessoa pode ter uma oscilação de peso mais acentuada e ter consequências cardíacas. Cada situação é avaliada separadamente e envolve mais que o contexto alimentar”, esclarece.
ALIMENTAÇÃO BALANCEADA – O equilíbrio nutricional ajudar a manter o corpo saudável. A recomendação é planejar o cardápio, isso de maneira simples e independente de sofrer com algum tipo de transtorno alimentar para que as necessidade do organismo sejam atendidas sem cometer exageros.
“O alimento é vida. Ele é fundamental para fortalecer a saúde e a imunidade que é tão importante, especialmente, neste momento. Os transtornos alimentares precisam de tratamento e envolvem o trabalho de uma equipe multidisciplinar para levantar as causas que desencadeiam tais situações e as formas de tratamento”, declara.
Da Redação
TOLEDO
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