Eduardo Bolsonaro põe padrinho de casamento em cargo de chefia de Ministério
Vinculada à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), a Secoi é a área responsável por gerenciar o relacionamento do governo com formadores de opinião nacionais e internacionais, bem como por divulgar programas e ações do governo.
A nomeação foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça, 25. “Vou trabalhar com o Mateus Colombo Mendes”, disse Barbosa ao Estadão, em referência ao chefe da Secoi. Em seguida, afirmou que não poderia dar mais detalhes e desligou o telefone. Questionado sobre sua formação acadêmica e se tem expertise para ocupar o cargo no Ministério das Comunicações, ele bloqueou o contato da reportagem no WhatsApp.
O currículo de Barbosa apresentado ao governo federal não traz nenhuma experiência ligada à área de comunicação. As únicas experiências profissionais têm relação com atuação administrativa no poder público e com advocacia. Quanto à fluência em idiomas, ele informou que possui “nível básico” de inglês e espanhol.
Barbosa é técnico administrativo do Ibama desde 2013. Em setembro do ano passado, foi alçado à Coordenação-Geral de Administração, cargo de confiança que tem salário bruto de R$ 11,7 mil, segundo informações do Portal da Transparência. Agora, será alocado na área de comunicação do governo em cargo semelhante.
A chegada de um servidor ligado à família Bolsonaro à comunicação do governo ocorre no momento em que o comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro, que pretende disputar a reeleição, estuda ajustes nas estratégias eleitorais. Sob a liderança do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), a campanha digital do chefe do Executivo deu mais um passo ao lançar a Bolsonaro TV, um aplicativo que reúne postagens do presidente nas redes sociais. Barbosa é considerado um homem de confiança também de Carlos.
Desde o início do mandato de Bolsonaro, a área de comunicação é foco de disputas envolvendo os filhos do presidente, que já entraram em atritos com a ala militar, inicialmente responsável pelo setor.
Cargos
Barbosa sempre esteve restrito a funções de técnico administrativo, como a organização de dados e tabelas e serviços de secretariado. Suas promoções internas para cargos comissionados – funções de confiança que dependem de nomeações – passaram a ocorrer a partir de 2019, na gestão do governo Bolsonaro.
Em abril de 2019, assumiu a função de chefe da Divisão de Administração e Finanças do Ibama, nível conhecido como “DAS-2”. Em dezembro daquele ano, subiu mais um degrau e passou a ser o coordenador de Gerenciamento de Contratos do Ibama. Em setembro do ano passado, Barbosa passou a ser o coordenador-geral de Administração do Ibama. Na prática, a função cuida de quase todas as áreas de compras do órgão federal. Barbosa, no entanto, só passou quatro meses nesta função. No Ibama, a avaliação de quem trabalhou com ele é de que o servidor não tinha preparo para o posto e sua ascensão se deve a indicações políticas dos Bolsonaros.
Mateus Colombo Mendes foi procurado por e-mail e telefone, mas não respondeu. A assessoria de Eduardo Bolsonaro disse estar em recesso e afirmou não ter conhecimento da nomeação de Barbosa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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