Empresários e consumidores enfrentam dificuldades para adquirir repelentes
Da Redação
TOLEDO
O crescimento dos casos de dengue e a evolução da doença preocupam, de maneira geral, a população. O trabalho preventivo é o melhor caminho para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A comunidade ainda pode se precaver ao usar o repelente. A procura por esse item aumentou e, inclusive, o produto acabou em alguns estabelecimentos de Toledo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reconhece os repelentes de pele como eficazes para evitar picadas do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e outras doenças.
A expectativa é de que a demanda por produtos continue crescendo, assim como o preço. O atendente e responsável pelas compras de uma farmácia, localizada no centro de Toledo, Márcio José Zanette disse que a demanda aumentou em torno de 300%. Ele cita o exemplo que se ele vendia dez unidades no mês no ano passado; em 2024, a demanda ampliou para mil unidades no mês. “Neste momento, o maior desafio é adquirir o produto e com um bom valor. Não são todas as marcas que conseguimos ofertar ao nosso consumidor”.
Zanette relata que o custo aumentou em torno de 30% a 40%. “Além disso, nós precisamos absorver o produto que está disponível no mercado no momento do pedido, pois não são todas as marcas que conseguimos comprar sempre”.
REPOSIÇÃO – A farmacêutica Simone Dalla Vecchia Piazza possui um estabelecimento comercial no bairro Industrial e ela considera que a procura por repelente ampliou, consideravelmente, neste ano. “Observo que o aumento de casos ou o registro de óbitos chamam a atenção da comunidade. Com isso, muitas pessoas buscam a prevenção”.
A procura maior é pelo repelente com icaridina. A reposição para esse produto tem sido difícil. Nos últimos dias, a distribuidora responsável pelo item disponibilizou apenas seis unidades por CNPJ. Simone revela que os produtos chegaram na farmácia e todos foram vendidos em pouco tempo.
Outro fator destacado pela profissional é a diminuição do estoque no distribuidor. “Algumas marcas não conseguimos a reposição”, menciona Simone ao avaliar que o seu estoque está razoável neste momento, porém as marcas consideradas tradicionais ela ainda não conseguiu a reposição delas. “Os consumidores relatam que procuraram determinado produto em outros locais, no entanto, ele estava em falta. Com isso, os clientes optam por adquirir mais de um repelente. Eles preferem ter em casa”.
COMPARAÇÃO – A procura por repelente pode ser comparada com a compra por álcool em gel na época da pandemia da Covid-19. “As distribuidoras não conseguem adquirir o produtor na indústria. Logo, nós ficamos sem o item para vender para o nosso cliente”. Uma opção é trabalhar com marcas novas. “São marcas que antes não tínhamos acesso. Está bem difícil de conseguir”, pontua Simone.
Outro desafio enfrentado pelo consumidor e pelo empresário é o aumento no valor do repelente. “O custo na distribuidora aumentou muito. Decidimos manter a margem de trabalho, mas o valor não tem agradado o nosso cliente”, lamenta Simone.
A farmacêutica enfatiza que nunca ficou sem repelente. No entanto, ela enfrentou outra condição. “Eu tinha uma apresentação de cada marca, como loção, aerossol, enfim. Quando percebia que a saída estava alta, consegui antecipar um pedido grande”.
E não é somente por repelente que o consumidor está procurando; a comercialização do soro de reidratação também está em alta. “Hoje, nós estamos com estoque, mas já chegou a faltar. Os valores também aumentaram bastante”.