Empresas oferecem tecnologia para facilitar retorno do torcedor ao estádio
A Mooh!Tech, do brasileiro Everton Cruz, desenvolveu um software que permite às pessoas registrar testes de covid-19 e também incluir as doses da vacinação no aplicativo, que já é utilizado em diversos países europeus e, no Brasil, também está pronto para ser implementado nos estádios de futebol.
“Temos de saber usar a tecnologia como facilitador. Estamos debruçados no desenvolvimento desse software desde 2013. Agora, com a pandemia, a intenção é ajudar a manter os cuidados e criar bolhas seguras”, diz Cruz.
Everton Cruz nasceu no interior da Bahia, mas vive desde os 13 anos em Paris, na França. Foi ainda adolescente para a Europa a fim de trabalhar como modelo e por lá permaneceu. Estudou ciências aeronáuticas e análise de sistemas. Trabalhou por anos na Microsoft até que teve a iniciativa de criar uma startup de soluções tecnológicas.
Sua primeira grande ideia demorou a sair do papel. Ele queria desenvolver em 2013 somente uma carteira de vacinação online que facilitasse a entrada de estrangeiros em países que exigem determinadas vacinas. Mas interrompeu a ideia por falta de investimento e nesse meio tempo criou um sistema de segurança comercializado para polícia de Los Angeles e Lisboa e utilizado até pela CBF para monitorar as brigas entre torcedores.
Na pandemia, a ideia inicial ganhou novo contexto. A mulher, médica, ajudou na elaboração. Os testes iniciais foram feitos no Vietnã e cidades ao sul da França na reabertura do comércio depois de a covid-19 estar mais controlada. No Brasil, ele já tem o software vinculado ao Ministério da Saúde e homologado em todas as farmácias do País.
A carteira de vacinação digital permite que usuários e profissionais de saúde façam acompanhamento da imunização. A pessoa pode baixar o aplicativo, se cadastrar e, assim que receber a vacina, a dose é registrada automaticamente no app pelas secretarias de saúde. Com a carteira, é possível consultar o tipo de vacina aplicada, o lote de fabricação e a data em que a dose foi tomada.
A Federação Pernambucana e a Federação Cearense começaram a testar o passaporte de vacina para acesso dos torcedores aos estádios. Sport, Náutico, Ceará e Fortaleza também devem adotar a plataforma. Cruz disse que tem conversado com outras federações de futebol e também com a CBF. Faltam detalhes dessas instituições de quais critérios serão adotados.
Com o cadastro da Carteira de Vacinação Digital é provável que o torcedor faça check-in e adquira ingresso para a partida sem precisar apresentar nenhum outro tipo de documento sanitário para acesso ao estádio.
PULSEIRA ELETRÔNICA – A Heatmap é uma empresa de marketing esportivo que está tentando implementar no futebol uma tecnologia desenvolvida pela empresa de tecnologia Meep, que desenvolve soluções para meios de pagamento.
O sistema já funciona no estádio do Mineirão, na cafeteria da Arena MRV e no Allianz Parque, na parte de restaurante e eventos. Ela pode ser usada como cartão ou pulseira eletrônica, onde o torcedor carrega como um celular pré-pago e usa para fazer pagamentos sem ter de colocar senha ou sem usar dinheiro. Só por aproximação. Assim, evita o contato mais próximo com terceiros.
É deles a tecnologia da pulseira eletrônica de Fernando de Noronha, que gerou polêmica quando foi sugerida cores diferentes para diferenciar quanto cada um havia carregado financeiramente. A tecnologia permite também ao clube ou administrador do estádio monitorar os dados do seu cliente.
“Por exemplo, o clube pode monitorar que um torcedor toma cerveja sem álcool no bar, costuma ir aos jogos, mas ainda não está cadastrado como sócio-torcedor. De olho nisso, é possível oferecer vantagens para que ele seja sócio ou no dia do seu aniversário presenteá-lo com uma cerveja sem álcool no clube”, exemplifica Renê Salviano, CEO da Heatmap.
A solução permite ao clube usar a tecnologia em qualquer estabelecimento. Segundo Salviano, a implementação de todo processo é rápida, demora entre 15 e 30 dias. “Houve aumento da demanda em 50% por causa no último ano. Na pandemia tem sido uma solução para evitar filas, aglomerações e para também que o clube conheça melhor o perfil do torcedor e a partir daí possa melhorar seus produtos.”
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