Encontro debate a implantação de terminal da Nova Ferrooeste em Toledo

O potencial e as perspectivas sobre a implantação de um terminal multimodal no município de Toledo foram discutidos em uma reunião de trabalho na tarde da última terça-feira (30), no auditório do Centro de Eventos Ismael Sperafico. O encontro teve a participação do coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, lideranças políticas, técnicos dos órgãos do Estado e empresários da região.

O debate apresentou as demandas da região Oeste e a viabilidade de implantar um terminal em Toledo. Fagundes comentou da evolução do processo de licenciamento ambiental que poderá ser concluído até final do ano e do diálogo com o mercado, no intuito de absorver algumas contribuições pontuadas no sentido de melhorar as tratativas do projeto.
Em uma coletiva com a impressa, ele enfatizou a importância da conexão da região com o Porto de Paranaguá. “Não vai adiantar nada ter uma excelente ferrovia se não tiver uma excelente conexão com o Porto. Mas o Porto alinhado ao projeto da Nova Ferroeste já está fazendo a sua ‘lição de casa’. Hoje já temos o que chamamos de ‘moegão’, que é uma conexão de alta eficiência entre o modal ferroviário e o modal portuário. O plano do Porto de expandir a sua capacidade de movimentação já está em curso; batemos mais um recorde esse ano de movimentação e temos que acompanhar o agro. O que se faz da ‘porteira para dentro’ é um trabalho excepcional, cabe ao Governo dar a sua parte nesse processo”.

Fagundes explica que a modelagem do projeto da Nova Ferroeste está voltado para o mercado e que há liberdade para definir onde será implantado um terminal. “Toledo tem uma grande vantagem. Quando fizemos o estudo de mercado ao longo de toda a Ferrovia, identificamos polos de maior e menor originação de cargas e, Toledo é de longe o número 1. É impressionante a capacidade da geração de cargas dessa região. O potencial de ter um terminal multimodal aqui na região de Toledo é muito grande porque o mercado vai demandar isso, é uma questão de tempo. Contudo, quem vai fazer esse empreendimento é o setor privado. Nós estamos promovendo condições para que isso floresça, mas é uma definição do setor privado”.

INVESTIMENTO – O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, pontuou que a reunião é uma grande oportunidade para mostrar a viabilidade econômica do município para a implantação do terminal de cargas. Ele enfatizou que a finalidade não é concorrer com o município vizinho, mas estabelecer um novo espaço. “Existe a demanda e temos evidentemente uma produção extremamente importante. Também dependemos para produzir os insumos. Essa conexão que a Ferroeste trabalha com a perspectiva de ligação do estados brasileiros é fundamental e não podemos ficar de fora. Toledo está muito interessado e coloca as suas estruturas para que possamos discutir e convencer aqueles que, no futuro, participarão do processo da Nova Ferroeste para que venham fazer seus investimentos porque aqui é terra que dá retorno”, complementa.

DESENVOLVIMENTO – A presidente da Associação Comercial e Empresarial de Toledo Anaide Holzbach enfatiza a importância e a viabilidade de um ramal da Nova Ferroeste em Toledo para atender a cadeia produtiva do município e da região. “Nós sabemos que esse novo grupo de trabalho tem a percepção que um ramal é viável por toda a demanda, por todo o consumo de matéria-prima que temos. Nós somos o maior consumidor de soja e milho do Paraná e a nossa produção de proteína animal é gigantesca e nós conseguimos escoar isso. Agora precisamos trocar informações com a iniciativa privada para viabilizar esse ramal”.

O terminal de cargas de Toledo não é um projeto que está previsto no traçado original. Anaide enfatiza que para que essa demanda antiga se tornar realidade é preciso unir forças com as empresas, cooperativas e os frigoríficos. “É claro que isso é uma negociação que envolve muito dinheiro, mas é óbvio que tem uma série de pontos favoráveis para o nosso município. O traçado vai passar pela região do distrito de Ouro Preto, que é muito boa geograficamente para receber esse terminal. Temos que discutir esse assunto que é um anseio muito antigo de Toledo. Há quanto tempo estamos falando da Ferroeste e há quanto tempo Toledo tem ficado a margem desse projeto? Agora esperamos inclui-lo e que saia do papel mais rápido possível”, comenta.

A presidente da Acit lembra ainda que o terminal de cargas de Toledo será uma alternativa para desafogar os trabalhos em Cascavel. “Nós percebemos como o transporte rodoviário está muito pesado nos últimos anos e o quanto isso tem prejudicado outras áreas. Com esse terminal em Toledo vamos agilizar e reduzir custos, porque estamos no extremo Oeste e o nosso pedágio é o mais caro e isso onera os nossos produtos e dificulta a competição de mercadorias.  Nós sabemos tudo que um terminal pode trazer, inclusive em termos de tecnologia o que ele pode proporcionar a partir da sua instalação. Estamos bastante otimistas em relação a esse novo momento”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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