Estação mais rigorosa e prolongada pode prejudicar produtor de peixe

O valor comercializado da tilápia poderá sofrer alteração no futuro ou até ‘faltar’ peixe na indústria, essa é a análise realizada pelo médico veterinário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar-Emater), da regional de Toledo, Gelson Hein, que acompanha o desenvolvimento da cadeia do pescado há anos.

Hein explica que esses fatores estão sendo averiguados devido as condições impostas a atividade da pesca. “Pelo ‘movimento’ deve haver um incremento nos preços e eu ‘arrisco’ dizer que poderá faltar peixe no futuro”, salienta o profissional ao mencionar a oscilação do consumo no mercado. “Ele aumenta ou reduz o valor por conta de decisão mais complexa, de estratégia ou até mesmo necessidade”.

De acordo com o médico veterinário, a falta de peixe para o abate existe praticamente em todos os anos. “O que causa o abate de peixe menor e um custo maior para o produtor. Atualmente, o preço repassado ao produtor é considerado pequeno, já que o custo de cada ingrediente da ração está alto e com o valor ganho não é possível cobrir o custo de produção”.

CONDIÇÕES – Um fator que pode trazer reflexo é o inverno. Segundo ele, a estação está mais rigorosa e pela previsão mais prolongada. “Com isso, a mortalidade pode ser maior em um futuro próximo e a baixa temperatura também pode interferir na engorda do peixe, já considerada lenta neste período. Com isso, poderá atrasar a disponibilidade da proteína no mercado”.

Outro quesito considerado por Hein é que a estação deve atrasar a reprodução e, por consequência, a disponibilidade de alevinos para a próxima safra em 2022. “O produtor se preocupou muito com o frio rigoroso registrado dias atrás, no entanto, a mortalidade do peixe não foi considerada elevada. Porém, ela ainda pode acontecer, pois o frio da água prolongado fez com que alguns peixes ficassem doentes. Com isso, a imunidade do animal está baixa”.

ORIENTAÇÃO – Caso ocorra a mortalidade de peixes, o produtor deve procurar por uma assistência técnica. “Os profissionais são capacitados e eles podem recomendar algo mais específico ao tratamento”, recomenda o médico veterinário e profissional do Instituto.

Ao ser questionado sobre a possibilidade do produtor segurar a sua produção, Hein esclarece que o custo é elevado e poucas seguradoras ou quase nenhuma se arriscam a fazer. “No entanto, esse é um assunto que está sendo pautado e deve ser melhor trabalhado no futuro”.

Da Redação

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