EUA, Comissão Europeia e Alemanha condenam desvio de avião pela Bielo-Rússia

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, condenou, em nota, o desvio forçado para pouso na Bielo-Rússia de um avião que fazia a rota entre Atenas, na Grécia, e Vilnius, na Lituânia, e a subsequente remoção e detenção do jornalista Raman Pratasevich, opositor do presidente bielo-russo Alexander Lukashenko, em Minsk. “Exigimos sua libertação imediata. Este ato chocante perpetrado pelo regime de Lukashenko colocou em risco a vida de mais de 120 passageiros, incluindo cidadãos dos EUA”, disse, em comunicado. Segundo ele, os relatos iniciais sugerindo o envolvimento dos serviços de segurança bielo-russos e o uso de aeronaves militares bielo-russas para escoltar o avião são “profundamente preocupantes e requerem uma investigação completa”.

Ainda segundo a nota, os EUA estão “coordenando de perto” a resposta com parceiros, incluindo a União Europeia e autoridades da Lituânia e da Grécia. “Dadas as indicações de que o pouso forçado foi baseado em falsos pretextos, apoiamos a reunião o mais breve possível do Conselho da Organização de Aviação Civil Internacional para revisar esses eventos.”

O avião em que Pratasevich, cofundador do canal Nexta no aplicativo de mensagens Telegram, usado para ajudar a organizar grandes protestos contra Lukashenko, viajava em foi desviado para a Bielo-Rússia sob a alegação de uma ameaça de bomba. O serviço de imprensa presidencial disse que Lukashenko pessoalmente ordenou que um jato de combate MiG-29 acompanhasse o avião da Ryanair até o aeroporto de Minsk. O Ministério do Interior da Bielo-Rússia disse que Pratasevich foi preso no aeroporto.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse, no Twitter, que é “totalmente inaceitável” forçar o voo da Ryanair de Atenas para Vilnius a aterrar em Minsk. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que “tal ato não pode ser deixado sem consequências definidas do lado da União Europeia” e pediu a libertação de Pratasevich.

O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, chamou o incidente de “ato terrorista patrocinado pelo Estado”. O líder disse que o Conselho Europeu iria discutir o caso na segunda-feira e que ele proporia banir aviões vindos da Bielo-Rússia de aeroportos da União Europeia e “sérias sanções” contra o governo de Lukashenko. Fonte: Associated Press.

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