Ex-chefe da Casa Civil, o deputado estadual Guto Silva deve concorrer vaga ao Senado

Guto Silva foi eleito deputado estadual e chefe da Casa Civil durante boa parte da gestão do governador do Paraná Ratinho Junior. Na Assembleia Legislativa, ele analisa e fiscaliza as propostas apresentadas. Para as próximas eleições, ele não busca a reeleição, e sim, é pré-candidato ao Senado. Guto Silva esteve em Toledo e participou do Programa Fim de Tarde com o Editor no JORNAL DO OESTE. A entrevista com o jornalista Márcio Pimentel foi gravada no dia 26 de maio e vinculada na última segunda-feira (30).

Em uma agenda na região, Guto Silva visitou também os municípios de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Marechal Cândido Rondon. “É a região Oeste ‘caminhando’ e precisamos dialogar e ter capacidade de escutar as pessoas. Assim, conhecemos os bons projetos. Tive o orgulho em auxiliar o Governo de Ratinho Junior. Enfrentamos uma pandemia global e, por consequência, o Governo precisou se reorganizar e alterar o seu fluxo financeiro”.

O pré-candidato ao Senado acredita que o Paraná caminha firme e bate recorde de emprego. “Nós temos ao nosso lado a força da indústria e do nosso povo, que é trabalhador. O Paraná tem a expectativa da esperança”.

Nos três anos na Casa Civil, Guto Silva teve o privilégio de percorrer o Estado e conhecer a realidade de cada região. “Agora, retorno à Assembleia Legislativa como deputado estadual para acompanhar as grandes obras, auxiliar na fiscalização e encaminhar os bons projetos. Foi uma experiência rica ser chefe da Casa Civil, considerada a Secretaria mais importante do Governo. Tudo passa pela Casa Civil, desde as grandes obras, investimentos além de colaborar com a relação entre os prefeitos e as demais autoridades do Paraná, enfim”, detalha o ex-chefe da Casa Civil.

REELEIÇÃO – De acordo com o deputado estadual, a missão de ser chefe da Casa Civil foi lhe dada e ele sente-se orgulhoso em acompanhar o governador e contribuir com o Estado. Agora a escolha ao Senado, segundo Guto Silva, será uma jornada árdua, porque é somente uma vaga.

“É necessário percorrer todo o Estado e algo que ficou evidente – enquanto estive chefe da Casa Civil – é que os quatro cantos do Paraná são formados por uma população que gosta de trabalhar. Está no DNA, no espírito de querer se desenvolver, de querer melhorar e de produzir. Esse sentimento e característica do Paraná, eu não vejo no Senado”, argumenta Guto Silva.

Ele pondera que o Paraná precisa ‘erguer a voz’. “O Paraná é muito forte para ser tratado como um estado de segunda divisão. O Paraná é a quarta maior economia do Brasil. O Estado tem uma indústria competitiva, tecnologia, inovação, comércio com empregos formais e um povo que vai à luta”.

O deputado estadual salienta que o Paraná é um estado que tem ‘pressa’. “As pessoas precisam ir adiante. Na relação política, o ‘relógio tem o batimento diferente’. É preciso sincronizar a realidade do mundo privado, com a agenda do Estado e de Brasília. Assim, o Estado conseguirá trazer mais benfeitorias”.

RELAÇÃO – Atualmente, conforme Guto Silva, o Governo vive um momento tranquilo. Ele explica que ao assumir a gestão do Paraná, Ratinho Junior sempre comentava que precisava criar um ambiente de paz no Estado e ele conseguiu. “O Paraná trouxe prosperidade e os empregos ‘florescem’. No primeiro trimestre deste ano, o Paraná (sozinho) gerou mais emprego que as regiões Norte e Nordeste (juntas). Isso demonstra a força do trabalho de um povo, a dinâmica do empresário e um ambiente de paz na política em todas as esferas”.

Guto Silva relata que a agenda do Estado precisa vibrar mais em Brasília. “O Paraná é grande, forte e essa energia precisa acontecer. O Senado é uma Casa de Leis, a qual revisa os projetos e também discute os grandes temas nacionais. Eu confio e acredito que devemos ter uma pauta do Paraná. A minha agenda é ‘bairrista’ mesmo”, menciona.

Na oportunidade, ele disse que o modelo federativo precisa ser remodelado. “Se somar todos os tributos, a cada R$ 10 reais pagos em impostos, R$ 1,40 fica no município; R$ 2,60 no Estado e R$ 6,00 na União. Se o Paraná contribui tanto com Brasília, precisamos ter uma compensação maior. O agronegócio na região Oeste dobra a cada dez anos. Precisamos garantir recursos para infraestrutura e assim ampliar as rodovias e a questão ferroviária”.

Guto Silva enfatiza que é preciso produzir, mas o Estado também precisa enfrentar os gargalos. “O Paraná precisa ser tratado com compensações pontuais para realizarmos investimentos, como em Infraestrutura, Saúde e Educação. O Paraná ajuda muito o Brasil e está na hora de sermos ajudados”.

NOVOS LÍDERES – Durante a entrevista, outro tema abordado foi a falta de formação de novas lideranças políticas. Segundo o deputado estadual, o Paraná precisa romper essa realidade. “O Estado assim como o Brasil precisa formar líderes, sejam empresarial, Igreja, educação ou política. Observo que todos os países que evoluem possuem uma formação de líderes e nós somos um estado com várias culturas e diversidades. A nossa riqueza é a diversidade. Agora, nós precisamos dar o próximo passo; reconhecer a realidade heterogênea e começar a ‘apertar o jogo’, ao entendermos a nossa dimensão”.

Guto Silva destaca que o Paraná precisa se conhecer melhor e se conectar para que em um momento consiga emergir. “O governador é uma figura maravilhosa e pode reacender novas posições a nível nacional”.

ESTRUTURANTES – Na ocasião, ele também foi questionado sobre o projeto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Enquanto pré-candidato a senador, Guto Silva afirma que o assunto é delicado. “Compreendo que a alta do combustível está corroendo o bolso da população, porém mais de 60% da arrecadação do Paraná vem do combustível, da energia elétrica e da telefonia. Se mudar qualquer operação, terá um efeito forte na questão orçamentária do Estado”.

Ele pondera que o primeiro ano de pandemia no Paraná foi difícil, do ponto de vista da arrecadação. “Naquele momento, o presidente Bolsonaro recompôs os caixas dos estados e conseguiu equilibrar as contas. No segundo ano de pandemia, a economia do Paraná continua a ‘andar’, mas o problema foi com o custo da saúde. Com isso, defendo o equilíbrio, porque pode dar determinado benefício ou fazer gasto excessivo. Por exemplo, se no próximo ano, a inflação recuar, essa receita diminui”.

Guto Silva diz que acompanha com tensão esse assunto para que o Estado não seja prejudicado. “Existe um possível aumento da arrecadação em função da inflação. Porém, se isso não acontecer, o prejuízo do Paraná – caso tire esse recurso – está estimado em R$ 5 bilhões no próximo ano. É preciso fazer conta e dialogar com o Congresso”.

Ele prefere construir uma análise de defesa do Estado. “O Paraná ajuda demais o Governo Federal. Historicamente, estamos carregando uma parte do Brasil nas ‘costas’. É preciso ter a reflexão para que o Paraná não seja penalizado. Produzimos muito e ganhamos pouco. O Paraná não pode ficar à mercê de uma mudança em que em nosso estado terá um efeito maior em comparação com outro”.

PEDÁGIO – Ainda em pauta, o modelo do pedágio do Paraná, o qual tem gerado um debate ‘acalourado’. “Isso tem sido pauta de palanque político e demagogia. Hoje, não temos pedágio no Paraná. O governador Ratinho Junior se colocou em uma posição em buscar um modelo com transparência na discussão, com preços reduzidos e com obras. Esse tripé está ocorrendo”, comenta Guto Silva.

O leilão do primeiro lote do novo modelo de pedágio deve ocorrer em setembro deste ano. O deputado estadual afirma que setembro é o período em que estará ‘boca da eleição’. “Nós teremos um leilão robusto e com tarifas reduzidas. Mas, acredito que população perceberá que temos no Paraná um pedágio em média 50% mais baixo. É importante levar a informação para a sociedade sobre todos os assuntos abordados no Paraná. O nosso povo é forte e com esperança nós avançaremos”, finaliza o pré-candidato ao Senado, Guto Silva.

Da Redação

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