Exportações de sucata ferrosa têm forte alta em fevereiro, com a estagnação no mercado interno

As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na fabricação de aço, tiveram expressivo crescimento, de 84%, em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2022. No mês passado, as vendas externas chegaram a 59.368 toneladas, contra 32.191 em fevereiro de 2022.

Nos dois primeiros meses deste ano, as exportações somaram 97.259 toneladas, em comparação a 70.395 toneladas em janeiro e fevereiro de 2022, uma alta de 38%, conforme dados do Ministério da Economia, Secex.

As empresas processadoras e comercializadoras de sucata buscaram o mercado externo como forma de compensar a estagnação dos negócios no País, segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos recicláveis na cadeia produtiva. “A mudança de governo, as incertezas econômicas e o cenário internacional praticamente paralisaram as operações internas”, afirma Alvarenga.

Conforme pesquisa semanal feita pela S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para commodities, o mercado brasileiro de sucata ferrosa voltou a registrar queda de preços, o que levou mais empresas a recorrerem às exportações.

Um fornecedor brasileiro disse à S&P que “o mercado doméstico ficou estagnado e ele teve que exportar a preços baixos para evitar que o material ficasse parado nos pátios”. O prêmio entre os preços domésticos e de exportação para a Índia, por exemplo, chegou a 40% no caso da especificação HMS 1/2, um tipo de sucata bastante consumida.

Combate à sonegação

A operação recente da Receita Federal no combate à fraude na reciclagem de alumínio, que pode ter gerado prejuízo superior a R$ 500 milhões aos cofres públicos, foi considerada positiva pelo Inesfa.

“Desde o início dos anos 2000, o Inesfa alerta o governo sobre esse tipo de fraude. A Lei do Bem de 2005, que agora pode acabar por decisão do STF, ajudou muito a combater a sonegação de PIS e Cofins. Infelizmente, no caso do ICMS, ainda não há um consenso nos Estados para acabar de vez com as empresas sonegadoras, que competem deslealmente no mercado da reciclagem”, diz Alvarenga.

 Letras & Fatos Comunicação

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