Ferguson e Neville detonam Superliga Europeia: ‘Os clubes deveriam ter vergonha’
“Falar de uma Superliga é um movimento para longe de 70 anos de futebol dos clubes europeus. Como jogador para um time provincial Dunfermline nos anos 1960 e como técnico no Aberdeen vencendo a Copa dos Vencedores de Copa Europeus, para um pequeno clube provincial na Escócia era como subir o Monte Everest”, comparou Ferguson, que posteriormente venceu duas Ligas dos Campeões e treze edições do Campeonato Inglês pelo Manchester United.
“O Everton está gastando 500 milhões de libras (cerca de R$ 4 bilhões) para construir um novo estádio com a ambição de jogar a Liga dos Campeões. Torcedores de todo lugar amam a competição como é”, completou Ferguson.
A ideia da Superliga é ter 15 clubes fixos como participantes, independentemente dos seus resultados anteriores. Já teriam aderido 12 clubes: seis da Inglaterra (Liverpool, Manchester United, Manchester City, Arsenal, Tottenham e Chelsea), três espanhóis (Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid) e três italianos (Juventus, Milan e Inter de Milão). O Paris Saint-Germain se recusou a participar, assim como o Bayern de Munique e os demais clubes alemães.
Gary Neville foi ainda mais incisivo. “Eu não sou contra a modernização das competições de futebol, nós temos a Premier League (Campeonato Inglês), temos a Liga dos Campeões. Mas trazer essas propostas em meio à pandemia de covid, em meio à crise econômica que existe para todos os clubes é um escândalo absoluto. O United e o resto dos ‘seis grandes’ que assinaram por isso deveriam ter vergonha de si mesmos” opinou o ex-atacante, hoje comentarista do canal de TV Sky Sports.
“O Arsenal está nisso? Eles acabaram de empatar com o Fulham, o Manchester United está empatando com o Burnley (acabaram vencendo por 3 a 1). Eu não consigo me concentrar no jogo. Assinar para uma Superliga durante a temporada é uma piada, deveriam tirar pontos de todos os seis”, criticou o ex-jogador.
Até o governo britânico se manifestou. “Torcedores de futebol estão no coração de nosso esporte nacional e qualquer decisão grande deve ter o apoio deles. Ao lado de muitos fãs, estamos preocupados que esse plano possa criar uma casa fechada no topo do nosso jogo nacional”, afirmou o ministro da cultura do Reino Unido, Oliver Dowden. Na França, o governo aplaudiu o PSG por não aderir ao projeto.
A Uefa prometeu excluir os clubes que participarem da Superliga de seus torneios, e os jogadores desses clubes das seleções, fazendo com que eles fiquem fora da Copa do Mundo. A Fifa também se manifestou contra a criação da nova competição, mas pediu um diálogo entre os clubes e a Uefa.
Comentários estão fechados.