FMI vê risco econômico mais longo com oferta de postos e falta de trabalhadores
Se a tendência mais ampla de empregos abundantes e trabalhadores insuficientes continuar, pode ter implicações importantes para o crescimento, a desigualdade e a inflação, avalia o FMI. Uma lentidão contínua na recuperação do emprego em meio à demanda de trabalho sustentada pode restringir o crescimento econômico, enquanto alimenta os aumentos salariais, alerta. “Embora salários mais altos sejam uma boa notícia para os trabalhadores, eles poderia alimentar ainda mais a inflação”, diz o FMI.
A lacuna, na qual a taxa de emprego está abaixo do nível pré-crise, está se estendendo nos EUA e no Reino Unido, aponta. Com um possível efeito de resfriamento nos mercados de trabalho causados pela variante Ômicron, essa tendência pode ser mais longa do que o esperado, alerta o artigo, escrito por Carlo Pizzinelli e Ippei Shibata.
Uma das razões apontadas é que mães de crianças pequenas seguem saindo da força de trabalho em meio á interrupções contínuas de escolas e creches.
Uma explicação possível é que os programas de apoio à renda durante a pandemia permitiram que os trabalhadores fossem exigentes, retardando as candidaturas a empregos, as aceitações e, em última análise, a recuperação do emprego, cita.
Outra questão é um aumento no descompasso entre as indústrias e ocupações em que os desempregados estão procurando e aquelas com vagas abundantes: trabalhos que exigem interações pessoais, como em restaurantes, hotéis e entretenimento, foram duramente atingidos, enquanto ocupações que aceitam trabalho remoto substancialmente melhor, explica o FMI.
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