França planeja estender obrigatoriedade do passaporte da vacina até 2022
Ao escolher o verão – de junho até setembro de 2022 no Hemisfério Norte – como prazo, o Palácio do Eliseu estenderia o uso do documento para além do final das atividades parlamentares, em fevereiro, que ocorre devido às eleições presidenciais em abril e às eleições legislativas, em junho. A intenção anunciada por Attal nesta quarta deverá ser consolidada em um projeto de lei com apresentação prevista para 13 de outubro.
“Os últimos 18 meses nos mostraram que temos que permanecer prudentes e vigilantes”, disse Attal, que enfatizou que o desejo de Paris é manter o menor número possível de restrições. Ele também expressou otimismo sobre a situação “graças à vacinação”. A França já vacinou 74% de sua população com ao menos uma dose e 66% das pessoas já estão totalmente imunizadas.
O passaporte sanitário, um código QR no smartphone ou em um pedaço de papel comprovando que a pessoa foi vacinada contra a covid-19 ou que tem testes com resultados negativos da doença, é obrigatório desde 21 de julho em locais com capacidade para mais de 50 pessoas, como em bares, restaurantes, hospitais (exceto para emergências) e grandes centros comerciais.
Para ser válido, o passaporte da vacina, que já está em vigor em vários países europeus, deve indicar o cronograma completo de vacinação, ou apresentar um certificado de teste positivo de pelo menos 11 dias e menos de seis meses, no caso da covid-19. Um teste negativo de “menos de 72 horas” também é aceitável.
Sua implementação gerou protestos semanais e, no sábado passado, mais de 60 mil pessoas se manifestaram contra o passe. Muitos dos manifestantes eram contra o passaporte obrigatório, que eles veem como “vacinação obrigatória disfarçada”. Eles consideram a coerção desproporcional e estão preocupados que um empregador possa suspender o contrato de trabalho de um empregado que não tenha um. O governo, entretanto, prefere falar sobre os vacinados.
“O rosto de uma França que está lutando é o dos milhões de franceses que respeitaram os gestos de barreira, que cuidaram de seus entes queridos, que foram vacinados”. Infelizmente, muito menos se fala deles do que da parcela antivacina, anticiência, antiestatal (…) Eu entendo o medo, tudo deve ser feito para tranquilizar as pessoas. Mas chega um momento em que é suficiente”, diz o ministro da saúde, Olivier Véran. (Com agências internacionais).
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