França suspende 3 mil trabalhadores do setor de saúde que não se vacinaram
O governo francês determinou a quarta-feira, 15, como prazo final para que cerca de 2,7 milhões de trabalhadores do setor de saúde – como médicos, enfermeiros, profissionais de assistência domiciliar, socorristas e técnicos de atendimento de urgência – tomassem pelo menos a primeira dose de qualquer imunizante autorizado no país.
“Ontem [quarta], cerca de 3 mil suspensões foram notificadas ao pessoal de centros de saúde por não terem recebido pelo menos uma dose da vacina”, disse o ministro da Saúde, Olivier Véran, à rádio RTL, acrescentando que dezenas de funcionários também foram demitidos.
Em meados de julho, o presidente Emmanuel Macron anunciou medidas de combate à covid-19 na tentativa de pressionar os franceses a se vacinarem. O público geral passou a ter que apresentar uma espécie de passaporte sanitário para frequentar espaços compartilhados, como restaurantes, academias e museus. Na mesma ocasião, foi informado o prazo final para os trabalhadores de saúde e as medidas – suspensão do trabalho e de seus pagamentos.
Apesar de polêmica, a medida garantiu alguns resultados práticos. Autoridades de saúde apontam que cerca de 84% dos funcionários de estabelecimentos de saúde tomaram as duas doses da vacina até o dia 7 de setembro. Verán afirmou que mesmo com as demissões e a suspensão dos funcionários, o sistema de saúde do país não corre risco.
A estimativa da autoridade de saúde francesa, Santé Publique – citada pelo jornal The Guardian – é de que menos de 12% dos funcionários do setor hospitalar deixaram de se vacinar. O número é de aproximadamente 6%, se considerados os médicos de estabelecimentos privados.
Atualmente, pouco menos de 47 milhões de franceses com 12 anos ou mais estão totalmente vacinados, o que representa 81,4% da população. Pelo menos 86,1% receberam a primeira dose.
A França acumula mais de 115 mil mortes por coronavírus desde o começo da pandemia. Todos os viajantes, exceto os totalmente vacinados, devem apresentar teste negativo de covid-19 para entrar no país. O uso de máscara é obrigatório em transportes públicos e áreas compartilhadas. (Com agências internacionais)
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