Há 10 meses no Palmeiras, Abel vira segundo técnico mais longevo do Brasileirão
conquistou os torcedores palmeirenses, mas também convive com críticas no vitorioso e turbulento período em que está no clube. Ele se tornou, com a demissão de Guto Ferreira do Ceará, o segundo técnico mais longevo da elite do futebol brasileiro.
Anunciado em 30 de outubro de 2020 para suceder Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras, Abel só está há menos tempo à frente de um clube da Série A do Brasileirão do que Maurício Barbieri, que dirige o Red Bull Bragantino desde setembro do ano passado.
Uma das principais revelações de uma geração de jovens técnicos portugueses, Abel, natural da cidade de Penafiel, tem 74 jogos no comando do Palmeiras. São 42 vitórias, 13 empates e 19 derrotas. Neste ano, ele busca o seu terceiro título. Como disse em sua apresentação em novembro de 2020, o ambicioso treinador não atravessou o Atlântico “para passar férias”.
Para além dos números, Abel, na temporada passada, foi responsável por resgatar uma equipe em baixa e com problemas e conduziu o time alviverde às conquistas da Libertadores – esta depois de 21 anos – e da Copa do Brasil. Tornou-se, com os troféus, o único técnico a ganhar dois títulos em uma mesma temporada pelo Palmeiras neste século.
Nesta temporada, o treinador amargou três vices, o da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana e do Campeonato Paulista. Os insucessos foram sucedidos de críticas ao seu trabalho e a situação adversa foi potencializada com a eliminação precoce na Copa do Brasil para o CRB, da segunda divisão nacional.
O português, porém, conseguiu fazer ajustes até a equipe melhorar. Estudioso, ele elaborou uma estratégia determinante para que o Palmeiras eliminasse o São Paulo e avançasse às semifinais da Libertadores. Além disso, o time é o vice-líder do Brasileirão, atrás do Atlético-MG, que será seu rival por uma vaga na decisão do torneio continental do qual é o atual campeão.
Abel é dedicado, estudioso, inquieto, exigente e, sobretudo, intenso. Seu discurso é direto e eloquente. Ele já fez críticas públicas à diretoria pela ausência de reforços nesta temporada e também não se furtou de questionar a torcida que apoia a equipe nos momentos bons, os “torcedores das vitórias”, como ele definiu.
Em seus primeiros meses no Brasil, o português morou na Academia de Futebol, o CT do Palmeiras. Ele procura viver intensamente a rotina do clube, e isso inclui a presença em eventos como a inauguração da nova sala de troféus na semana passada e o evento em que o presidente Maurício Galliote foi condecorado pelo Consulado Geral da Itália, em São Paulo.
Abel e o elenco folgam nesta segunda e terça e voltam aos trabalhos na quarta-feira. O Palmeiras entra em campo novamente apenas no dia 12 de setembro, contra o Flamengo, às 16h, pela primeira rodada do returno do Brasileirão. Até lá, o estudioso treinador tentará armar uma estratégia para desbancar o forte rival rubro-negro e também usará o tempo livre para melhorar o desempenho da equipe.
“Vamos aproveitar as semanas para afinar processos, nossas formas de atacar, defender, bolas paradas, transições. Os pênaltis também”, explicou o técnico após a vitória sobre o Athletico-PR. “Vamos deixar todos prontos para os encontros daqui a 15 dias. Vamos aproveitar bem as duas semanas. Disse aos jogadores: nós a 100% de nossas capacidades podemos ganhar de qualquer equipe”.
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