Hepatites: pacientes abandonam tratamento e CTA/SAE faz busca ativa

Neste ano, Toledo e região apresentou 116 novos casos de pacientes com hepatites virais, sendo 96 de hepatite B e 20 da C, com registro de 15 óbitos. Dados do Centro de Testagem e Aconselhamento/ Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE) do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) apontam que existem 1.324 pacientes cadastrados. Para manter a qualidade de vida é preciso ter o acompanhamento adequado, contudo, o CTA/SAE tem notado um aumento de pacientes que abandonam o tratamento.

“Estamos com um número elevado de pacientes em abandono de tratamento e isso é um sinal de alerta, pois são pessoas que podem ter complicações de saúde em decorrência do vírus, bem como transmitir para outras pessoas, por falta de tratamento”, alerta a psicóloga do CTA/SAE, Maiara Graziella Nardi.

Entre 2020 e 2021, no CTA/SAE foram realizados 1.300 atendimentos médicos para hepatite B e C entre acompanhamentos e casos novos. O Centro atende os pacientes dos 18 municípios da área de abrangência da 20ª Regional de Saúde. De acordo com a profissional, atualmente, o serviço faz a busca ativa de 196 pessoas em abandono, porém o número de pacientes é mais elevado. “Encontramos bastante dificuldade em acessar esses pacientes, por não terem números de telefones atualizados no serviço, nem no cadastro do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém estamos sempre trabalhando na tentativa de trazer esses pacientes novamente para o serviço”, afirma ao salientar que uma das atividades de rotina do CTA/SAE é fazer triagem dos pacientes para verificar se todos estão fazendo o tratamento de maneira correta.

NÃO ABANDONAR – As consequências do abandono são: evolução de fibrose hepática e cirrose. Outra possibilidade é em relação ao paciente que fez quimioterapia, se ele abandona o tratamento das hepatites pode ter insuficiência hepática aguda, isso no contexto da quimioterapia. Já as gestantes que deixam o tratamento também podem transmitir para o feto. Geralmente, quem abandona o tratamento são pacientes que não apresentam sintomas. Entretanto, quando aparece algum sintoma pode ser um indicativo de que a doença está em uma fase delicada.

A profissional enfatiza que é preciso ter comprometimento com a saúde para que todo o acompanhamento seja realizado de maneira correta. Somente com o tratamento adequado é possível manter a eficácia desejada e promover mais qualidade de vida ao paciente.

DIAGNÓSTICO – É algo inesperado receber um diagnóstico positivo para algum tipo de hepatite viral, ainda mais em situações em que a pessoa não apresenta sintomas. Entretanto, com um parecer positivo é preciso seguir os tratamentos, usar os medicamentos recomendados e fazer os exames de rotina para evitar as consequências que a doença pode trazer.

Em apenas 30 minutos o paciente recebe o resultado o teste rápido. Ele funciona como uma ferragem de triagem. Se o resultado apresentar reagente positivo, a pessoa realiza o exame convencional, depois é encaminhado para as consultas nas especialidades, que solicitam novos exames para avaliar a carga viral. Baseados nestes resultados iniciasse o tratamento adequado.

CONTAMINAÇÃO – A transmissão do vírus ocorre através do sangue e secreções sexuais. “Também pode ser transmitida via perinatal, ou seja, da mãe para a criança na gravidez, durante e após o parto. Isso pode acontecer se não ocorrer o tratamento, por isso, a importância de não abandonar em todos os casos”, alerta a psicóloga.

O tipo B geralmente é mais relacionada às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), por isso, ela é considerada mais recorrente. Enquanto que a C também acontece pelo contato com o sangue contaminado. O vírus pode permanecer vivo no ambiente por muitos dias, ou seja, se uma pessoa se cortou e o material que fez o ferimento estiver contaminado, mesmo que o sangue esteja seco, corre o risco de contaminar outra pessoa se vier a ter contato com a corrente sanguínea.

A profissional pontua que as pessoas precisam ter cuidado em relação ao compartilhamento de objetos pessoais, como por exemplo, lâmina de barbear e alicates de unha, por exemplo. Por isso, é importante buscar os serviços de salões de beleza, barbearias, estúdios de tatuagem, entre outros estabelecimentos afins, que atendam dentro das normas de vigilância de saúde para que a transmissão da hepatite, entre outras doenças sejam evitadas.

“As hepatites virais se colocam como grave problema de saúde pública. No próximo e mês celebramos o Julho Amarelo – mês de combate as hepatites virais. É um período voltado ao desenvolvimento de ações de prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são os principais objetivos dessas ações, com o intuito de melhorar a expectativa de vida dos pacientes, diminuir a proliferação de contágio e evitar danos secundários como as fibroses hepáticas, entre outras condições que podem levar o paciente a morte”, conclui Maiara ao reforçar que o CTA/SAE tem uma equipe multidisciplinar para prestar os atendimentos desses pacientes.

O QUE É HEPATITE?

Foto: Janaí Vieira

A psicológica do Centro de Testagem e Aconselhamento/ Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE) do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar), Maiara Graziella Nardi, explica que é hepatite é uma infecção que atinge o fígado e pode ser causada pelo uso de medicação, álcool ou transmitida por vírus. “Os tipos de hepatites mais comuns em nosso Estado são a B e a C. A hepatite B também é classificada como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), já a hepatite C tem menor taxa de transmissão por esse tipo de contato”.

DOENÇA SILENCIOSA

As hepatites, silenciosamente, causam inflamação no fígado. Na maioria dos casos não apresenta sinais no corpo, isso dificulta o diagnóstico precoce e, consequentemente, seu tratamento. Febre, fraqueza, mal-estar; dor abdominal, enjoo/náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura, icterícia (olhos e pele amarelados) e fezes esbranquiçadas são os sintomas mais comuns das hepatites.

Da Redação

TOLEDO

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