Indústria abre 2.800 vagas em julho no Paraná

A indústria continua gerando empregos no Paraná. Dados divulgados nesta quinta-feira (26/8) pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) dão conta de que, em julho, o setor contratou 2.844 trabalhadores. No total, o Paraná abriu 14.492 novos postos de trabalho, com boa recuperação no setor de serviços (7.348) e comércio (3.401). Este ano, o estado ocupa a quarta colocação entre os que mais criaram vagas formais no país. No mesmo intervalo, o Brasil acumula 398.585 novas contratações no setor industrial. Só em julho, a indústria nacional admitiu 58.585 novos trabalhadores.

Apesar de manter um bom nível de contratações desde a metade do ano passado, o resultado de julho no Paraná ficou 25% abaixo do registrado no mês anterior (junho) e 57% menor do que o do mesmo mês de 2020. No ano, o setor industrial acumula saldo de 37.455 novas oportunidades, valor seis vezes superior ao do ano passado. Mas o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Evânio Felippe, avalia que como os dois períodos foram distintos em relação à evolução da pandemia no estado, não devem ser comparados. “No início da pandemia houve muitas demissões e a atividade industrial foi paralisada em muitos estabelecimentos. Depois, foi considerada atividade essencial e não fechou mais”, lembra. Neste primeiro semestre, mesmo com uma piora na crise sanitária, o setor continuou produzindo seguindo os protocolos de segurança. “A forma de lidar com a pandemia mudou, por isso não cabe a comparação dos resultados acumulados neste e no ano passado”, esclarece.

Setores

Em julho, dos 24 segmentos da indústria avaliados, apenas três demitiram mais do que contrataram: fumo, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos. O setor alimentício liderou o ranking dos melhores com mais de 800 novas admissões. Seguido por madeira (383), confecções e artigos do vestuário (351), móveis (339) e automotivo (266).

No ano, o setor alimentício também é o que acumula o maior número de contratações em 2021. Foram mais de 5.700 desde janeiro. Também geraram vagas o segmento de confecções e artigos do vestuário (5.354), madeira (4.072), fabricação de produtos de metal (3.066) e moveleiro (2.338). Fumo (8), bebidas (29) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (197) abriram uma quantidade menor de postos.

“A vagas no mercado de trabalho estão condicionadas ao ritmo de produção nas indústrias, que este ano acumula alta de 18% no primeiro semestre. Quanto mais acelerada a atividade, mais pessoas conseguem emprego”, explica Felippe. Mas ele alerta sobre algumas medidas de natureza macroeconômica que podem atrapalhar essa dinâmica até dezembro. “Fatores como o fim dos programas de auxílio emergencial do Governo Federal podem reduzir o consumo e a demanda nos setores de comércio e serviços. Isso reflete diretamente na produção dentro das fábricas”, avalia.

Outro fator é o aumento da taxa de juros Selic para tentar conter a inflação elevada no país. O custo dos investimentos e para contratar capital de giro ficaram mais caros e isso pode afetar a produção e o ritmo de contratações nas empresas”, completa. O economista também avalia que o agravamento da crise hídrica pode gerar racionamento de energia e assim comprometer as operações. “Se houver rodízio não há como não reduzir a produção nas indústrias”, avisa.

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