Investigação indica que jornalistas foram espionados em El Salvador
As duas organizações concluíram que os telefones de pelos menos 35 jornalistas e ativistas foram invadidos pelo Pegasus, software de espionagem da empresa israelense NSO Group. A espionagem atingiu todos os cargos do jornal: editores, redatores, diretores e até o setor administrativo. Desde que Bukele assumiu, em junho de 2019, o jornal vem publicando reportagens com denúncias que envolvem o governo.
A mais recente revelou um acordo entre o governo e gangues para pacificar o país. O caso mais marcante é o do jornalista Carlos Martínez, que assinou todas as reportagens sobre pactos entre políticos e narcotraficantes. Um dos mais espionados foi Óscar Martínez, vítima de 42 escutas. Editor-chefe do jornal El Faro, ele é autor de vários livros e documentários sobre cartéis e gangues.
Bukele
Os pesquisadores do Citizen Lab e da Access Now dizem que cada operação de espionagem custa milhares de dólares e dá ao programa Pegasus acesso total ao conteúdo do telefone celular: mensagens de texto, de voz, imagens, arquivos, ativação da câmera e do microfone, redes sociais, anexos de mensagens, aplicativos, e-mail, registros de chamadas e GPS.
Investigações parecidas realizadas com repórteres, ativistas e opositores de outros países indicaram que os governos geralmente estão por trás dos grampos. O NSO Group declarou que só vende o Pegasus para governos e com a autorização do Ministério da Defesa de Israel. O escritório de comunicações de Bukele disse que o governo salvadorenho não é cliente do NSO Group e garantiu que o ataque cibernético está sendo investigado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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