IPCA ainda não mostra sinais de pressão de demanda, avalia IBGE

Ainda não há sinais de pressão de demanda sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), afirmou Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Porque a gente nota que os serviços ainda têm uma variação pequena, inclusive em alguns casos com deflação. E essa aceleração do IPCA nos últimos meses tem muito a ver com monitorados, não tem tanto a ver com demanda. Gás de botijão, gasolina, os combustíveis são reajustados nas refinarias, e eventualmente chegam ao consumidor final. Não dá para dizer que tenha demanda, ainda mais nesse momento de medidas restritivas”, justificou Kislanov.

O IPCA acelerou de 0,86% em fevereiro para 0,93% em março. Dentro do índice, a inflação de serviços arrefeceu de uma alta de 0,55% em fevereiro para 0,12% em março. Já a inflação de itens monitorados pelo governo aumentou de 1,69% para 2,81%.

Kislanov frisa que é necessário avaliar o IPCA mês a mês, e que “não dá para dizer que é um novo patamar de inflação”.

“Nos últimos dois meses, a gente teve o peso dos combustíveis (mais caros)”, ponderou Kislanov. “Mas os administrados podem recuar. A Petrobras anunciou redução no preço dos combustíveis, pode cair, a gasolina tem um peso grande, e os alimentos estão desacelerando.”

O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, se manteve em 63% em março, mesmo resultado de fevereiro. A difusão de itens alimentícios caiu de 67% em fevereiro para 65% em março, enquanto a de itens não alimentícios permaneceu em 61% em março, mesmo resultado do mês anterior.

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