Irã acusa Israel de atacar usina nuclear de Natanz

O Irã acusou na segunda-feira, 12, Israel de estar por trás do ciberataque realizado no domingo contra sua usina nuclear de Natanz, dando a entender que a ação danificou as centrífugas encarregadas de enriquecer urânio. O governo iraniano prometeu “vingança”.

Fontes de inteligência dos EUA disseram ao New York Times que o ataque deve atrasar o programa nuclear iraniano. A ação causou uma explosão que destruiu o fornecimento de energia independente, que alimentava as centrífugas usadas para enriquecer urânio. O reparo poderia durar até nove meses.

O governo iraniano afirmou que nem todas as centrífugas foram afetadas e disse que a produção de algumas poderia ser retomada na semana que vem. “Com esta ação, o regime sionista tentou se vingar do povo iraniano pela paciência e sabedoria que demonstrou em relação ao levantamento das sanções”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Said Khatibzadeh. Ele acusou Israel de tentar sabotar as discussões nucleares em andamento em Viena.

A negociação tem como objetivo tentar fazer os EUA voltarem ao acordo nuclear de 2015, que restringe o programa nuclear iraniano, além de suspender as sanções americanas. O pacto foi firmado durante o governo de Barack Obama, mas os EUA se retiraram em 2018 por ordem do então presidente Donald Trump.

O ciberataque ocorreu no domingo. O governo iraniano anunciou que a usina de Natanz sofreu um apagão como resultado de um ato de “terrorismo”, que não deixou vítimas, nem contaminação. Vários meios de comunicação de Israel, citando “fontes de inteligência”, disseram que o serviço de espionagem do país, o Mossad, realizou uma operação.

Israel não comentou oficialmente o incidente. Em cerimônia no domingo, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, não citou diretamente Natanz. “A luta contra a nuclearização do Irã é uma tarefa enorme”, limitou-se a dizer. Ao New York Times, os analistas de inteligência dos EUA confirmaram que Israel foi responsável pelo ataque. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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