Irã diz ter concordado em retornar às negociações nucleares; UE ainda não confirmou
Em mensagem postada no Twitter, o negociador Ali Bagheri, vice-ministro das Relações Exteriores, que se reuniu com diplomatas europeus em Bruxelas, disse que a data exata das negociações será anunciada na próxima semana.
O Irã suspendeu as conversas em junho, após a eleição de seu novo presidente, Ebrahim Raisi, um clérigo linha dura. Durante meses, seu governo disse que voltaria à mesa de negociações, mas se recusou a definir uma data, alimentando pessimismo e alarme sobre a restauração do acordo nuclear.
Em 2018, o então presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos unilateralmente do acordo, no qual o Irã concordou em limitar suas atividades nucleares e se submeter ao monitoramento internacional em troca da retirada das sanções econômicas americanas e internacionais. Depois que Trump voltou a impor sanções, o Irã reiniciou seu programa de enriquecimento de urânio em alto nível.
O atual presidente americano, Joe Biden, prometeu retomar o acordo e as negociações começaram em abril. O Irã recusou negociações diretas com os Estados Unidos e os parceiros europeus atuaram como intermediários para as duas delegações.
No início deste mês, o governo Biden indicou que estava mudando sua posição em relação à retomada das negociações, e advertiu que o cronograma não era infinito. Também disse que estava preparado para considerar o que o secretário de Estado americano, Antony Blinken chamou de “outras opções se o Irã não mudar seu curso”.
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), disse este mês que, devido às interrupções no monitoramento das atividades nucleares do Irã por parte da agência, as próximas semanas seriam “decisivas” para determinar se a retomada das negociações era possível.
Um prazo para retornar às negociações estava se aproximando rapidamente: uma reunião do conselho da AIEA marcada para meados de novembro. As partes europeias ameaçaram repetidamente condenar o Irã e considerar a reimposição de sanções se o país não cumprir os compromissos de verificação.
Sem confirmação
A União Europeia ainda não confirmou que haja um consenso para a retomada das negociações. “Sempre anunciamos qualquer próxima reunião em Viena quando é apropriado. Não há nada que anunciar neste momento”, disse à agência EFE Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell. Fontes do bloco disseram que qualquer reunião sobre o pacto só pode ser anunciada se todos os participantes forem informados e uma data tiver sido acordada. (Com agências internacionais)
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