Jaqueline Mourão projeta 8ª Olimpíada em Pequim e Nicole Silveira foge de pressão

Com a aproximação dos Jogos de Inverno de Pequim, aumentam as expectativas sobre o desempenho do Brasil. Em 2022, o País terá 11 atletas disputando as modalidades na capital chinesa. Jaqueline Mourão e Nicole Silveira são expoentes do Time Brasil e passaram, nesta segunda-feira, suas impressões antes do início das competições, que começa no dia 4 de fevereiro.

Indo para sua oitava Olimpíada – entre Jogos de Verão e Inverno -, a recordista Jaqueline Mourão avaliou a conquista dessa marca e falou sobre sua trajetória no esporte, relembrando sua carreira no mountain bike e no esqui cross-country.

“Nunca pensei que chegaria à minha oitava Olimpíada. Mas a emoção é a mesma de todas as outras edições. Trabalhei muito para estar aqui. E a emoção está, principalmente, em fazer história. Eu acho que vale a pena tudo. Lembrando todo o caminho, faz parte da minha vida (fazer história). Não imaginava chegar tão longe na minha carreira”, analisou Jaqueline, que também comentou sobre seu aprendizado com a atividade em duas modalidades tão diferentes.

“Minha vida é marcada pela resiliência. O aprendizado de que trabalho, dedicação e a voz interior fazem a diferença. Essa talvez a minha maior bandeira para poder inspirar outras pessoas. Essa é minha lição: sonhar vale a pena para conquistar os seus sonhos”, explicou a brasileira.

Com 46 anos, Jaqueline vive a expectativa de seguir competindo em alto nível. A mineira entende que não deve colocar um ponto final na carreira, mas já vislumbra possibilidades de atividades nos bastidores das modalidades.

“Depois de Sochi-2014, já pensava em parar. Temos certos padrões na sociedade, e eu, como sou uma atleta de 46 anos, parei de pensar em idade. Enquanto me sinto forte e com gana, estarei competindo. Sou muito feliz de me dar essa liberdade. Me inspiro em atletas mais velhas que têm conquistado medalhas e quebrado recordes. No mountain bike, já estou resolvida, não competir mais em alto rendimento. Mas quero continuar nos bastidores, na comissão de atletas, ajudando outros atletas. No esqui cross-country, acabei de conquistar meu melhor resultado e a cada ano estou melhorando minha performance e técnica. Então, depois de Pequim, precisarei me recuperar após essa bateria de Olimpíadas de Verão e Inverno, mas espero continuar ajudando o Brasil a se classificar se me mantiver competitiva”, finalizou Jaqueline Mourão.

Nicole Silveira chegará a Pequim como o nome mais competitivo do Brasil nos Jogos de Inverno. Apesar da expectativa, a atleta do skeleton prefere se esquivar de qualquer responsabilidade na busca por resultados superiores aos de Isabel Clark, que conquistou o melhor posicionamento do País em uma Olimpíada de Inverno, com um nono lugar em Turim-2006, no snowboard cross.

“Eu diria que não imaginaria estar aqui com a esperança de um bom resultado. Quanto mais penso na Olimpíada, não penso na expectativa de resultado. Quando quero muito, acabo me atrapalhando. Vou melhor quando aproveito e me divirto na descida. Houve bastante trabalho e dedicação nesse tempo e espero chegar a uma bom resultado, mas sem pressão ou estresse”, explicou Nicole.

Enfermeira de profissão no Canadá, Nicole Silveira avaliou que o período da pandemia “ajudou e atrapalhou” seu desenvolvimento, dado que teve de estar na linha de frente do combate à covid-19, em que aprendeu sobre o lidar com o vírus e evitar a contaminação, mas teve prejuízos em sua preparação esportiva. A brasileira também elogiou a isonomia entre as competidoras, uma vez que a pista de Pequim será nova para todas elas.

“Quanto mais conhecimento tenho da pista, melhor é a minha performance. Acho que vai ajudar bastante (ter participado do evento-teste na China). Mas todas as atletas tiveram o mesmo número de descidas – com exceção ao time chinês. Isso equilibra a competição. Espero que seja mais equilibrada a disputa pelo fato da pista de Pequim ser novidade para todos . Estou confiante, e essa confiança vai me ajudar bastante”, finalizou.

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