Lewandowski libera a Renan Calheiros acesso às mensagens hackeadas da Lava Jato
Investigado em nove inquéritos do Supremo, Renan foi posto no banco dos réus pela Corte em dezembro de 2019 após a Segunda Turma aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. A acusação mira suposto pagamento de propinas do então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a diretórios estaduais e municipais do MDB. A peça foi assinada em 2017 pelo então procurador-geral Rodrigo Janot.
Além de Renan Calheiros, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) também pediram acesso ao conteúdo das mensagens, mas tiveram os pleitos rejeitados por Lewandowski. Nestes casos, o ministro negou o pedido de extensão de decisão por considerar que não ficou demonstrada semelhança entre os processos de Cunha e Cabral aos do ex-presidente Lula. O ministro também rejeitou pedido de compartilhamento das mensagens solicitado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
O senador é hoje o relator da CPI da Covid, que irá apurar a condução da pandemia pelo governo federal, foco de preocupação do Planalto. Em entrevista ao Estadão, Renan afirmou que a CPI não iria se transformar numa “Comissão Parlamentar de Inquisição”. E tem repetido que a CPI não é inimiga de ninguém, “mas, sim, da pandemia”.
Apesar da declaração, o governo Bolsonaro sabe que o trabalho de Renan na CPI pode desgastar o presidente. O senador tem feito oposição sistemática à gestão federal, além de ter dado declarações que acenam a possível apoio à uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
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