Linha de inovação do BRDE ultrapassa R$ 30 milhões em financiamentos em 2022
Os financiamentos de projetos de inovação em empresas do Paraná pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) estão perto de voltar ao patamar antes da pandemia. Em comparação com 2021, o número de contratos enquadrados nessas linhas duplicou e os recursos liberados passaram de R$ 7,3 milhões no ano passado para R$ 36,7 milhões até setembro deste ano. O banco é um dos maiores repassadores de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio das linhas Inovacred.
A expectativa da agência de Curitiba do BRDE é que, até o fim deste ano, o volume de recursos liberados pelas linhas Finep/Inovacred alcance o patamar de 2019, e ultrapasse os R$ 60 milhões. “Mesmo com a economia mundial e brasileira ainda em processo de recuperação, já identificamos o aumento na demanda por investimentos em inovação, que demonstra a confiança do setor produtivo em uma retomada de crescimento econômico”, disse o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Há alterações nas condições de contratação das linhas Finep/Inovacred em andamento, o que vai estimular ainda mais o crescimento neste e nos próximos anos. Entre elas estão a diminuição das taxas de juros, aumento do limite por financiamento para R$ 15 milhões e, principalmente, um entendimento mais abrangente do conceito de inovação, que passou a incluir projetos incrementais, e não somente disruptivos.
O investimento em tecnologia e inovação tem se tornado solução recorrente para as empresas se tornarem mais competitivas e suprirem carência de mão de obra, a exemplo da indústria de cilindros hidráulicos dirigida pelo empresário Paulo Teles. Localizada em Paiçandu, no Noroeste do Estado, a empresa decidiu financiar pelo BRDE seu projeto para automatizar a linha de produção.
Por se tratar de aquisição de tecnologia habilitadora, cujo fornecedor é uma empresa integradora credenciada pela Finep, o projeto foi aderente à mais recente linha de crédito da família Inovacred, a 4.0, que é destinada a financiar despesas em equipamentos nacionais ou importados em conjunto com os serviços prestados pela integradora. São enquadrados nos critérios dessa linha empresas brasileiras com receita operacional bruta anual de até R$ 300 milhões, com atividades econômicas nos setores da Indústria da Transformação e da Agricultura.
Os projetos devem ser alinhados aos seguintes temas: internet das coisas, computação na nuvem, Big Data, segurança digital, manufatura aditiva, manufatura digital, integração de sistemas, digitalização, sistema de simulação, robótica avançada e inteligência artificial. Além disso, é preciso ter um plano de digitalização desenvolvido por empresa integradora credenciada pela Finep.
Com o recurso, a empresa de Paiçandu adquiriu célula de soldagem de alta qualidade com o objetivo de melhorar a repetibilidade e produtividade em uma das principais etapas do processo de produção. A solução de digitalização foi desenvolvida por empresa integradora de automação e soldagem com sede em Caxias do Sul (RS) e representação em São Paulo e Minas Gerais.
O empresário Paulo Teles informa que, com a implementação do projeto, houve um incremento entre 20% e 30% de produtividade. “Além disso, nós melhoramos a padronização e a qualidade do nosso produto. Porque como é um sistema por robô, se fazemos uma peça ou 100 peças, elas saem com o mesmo padrão. Eu diria que o ganho expressivo para nós foi qualitativo, naturalmente, com maior satisfação do cliente”, afirma.
A hidráulica também aprovou financiamento destinado à capital de giro para investimentos na complementação da automação das linhas de produção. A Teles está em processo de desenvolvimento, junto a uma empresa parceira, de duas células para manipulação automática de tornos.
Segundo o diretor, a dificuldade de formar mão de obra qualificada, aliada ao diferencial de padronização na linha de produção que a automação oferece, contribuíram para a decisão desse investimento. “Ao diminuir a quantidade de pessoas no processo, é possível qualificar melhor essa pessoa que fica e inclusive remunerá-la melhor também”, afirmou Paulo.
FAMÍLIA INOVACRED/FINEP – O macroprograma “Mais Inovação é BRDE”, em parceria com a Finep, apoia projetos de inovação incremental ou disruptiva, transformação digital, automação, robótica, internet das coisas, entre outros projetos inovadores. Além da Inovacred 4.0, as principais linhas são a Inovacred tradicional, Expresso, Conecta e Telecom.
Mais informações sobre financiamento nessa linha de crédito, pelo site https://www.brde.com.br/servicos/inovacao/.
Da AEN