Mallet destaca importância de Mostra e Festival e resultados para projetos sociais

O artista circense Rodrigo Mallet, um dos profissionais mais conhecidos na área do circo social, participa novamente em Toledo da XVI Mostra de Circo Social e IX Festival Nacional de Circo que começou na quinta-feira, 3, e encerra nesta terça-feira, 8. Ele dirige o espetáculo Cartolagem, apresentado na sexta-feira, 4, durante o Festival Nacional de Circo. O espetáculo reúne o Corpo Circense Basileu França, de Goiânia, no estado de Goiás. A Escola do Futuro do Estado de Goiás em Artes Basileu França é uma instituição pública profissionalizante de Goiânia, a segunda reconhecida pelo Ministério da Educação, que oferece formação técnica profissional e ensino regular. A escola oferece formação artística para iniciantes e profissional, para adolescentes a partir dos 14 anos de idade.

Segundo ele, a pandemia trouxe grandes mudanças na sua vida e proporcionou que aliasse a formação artística acadêmica e a educação profissionalizante, duas coisas que gosta muito, em um mesmo lugar. Graduado em Educação Física pela Unicamp, onde também fez mestrado e doutorado, Mallet tem formação profissional em artes circenses e desenvolve pesquisas acadêmicas e artísticas nas áreas de circo, teatro de rua, corpo, linguagem e arte.

Cartolagem, tendo no elenco alunos da escola, e sob a sua direção, agradou muito o público que lotou o Teatro Municipal na sexta-feira à noite. A plateia riu muito com as peripécias dos artistas, disputando uma cartola. O grupo permaneceu em Toledo participando e também ministrando oficinas. No domingo, Mallet integrou, juntamente com representantes da Escola Nacional de Circo, grupo Rosa dos Ventos e Circo da Alegria, uma mesa de debates sobre currículos e processos pedagógicos.

Foto: Eliane Torres

Ele conta que como vários profissionais migraram para outras atividades, até como forma de sobrevivência, diante da suspensão de produções artísticas, hoje as escolas de formação enfrentam um novo desafio, a falta de aluno. Acostumadas com as atividades presenciais, a categoria teve muita dificuldade de dar sequência ao trabalho pelos meios digitais, principalmente pela falta de espaço físico adequado e com segurança para os treinos. Os que contavam com esta estrutura conseguiram dar sequência ao trabalho, incluindo até a montagem de espetáculos on line, além da participação em cursos e oficinas. Mas nem todos tiveram esta mesma oportunidade migrando para outras áreas.

“Tivemos uma perda e alunos muito grande, mas estamos tentando recuperar e abrir novas possibilidades. Estamos reestruturando projetos com o aprendizado que tivemos com a pandemia, ainda numa fase de adaptação”, completa.

Ele destacou a importância da Mostra e Festival de Toledo, pelo qual tem um carinho especial, pelas oportunidades que oferece para a comunidade, para os alunos dos projetos sociais e também para os artistas que comparecem. “É um momento para nos reencontrar, ver as novas linguagens e estéticas que estão sendo usadas”. Além disso, acrescenta ele, o evento proporciona a formação de plateia para o circo e a integração e criação de vínculos afetivos entre os integrantes dos diversos grupos e os artistas.

Foto: Eliane Torres

“É muito bacana vir a Toledo e ser abraçado por uma criança que te conhece e admira o seu trabalho”, frisa. Ele acredita que está referência para as crianças é muito importante servindo de espelho para aquelas que pretendem seguir na carreira e para a troca de conhecimentos e experiências. Além disso a oportunidade que as crianças dos projetos têm de participar da montagem e apresentação de um espetáculo, definir os números, escolher figurino, adereços, treinar e apresentar para uma plateia maravilhosa, que recebe muito bem a arte circense como é a de Toledo. Isso já é resultado de um trabalho iniciado há anos em Toledo, que está cada vez mais consolidado.

“Você traz diversas pessoas para um mesmo lugar, tem um convívio muito próximo de inciantes e artistas mais experientes, uma troca de experiências e de saberes. Vcê cria novas possibilidades artísticas, estéticas e técnicas, uma mescla de agentes e fazedores de circo, que torna o evento grandioso”, diz. Para ele, o circo é uma grande família e hoje, mesmo que os artistas não tenham esta ligação de sangue, procuram sempre manter uma relação de proximidade, de amizade, que os torna uma grande família. “Poder voltar novamente a Toledo e poder rever e abraçar os amigos é muito bom, especialmente depois de dois anos sem poder fazer isso”.

A XVI edição da Mostra de Circo Social e o IX Festival Nacional de Circo é uma realização do Circo da Alegria, Circo Ático, cozinha social, escola municipal Anita Garibaldi, prefeitura de Toledo, secretaria de Cultura, Secretaria de Educação e setor de Comunicação.

Jornalista Eliane Cargnelutti Torres

...
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.