Mesmo com estiagem, aumenta o consumo de água em Toledo

Há quase 50 dias sem chuva, o nível do Rio Toledo e dos poços de captação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) são monitorados constantemente. A cidade ainda não corre o risco de desabastecimento, mas o uso do bem mais precioso deve ser com muita consciência.

O gerente regional da Companhia Eduardo Arrosi conta que há medidores pluviométricos em alguns locais da cidade onde são monitoradas as chuvas na região. O último episódio registrado no dia 17 de março teve um volume considerável para auxiliar na recarga do aquífero e do manancial do Rio Toledo. Depois dessa data, outros dois momentos foram registrados pela Companhia, nos dias 11 e 16 de abril, mas sem volume expressivo.

Apesar da estiagem, ele comenta que a situação do abastecimento da cidade ainda é tranquila. “Não registramos nenhum rebaixamento de poço ou do manancial do Rio Toledo. Lembrando que temos dez poços que abastecem a cidade e também o manancial superficial que é o Rio. Os poços são responsáveis por 63% da produção e o manancial por 37%”.

Além do monitoramento da recarga do aquífero e do manancial do rio, no período de seca a Sanepar faz um acompanhamento semanal dos poços; o rio é acompanhado diariamente. Arrosi detalha que foi percebida uma redução da lâmina d’água do Rio Toledo, porém a captação continua na capacidade máxima. “Os poços também são monitorados mas eles estão em níveis razoáveis, sem baixa considerável e com captação na capacidade máxima também”, complementa.

INTERIOR – Diferente da sede, no interior a realidade muda um pouco. Eduardo Arrosi explica que o caso mais complexo é em Novo Sarandi. O distrito recebeu em 2020 e início de 2021 um caminhão pipa para complementar o abastecimento. “O poço da comunidade reduziu a sua produção que era em torno de 600 mil litros/dia para 400 mil litros/dia. Foi uma perca considerável e não retornou, se manteve nessa quantidade”.

Ele conta que em fevereiro deste ano a Sanepar interligou, provisoriamente, um poço do pátio com capacidade para 200 mil litros/dia para complementar o abastecimento da localidade. Desde então, a Companhia não enviou caminhão pipa pois o abastecimento era suficiente.

Porém, já foi assinado um contrato para iniciar a uma obra neste mês em Novo Sarandi para ampliação da capacidade de abastecimento. “Vamos manter o antigo poço com 400 mil litros/dia e esse que está com 200 vai para 800 mil litros/dia. Com isso garantimos o abastecimento para Novo Sarandi para os próximos 30 anos”, esclarece.

Em Vila Nova a Sanepar continua captando água de um poço que não presentou redução de nível em 2019 e nem em 2020. Já o poço que abastece a população do distrito de Dois Irmãos reduziu mais de 50% a vazão. “Porém temos minas superficiais que têm se mantido sempre com água e sempre operante. E desde 2020 reduzimos a operação do poço para captar mais águas das minas superficiais. São estruturas próximas e, por isso também não tivemos falta de água nesta localidade”, cita.

Na comunidade do Poty, na região do Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale, Filho, o gerente regional da Sanepar reforça que entrou em operação em dezembro de 2020 um novo poço sem registro de problemas no abastecimento. Um novo poço também entrou em funcionamento na comunidade de Ouro Preto na última semana de março trazendo tranquilidade para a população.

CONSUMP – Mesmo com a condição de seca e falta de chuva, Arrosi enfatiza que houve um aumento de, aproximadamente, 20% do consumo de água em Toledo. Ele acredita que muitas pessoas utilizam a água para regar plantas e a grama em virtude do longo período sem chuva. “Em algumas sextas-feiras e sábados nós tivemos baixas pressões por elevados picos de consumo, principalmente no final da tarde. Entendemos que a população está usando para jardinagem e por isso tem acentuado esse consumo”.

A situação se agravou a partir da segunda quinzena de abril. O gerente pontua que mesmo em dias em que a temperatura não estava tão alta, em torno de 20 a 25 graus, o consumo era próximo ao que é registrados em meses de dezembro e janeiro, que são em torno de 20% a mais.

“Na média temos trabalhado com 28 a 29 milhões de litros no dia de maior demanda. O que tem acontecido não é um pico de consumo/dia, é uma situação em alguns horários, principalmente no final de tarde da sexta-feira. Muitas pessoas consumindo e as redes não suportam. Temos água no reservatório, tem água produzindo, mas a rede não suporta a demanda daquele grande consumo num curto espaço de tempo”, complementa Arrosi ao lembrar que a capacidade da Sanepar em Toledo é de 32 milhões de litros por dia.

USO CONSCIENTE – A estiagem que ainda deve permanecer por, pelo menos, na primeira quinzena de maio, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), acende o sinal de alerta para a Companhia e a população. O gerente local da Sanepar Eduardo Arrosi pede a colaboração das pessoas para evitar molhar a grama. Se for fazer isso, se seja a noite depois das 21 hora quando o consumo de água já baixou e, naturalmente, as plantas absorvem mais.

“É interessante aproveitar da água da máquina de lavar roupas para lavar calçadas e atitudes simples como fechar as torneiras quando estiver escovando os dentes, ao fazer a barba, além de tomar banhos rápidos, entre outras atitudees. São ações simples que multiplicadas por milhares de pessoas nos dão uma economia enorme no final do dia. Desta forma possamos passar tranquilamente por esse período mais crítico do ano. Reforço que esse já é o terceiro ano com chuvas abaixo da média histórica na região Oeste.

Da Redação

TOLEDO

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