Natação australiana pede desculpas por abusos sofridos por medalhista olímpica
O relatório foi encomendado em junho passado, depois que Groves desistiu da Olimpíada de Tóquio-2020, dizendo que sua retirada deveria ser uma lição para “pervertidos… e meninas”. A nadadora revelou ter sofrido abuso sexual dos 13 aos 18 anos de idade e que o seu assediador ainda trabalha diretamente com o esporte na Austrália.
As alegações de Groves levaram outros nadadores a se manifestar, como Jenny McMahon, ex-medalhista de ouro dos Jogos da Commonwealth. A atleta disse que o esporte sofria de uma cultura “tóxica e disfuncional” na Austrália. O relatório inclui, ainda, a eliminação dos testes de dobras cutâneas – método para determinar o porcentual de gordura corporal – e o termo “físico”.
“O termo ‘físico’ tem significado e consequências, incluindo supervalorização da forma e tamanho do corpo em termos de impacto no desempenho”, diz o documento.
O painel, que recolheu informação de mais de 150 participantes, pediu também à SA se comprometer a “nunca mais selecionar uma equipa só masculina para competições nacionais e internacionais”, acrescentando que deve ser incluído um número mínimo de treinadoras femininas. O relatório também abordou o mecanismo de reclamações do órgão, recomendando que um teste de caráter seja usado na seleção de treinadores e equipe de apoio.
“O Conselho de Natação da Austrália reconhece a responsabilidade coletiva final e o compromisso em atender a essas recomendações”, disse Kieren Perkins, presidente da SA. “A (responsabilidade) é do Conselho e da Equipe Executiva em entregar e se comprometer com mudanças significativas e duradouras, sendo transparentes e recuperando e ganhando a confiança de nossos atletas e toda a nossa comunidade”.
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