Oportunidades do Agro foi tema de encontro na Primato

O doutor Marcos Fava Neves foi o convidado para abrir mais uma rodada de encontros do 7º CBN Agro, evento que tem levado informação com credibilidade sobre os principais temas do agronegócio no Brasil e no mundo. Fava abordou as Oportunidades do Agro Brasileiro e como o crescimento do setor e como o agronegócio vem impulsionando outros setores da cadeia produtiva. Marcos Fava Neves é professor de Administração da USP em Ribeirão Preto (SP) e da FGV em São Paulo. É engenheiro agrônomo e fundador da Markestrat e da plataforma Doutoragro.

Na visão do presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial, Anderson Léo Sabadin, a realização de mais uma edição do CBN Agro revela a importância de Toledo no agronegócio, “onde o Valor Bruto da Produção é destaque no Paraná há alguns anos e por mérito dos produtores e das pesquisas através das universidades instaladas”.

Para Sabadin, eventos como este ajudam a desmistificar assuntos do campo que, de acordo com o presidente da Primato, “não pode mais ser visto como vilão e uma palestra como essa do doutor Marcos Fava Neves mostra a realidade do agro”. Além disso, reforçou Sabadin, “com conhecimento e informação fica mais fácil tomar decisões”.

Ainda de acordo com Anderson Sabadin, o agronegócio não é importante apenas para Toledo ou para o Brasil, “mas mundialmente precisamos alimentar as pessoas”, apontou o presidente da Primato ao lembrar das demandas causadas pelos eventos recentes mundo afora. Sabadin citou também a pandemia, um período onde o campo não parou e evitou problemas ainda maiores.

FUTURO – Fava destacou o futuro da agricultura brasileira e o que podemos esperar no futuro daqui 10, 15 anos. “É um cenário mais complicado que o produtor está vendo. Por outro lado para o produtor de frango e suíno, a notícia é boa caso o valor do grão diminua. Nas áreas de grão e de carne ainda existem demandas, assim como biocombustíveis”, apontou.

Para o professor, atualmente o Brasil é a plataforma mais rápida para fazer o crescimento de produção e ofertar para o mundo. “Nós temos a chance de consolidação como fornecedor mundial sustentável de alimentos de bioenergia e outros agroprodutos, como roupas, couro, papel, etc”.

CRISES, OPORTUNIDADES E DESAFIOS – Na opinião de Marcos Fava Neves, o principal desafio está colocado agora ao produtor, porque o preço da soja e do milho caiu muito. “O produtor plantou com custos elevados. Na próxima safra teremos custos mais baixos, mas não sabemos se os valores repassados ao produtor irão subir. O desfio a curto prazo é tentar baixar o máximo o custo de produção para tentar conseguir que esse preço dê resultado”.

No longo prazo, na próxima safra em diante, será fundamental de acordo com Fava, “sempre aumentar a capacidade de armazenagem, cuidar mais do solo, usar bioinsumo, usar tudo que tem de tecnologia, fazer a gestão da agricultura por metro quadrado aplicando produtos onde precisa”. Ainda segundo ele, será preciso trabalhar coletivamente e fortalecer a cooperativa e a associação. “Com isso, conseguimos manter a competitividade em um cenário que mais uma vez tem muito mercado pela frente mas não sei se terá preço. Precisamos trabalhar o nosso custo de produção para ter margem”.

COOPERATIVISMO É CAMINHO – “A minha visão de cooperativismo é a melhor possível. Tem uma organização que consegue aglutinar o processo de compras. O pequeno produtor se torna grande. Aglutina o processo de venda”, analisou Fava.

Ele complementou que, no caso da Primato e de outras cooperativas, “nós vemos um grande grau de industrialização e agregação de valor e não necessariamente em fábricas próprias, e sim, pode realizar em terceiros e chegar com essas marcas ao consumidor final como vi nos pontos de venda. O cooperativismo faz o pequeno produtor ser grande empresário”.

TOLEDO

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