Outubro Rosa: mês de alerta para o diagnóstico precoce do câncer de mama

No mês de outubro a atenção é voltada aos cuidados com a saúde da mulher. Através do movimento Outubro Rosa, instituições de saúde, entidades sociais, órgão públicos e de imprensa e a sociedade em geral se mobilizam em campanhas com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama. Ele é o segundo mais comum entre as mulheres, atrás apenas dos tumores de pele e melanoma e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) projeta 66.280 novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022. Por isso, outubro é o mês de conscientização, mas os cuidados devem ser durante o ano todo.

Dr. João Paulo Carneil atua na área de cirurgia oncológica e ele afirma que o movimento do Outubro Rosa colabora para a quebra de paradigmas. “O tabu que havia em torno da realização de mamografias e mesmo sobre o próprio câncer de mama está sendo aos poucos vencidos”.

Ele revela que essa quebra de tabu é observada quando o assunto é tratado abertamente. “Algo que estamos fazendo aqui e com todas as campanhas publicitárias. Apesar disto, ainda existem muitas pessoas e comunidades com dificuldade de acesso a informação em todo território nacional”.

ORIENTAÇÕES – Dr. João Paulo esclarece que os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são: tabagismo, etilismo, obesidade e sedentarismo. “Outros fatores também estão relacionados ao surgimento destes tumores como radioterapia prévia na região torácica, reposição hormonal na pós menopausa por período superior a dez anos, dieta pobre em frutas, verduras e vegetais. Já para o câncer de colo de útero o principal fator de risco é infecção pelo HPV (que pode ser evitada com a vacina que existe no SUS)”.

O médico ainda complementa que o auto exame das mamas não previne a doença. “O auto exame tem a finalidade de levantar a hipótese diagnostica e levar a paciente a realização da consulta médica e exames”.

Ele salienta que os exames de rastreamento para o câncer de mama são indicados para mulheres a partir dos 40 anos com mamografia anual associada a consulta médica. “Para pacientes de alto risco (histórico familiar importante, mutação genética conhecida, entre outros) o rastreamento pode ser indicado em idades mais precoces”, recomenda o médico.

Para evitar ou diminuir os riscos de desenvolvimento de câncer de mama, Dr. João Paulo orienta que a mulher deve praticar exercícios físicos regulares (200 a 300 minutos/semana), manter-se no peso adequado para tamanho e idade, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas em excesso, alimentação rica em frutas verduras e vegetais, realização dos exames de rastreamento e consultas médicas indicadas para idade”.

COMPORTAMENTO – O médico citou algumas atitudes que evitam ou minimizam os riscos. Porém, a pandemia se tornou um risco. Ela mudou o cenário dos consultórios. No período houve queda na diminuição de consultas ou de exames e trouxe preocupação para a equipe médica. Dr. João Paulo enfatiza que a pandemia gerou uma diminuição no número de consultas médicas relacionadas a prevenção de doenças e também uma queda nos exames de mamografia.

“Estima-se que a redução de mamografias realizadas no período da pandemia seja quase 50% a menos que nos anos que antecederam este agravo de saúde pública”, destaca o médico.

Contudo, neste último mês, a equipe no ICAN percebeu o aumento no número de consultas e na realização de exames, porém ainda abaixo dos anos anteriores. “O que nos traz preocupação, pois podemos estar perdendo tempo e, possivelmente, diagnosticaremos doenças em estágio mais avançado”, concluir Dr. João Paulo.

Da Redação

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