Painel cultural da Embaixada Solidária traz a arte de mais de 30 países

Colorida e temática, o fato é que a arte em parede dá um novo sentido, tornando-se uma opção criativa para repaginar um espaço. Com a delicadeza de seus traços, a artista visual Isabel Cristina Gutierrez Jimenez retrata a tradição de um país que deixa marcas. Nas paredes da Embaixada Solidária, o mundo é descrito pela artista. São 32 países atendidos pela entidade e registrados nas paredes.

A presidente da Embaixada Solidária, Edna Nunes, afirma que o objetivo do trabalho é dar visibilidade para cada nação e para a sua cultura “A pessoa que deixa o seu país não vem sozinha; ela traz a sua carga cultural e, principalmente, a sua visão de mundo. Na Embaixada Solidária, os migrantes ocupam um lugar de fala. Nós preparamos esse ambiente para que cada um ao chegar possa observar a sua expressão e a sua arte. Uma maneira de acolher e de interagir com as culturas”.

A OBRA – A artista visual Isabel salienta que a arte é capaz de transmitir alegria e projetar energia, vibração ou positividade. “Quando o migrante chega na Embaixada Solidária, chega procurando esse acolhimento. Alguns chegam cansados; outros tristes, estressados ou até com fome. Eu – que sou do Canadá – também preciso acolher”.

Acolher por meio da cor, da forma, da figura e do que representa a cultura e a migração como conceitos. “Os sentimentos são de empatia e de alegria”. O painel na Embaixada Solidária está em processo de execução, pois Isabel se dedica a arte no final de semana. Durante a semana, ela possui outros compromissos profissionais. “Estou pintando essas culturas em torno de 45 dias. E acredito que nunca vou terminar esse painel, porque a amplio a cada momento. Mostro os acontecimentos da Embaixada de uma maneira criativa”.

A artista plástica tem como inspiração a representação do conceito de migração. “Não trabalho com partes do corpo humano, e sim, com formas e elementos. Muita realidade, vibração e impressão”.

Na ocasião, Isabel conta que reside em Toledo em média oito meses. “Meus pais visitaram Toledo seis anos atrás devido a missão Mais Médicos. Agora, decidimos vir todos juntos. Toledo é uma cidade acolhedora. Gosto daqui e estou sempre aprendendo e estudando. A Embaixada Solidária faz com que os migrantes se sintam especiais”.

POLÍTICA PÚBLICA – Mais que fazer se sentir especial, a Embaixada Solidária luta pelos direitos e por política pública para os migrantes. Prova disso foram as atividades da Semana do Migrante promovidas na última semana. Uma programação intensa, com a celebração da diversidade, reflexões sobre o desafio para acolher cada pessoa que chega na região e também combater as crueldades do tráfico de pessoas.

A presidente da entidade Edna Nunes destaca que o brasileiro é um povo aberto e a sociedade contribui de uma maneira linda. “A Semana foi acolhedora e de diálogo. Os resultados começam a chegar. São pessoas com projetos para serem desenvolvidos na entidade. O que faz a diferença é o sorriso ou o servidor público que está disposto a acolher. Nós somos um ponto de referência e representamos a sociedade de maneira enfática”.

Conforme Edna, a entidade ainda tem muito a conquistar, em especial as políticas públicas que ainda estão muito aquém no Brasil, no Paraná e em Toledo. Mas nós temos esperança que isso se fortaleça. A Embaixada é o elo para manter o diálogo. A obra da Isabel resume isso e ela ainda traz a transformação. O migrante passa por uma alteração e por mudança. Como se fosse uma metamorfose, porque muda tudo”.

A Embaixada Solidária é o refúgio para a arte, seja ela escultura, artista plástico, cantor, poeta e compositor. Mas, também traz uma pauta de reivindicações. “Comemoramos o que precisa ser comemorado e apresentamos uma pauta social com pontos importantes, como a saúde mental: a bandeira deste ano”, salienta Edna.

Ela pondera que o setor público precisa assumir as responsabilidades, como Saúde Mental do migrante. “Ele está com trauma devido uma determinada uma migração forçada, por exemplo. Uma vaga de trabalho resolve 50% dos problemas. A Embaixada não pode propor isso sozinha. Nós precisamos da rede para agir de forma conjunta. Existe o diálogo e a reivindicação. Observar a saúde emocional como um todo. Nós vamos levar a demanda para todas as esferas”.

Edna Nunes menciona que o Brasil é um país que abre suas fronteiras e precisa estar preparado para dar dignidade. “A dignidade da pessoa humana precisa ser preservada. Nós temos que ser de fato e de direito. O trabalho da Embaixada Solidária é de acolhimento; não nascemos para entregar utensílio; nascemos para cantar, para dar risada ou para chorar”.

Da Redação

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